
Animações de Warhammer 40.000 para 2026: sinais de Astartes 2, Devora Wilde como Irmã de Batalha e o avanço sedento de um Berzerker de Khorne
O novo teaser de animações do Warhammer+ faz exatamente o que um bom teaser precisa fazer: aparece, explode a timeline e some antes que você consiga piscar. Em poucos segundos, a Games Workshop crava três ganchos para 2026: um set-piece das Adepta Sororitas que parece tremer a tela, um balé de velocidade com os Aeldari de Saim-Hann duelando contra a Marinha Imperial e, cortando tudo como serra-elétrica, um Berzerker de Khorne correndo com aquela intenção que a gente reconhece a quilômetros. Ah, e por uma fração de segundo – pausa obrigatória no frame – um monitor de produção exibe material em andamento de Astartes 2. O recado é cristalino: o serviço não só está vivo como ficou mais musculoso e confiante.
Devora Wilde e o peso de um pesado: Sororitas com voz e impacto
O trecho mais robusto do vídeo é o das Irmãs de Batalha. Uma Sororita finca os pés, abraça o coice e costura o campo de visão com um pesado que ronca como motor de nave. Confirmado: Devora Wilde – a Lae’zel de Baldur’s Gate 3 – dá voz a uma das personagens. É um encaixe natural. Em BG3, Wilde equilibra dureza e humanidade; exatamente o timbre que as Ordens Militantes pedem. Se o Warhammer+ quer personagens para além do brilho da cerâmica e da iconografia, começar por uma atuação que atravessa a armadura é caminho certo.
Também dá para notar o carinho técnico: disciplina de cano, microarticulações de placa, transferência de peso na cadência do gatilho. Essa física de power armor – massa, inércia, atrito – é o segredo para o grimdark parecer tangível. Pouca gente acerta; quando acerta, a gente sente no corpo.
Saim-Hann vs. Marinha Imperial: velocidade como narrativa
Em outra linha, os Aeldari de Saim-Hann – vermelhos insolentes, brancos limpos, culto à velocidade – cruzam com naves da Marinha Imperial. Não é só fan service; é declaração de tom. Saim-Hann pilota como pensa: instinto, curva, sobra de aceleração. A câmera gruda nas derrapagens como se o próprio espírito do mundo-nave guiasse a lente. Do outro lado, a Marinha pesa, entra de manual, ocupa o espaço pela insistência. O duelo rende mais que belas imagens: traduz duas filosofias com o vocabulário do movimento – elegância e improviso contra massa e doutrina. Se a série sustentar esse contraste, cada dogfight vai contar história mesmo quando ninguém falar uma linha de diálogo.
O Berzerker em disparada e o fantasma de Astartes 2
O plano que incendiou as teorias é o do Berzerker de Khorne avançando reto, arma baixa, tronco voraz. O jeito de correr acendeu memórias imediatas de Astartes, o curta de Syama Pedersen que redefiniu para muita gente como um Astartes deveria se mover: pesado, inevitável, cruelmente eficiente. É daí que vem a aposta da comunidade: seria esse recorte parte de Astartes 2? A Games Workshop, claro, não confirma. Mas o teaser responde a outra ansiedade: Astartes 2 existe, respira e está no pipeline.
Prova de vida: Deathwatch em bloco e heráldicas que não mentem
Num monitor de produção aparece uma sequência em cinza: um esquadrão de Terminators fecha guarda em torno de um humano. Mesmo em estado bruto, as silhuetas denunciam a composição que já vimos lá atrás – o pelotão da Deathwatch sob égide da Inquisição. Para quem ama pauldron, a alegria é identificar os símbolos: Retributors, Mortifactors, Scythes of the Emperor, Sons of Medusa e Angels Vermilion. Não é reboot; é continuidade. É pouco para matar a curiosidade, mas é suficiente para calar o rumor de cancelamento. Com a janela de 2026 já sinalizada, essa piscadela vira garantia de que não estamos sonhando.
O que isso diz sobre o Warhammer+
O serviço sofreu com críticas de cadência irregular e apostas dispersas. O novo corte responde com especificidade: facções nomeadas, cenas reconhecíveis, talento de voz com pedigree, um cheirinho de bastidores. Soa como uma guinada de “muito e solto” para “menos, melhor e memorável”. Imagine um calendário apoiado em três pilares – drama das Sororitas, arco aéreo Saim-Hann vs. Marinha, e Astartes 2 como âncora – com lançamentos intermediários para manter o pulso. Dá rumo para assinante antigo e convite para quem pulou fora.
Reinos Mortais na jogada: o xeque-mate de Blacktalon
Não é só 40K. O teaser dá uma piscada para o final da temporada de Blacktalon, com Be’lakor – o Mestre Sombrio – mexendo peças na penumbra de Hammerhal. É a cartilha dele: desestabilizar a cidade, fragmentar o time, forçar erro quando a fé vacila. Neave e companhia parecem no limite, que é justamente quando essa franquia gosta de tirar da cartola um clímax de última trincheira. É um contraponto bom ao diesel e aço de 40K: mais mito, mais ópera, a mesma pegada de punho fechado.
O ecossistema conversa: Titus em alta e o efeito Astartes nos games
Fora da vitrine de animações, a máquina 40K segue girando. Titus, de Space Marine 2, ganhou promoção no cânone e puxa a próxima expansão narrativa, mostrando como o estúdio está amarando jogos, séries e lore num mesmo tricô. O visual e a fisicalidade que Astartes cristalizou migraram para o AAA; agora a mão volta da indústria de games para as animações com expectativa mais alta. Esse circuito de referência cruzada é saudável – e 2026 pinta como o ano em que o Warhammer+ pode colhê-lo com força.
Em resumo: o teaser não entrega o ouro, mas transborda confiança. Uma Sororita com voz de quem impõe silêncio, um balé de alta octanagem entre Saim-Hann e a Marinha, um Berzerker feito para print de tela e a confirmação respirando de Astartes 2. Se a execução acompanhar o plano, o grimdark vai ganhar tempo de tela e memória muscular à altura do mito.