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vivo X300 Pro na Andaluzia: quando o smartphone vira câmera de viagem

por ytools
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Levar na mochila um smartphone topo de linha e uma câmera dedicada já virou rotina para muita gente que gosta de fotografar em viagem. Eu sempre fui desse time. Até que, na minha última volta pela Andaluzia – passando por Sevilha, Córdoba e Málaga – resolvi fazer o teste radical: deixar a câmera em casa e confiar 100% no vivo X300 Pro como única ferramenta de foto e vídeo.
vivo X300 Pro na Andaluzia: quando o smartphone vira câmera de viagem
Nada de plano B, nada de backup. Só o celular, o case fotográfico com empunhadura, dois filtros na bolsa e muitos cenários bonitos pela frente.

Voltei para casa com duas certezas. A primeira: dá, sim, para viajar tranquilo usando só o X300 Pro como câmera principal, sem sentir tanta falta de um sistema mirrorless. A segunda: a vivo não lançou apenas mais um flagship com câmera boa. Ela montou um dos conjuntos de fotografia móvel mais coerentes do ano, com um pacote bem pensado de hardware, software e acessórios. Não é perfeito, tem decisões discutíveis – da bateria à beleza automática no rosto –, mas como ferramenta de viagem ele se destaca fácil em meio aos outros tops de linha.

Um smartphone que pensa como câmera de viagem

O X300 Pro até passa aquela vibe de smartphone premium tradicional quando você olha só para o corpo: fino, bem acabado, com módulo de câmera chamativo. Mas a coisa muda de nível quando você encaixa o aparelho no case fotográfico oficial e prende o Professional Camera Grip. Nesse momento, o celular deixa de ser apenas mais uma telona no bolso e começa a se comportar como uma câmera compacta moderna.

A empunhadura adiciona volume na medida certa, o que dá muita segurança para fotografar com uma mão só. O botão físico de disparo acorda a câmera em um instante, e o ato de tirar o X300 Pro do bolso, meio no reflexo, vira um movimento natural. Em ruas cheias, mirantes e calçadões à beira-mar, eu me vi repetindo o mesmo ritual: mão no grip, leve toque para focar, outro toque para disparar, tudo com a outra mão carregando café, mala ou guarda-chuva. A sensação é de estar usando uma point-and-shoot bem esperta, não um telefone gigante.

Essa impressão de câmera de viagem é reforçada pela forma como a vivo trabalhou o conjunto de lentes. Não é só empilhar sensores e chamar de dia: a escolha de distâncias focais faz diferença real no dia a dia. E, principalmente, o software parece afinado para quem quer fotografar muito e mexer pouco nas configurações entre um clique e outro.

Interface de câmera madura, rápida e muito ajustável

O grande trunfo do X300 Pro, na prática, é o software de câmera. A interface é limpa, responde rápido e não te joga em menus loucos a cada ajuste. Os modos principais ficam à mão, e você tem um nível de personalização que raramente aparece em smartphones focados em usuário comum. Além dos perfis de cor prontos – incluindo um preto e branco realmente bonito, sem cara de filtro exagerado – há um painel de ajustes finos em que dá para mexer em brilho padrão, contraste, saturação e nitidez.

A cereja do bolo é que essas alterações viram o novo padrão do modo automático. Você não precisa entrar em Pro para ter uma foto mais neutra ou mais dramática. Ajusta uma vez, salva, e daqui em diante o Auto respeita o seu gosto. No meu caso, reduzi um pouco o HDR, puxei o contraste e dei uma leve segurada na saturação. O resultado foram imagens menos artificiais, com céu mais natural e sombras que não parecem ter sido puxadas até o limite. Visualmente, lembra muito mais o arquivo de uma câmera digital do que aquele típico look de smartphone pronto para rede social.

O modo monocromático também merece destaque. Em cenas urbanas à noite, bares, praças molhadas depois da lavagem, o preto e branco do X300 Pro entrega profundidade de sombras sem estourar luzes, criando um clima quase de filme antigo. Bastava diminuir um tiquinho a exposição e a cidade ganhava um ar de cinema de rua.

Street mode, foco inteligente e cenas rápidas

Entre as novidades mais legais está o modo Street. Ele é pensado para quem gosta de fotografia de rua: interface enxuta, atalhos rápidos para distâncias focais clássicas e menos distrações visuais. Andando pelo centro histórico de Sevilha, com vielas apertadas e gente passando o tempo todo, esse modo virou praticamente meu padrão.

O reconhecimento de pessoas entra forte aqui. O X300 Pro identifica rostos e corpos com muita confiança e prioriza esses elementos na hora de focar. Em cafés, mercados ou praças, ele simplesmente sabe que o protagonista da história é aquela pessoa, não a placa de fundo. A função Smart Focus ajuda ainda mais: basta um toque duplo em alguém no quadro e o telefone cola o foco naquele sujeito, acompanhando o movimento mesmo quando ele sai um pouco da área central.

Na prática, isso significa menos fotos perdidas por foco errado em fotos de gente. Crianças correndo atrás de pombos, amigos caminhando na contraluz, músicos tocando em esquinas – na grande maioria das vezes, o foco e a exposição vieram certos logo no primeiro clique, sem drama.

Onde o foco tropeça: aves e cenas mais difíceis

Claro que o sistema não faz milagre. Quando a cena escapa do script pessoas e pets, a taxa de acerto cai. Foi o que aconteceu tentando fotografar patos e outras aves em lagos de praça: o X300 Pro insistia em travar foco nos brilhos da água ou no fundo, e não no bicho em si, mesmo quando ele ocupava boa parte do quadro. Dá para contornar com toque para focar e acompanhamento manual, mas aí a experiência já não é tão automática quanto com pessoas.

Aqui ainda dá para sentir a diferença frente a uma câmera com foco por detecção de fase mais avançado e algoritmos treinados há anos em fauna. Para quem faz muitos cliques de animais pequenos e rápidos, vale ter em mente essa limitação. Para o perfil clássico de viagem com pessoas, arquitetura e comida, no entanto, o foco do X300 Pro se sai muito bem.

Distâncias focais pensadas para quem fotografa

Outro ponto onde o vivo X300 Pro mostra personalidade é na forma como apresenta o zoom. Em vez de se limitar a 0,6x ou 3,5x, o sistema exibe as distâncias focais equivalentes em milímetros, o que é muito mais natural para quem já usou uma câmera dedicada:

  • 15 mm – ultra-wide (0,6x), ideal para igrejas enormes, ruas estreitas e interiores apertados;
  • 24 mm – câmera principal (1x), o cavalo de batalha para quase tudo;
  • 36 mm – crop da principal (1,5x), um meio-termo perfeito para retratos ambientais e comida;
  • 48 mm – ainda a principal (2x), ótimo para retratos mais fechados sem distorção;
  • 85 mm – teleobjetiva (3,5x), aquela clássica distância de retrato com fundo comprimido;
  • 121 mm – tele (5x), ótima para detalhes de fachadas, ornamentos e placas distantes;
  • 135 mm – preset de retrato com tele, dando um look ainda mais comprimido;
  • 242 mm – tele (10x), para chegar em torres, detalhes de morros e outros elementos realmente longe.

Na prática, acabei girando muito entre 24, 48 e 85 mm. O ultra-wide em 15 mm salvou vários interiores de igreja e vistas panorâmicas, enquanto o intervalo de 121 a 242 mm foi perfeito para recortar detalhes de arquitetura que desapareceriam no meio da cena com uma lente normal. O importante é que, ao alternar entre as distâncias, a consistência de cor e contraste se mantém boa. As fotos parecem vir da mesma mão, só com lentes diferentes, e isso ajuda demais na hora de montar um álbum de viagem coeso.

Tela forte sob sol e ótima para revisar fotos

Toda essa flexibilidade de câmera perderia impacto se a tela não acompanhasse, mas aqui a vivo acertou bem a mão. Sob o sol forte andaluz, com reflexo de calçada clara e paredes brancas por todo lado, o painel do X300 Pro manteve brilho suficiente para enquadrar e revisar fotos sem sofrimento. Em mirantes e calçadões, nunca precisei fazer aquele truque de cobrir metade da tela com a mão para enxergar alguma coisa.

O perfil de cor é claramente voltado para o impacto visual: contraste alto, cores vibrantes, aquele tipo de exibição que faz até foto simples parecer melhor. Não é o padrão absolutamente neutro de um monitor calibrado, mas, para curadoria em viagem, funciona muito bem. Uma foto que parece só ok no computador às vezes ganha outra vida no display do X300 Pro.

Curiosamente, um dos meus cliques favoritos dessa viagem nem foi feito na Espanha, e sim durante uma longa conexão em Malta. Ainda assim, misturado às fotos de Sevilha e Málaga, ele ficou totalmente à vontade na galeria do X300 Pro, o que mostra como o conjunto de câmera e tela cria um padrão visual consistente.

Ferramentas de IA, documentos e a pegadinha do UltraHDR

Depois do dia na rua, o vivo X300 Pro virou meu mini estúdio de edição no quarto do hotel. A galeria não é só um app de visualizar imagens: ela reúne um pacote bem completo de ferramentas, incluindo recursos de inteligência artificial. Dá para ajustar corte, cor e nitidez normalmente, mas também extrair texto direto das fotos, alinhar documentos tortos e gerar PDFs ou até apresentações a partir de imagens.

Em plena viagem, caiu no meu colo um problema burocrático: recebi a foto de um contrato para assinar e devolver. Em vez de sair caçando impressora, editei o arquivo original, imprimi em uma papelaria próxima, assinei, fotografei a página novamente com o modo de documento e gerei um PDF limpo direto no telefone. Em poucos minutos, estava tudo enviado. É o tipo de detalhe que não rende marketing barulhento, mas muda muito a experiência de quem depende do celular para trabalhar viajando.

O destaque mais vistoso é o AI Eraser, a borracha de IA. Em pontos turísticos lotados, virou quase obrigatório. Pequenos grupos de turistas, cones de obra, lixeiras e outros elementos estranhos saíram dos meus quadros com poucos toques. O modo Smart Circle, em que você marca com mais precisão o que quer tirar, geralmente entregou resultados mais limpos e com menos manchas. Já a função de remover várias pessoas de uma vez é mais rápida, mas às vezes deixa artefatos visíveis em áreas complexas.

Existe, porém, uma pegadinha que vale mencionar. Assim como em outros aparelhos com suporte a UltraHDR, quando você faz edições pesadas com IA, o arquivo final perde os metadados de HDR avançado. Em uma tela comum, tudo bem, mas em monitores e TVs compatíveis a diferença aparece: a foto original UltraHDR tem mais alcance dinâmico e brilho mais interessante. Se você liga para isso, o ideal é manter tanto a versão limpa quanto a editada, usando a segunda só para compartilhar e a primeira para aquele slideshow bonito em casa.

Modo beleza agressivo e tons de pele polidos demais

Um ponto que gerou discussão entre quem testou o X300 Pro é o tratamento de pele. A vivo puxou o modo beleza para um nível mais agressivo na série X300, e isso aparece mesmo quando você não mexe em nada. No modo Foto padrão e no retrato, os rostos saem nitidamente mais lisos e uniformes. Por um lado, é prático para selfies e fotos rápidas que vão direto para o feed. Por outro, para quem gosta de textura natural, poros, sardas e detalhes finos, o resultado pode soar artificial.

A reclamação mais forte é que, mesmo zerando os controles de embelezamento, parece sempre sobrar algum tipo de suavização de fundo. No X200, muita gente achava mais fácil conseguir um look mais cru, mais próximo de câmera tradicional. Seria ótimo se uma futura atualização trouxesse um botão mata-tudo para desativar completamente qualquer camada de beleza automática. Enquanto isso não acontece, a saída é abusar do modo Pro ou de perfis de cor mais neutros, aceitando que o Auto quer te deixar mais descansado do que você realmente está.

Filtros físicos, rosca e um olhar especial para vídeo

Já que o case do X300 Pro traz uma rosca para filtro, eu não resisti e levei um UV de 62 mm e um polarizador circular na mochila. O UV funcionou como esperado: praticamente não mudou a imagem, só deu mais paz de espírito contra riscos no conjunto de lentes. Com o polarizador, a história foi diferente.

Em câmeras com lente intercambiável, um bom polarizador transforma o cenário: corta reflexo em vitrines e água, aprofunda o azul do céu, reforça textura de nuvens. No X300 Pro, o efeito apareceu de forma bem mais tímida e, às vezes, irregular. Parte do quadro ficava com polarização visível, outra parte quase não mudava. A explicação mais provável é geométrica: nenhuma das três câmeras está bem no eixo central da rosca, que é onde o filtro costuma funcionar melhor.

Isso não torna a rosca inútil, mas muda o foco de quem mais se beneficia dela. Para foto, o ganho com polarizador é limitado. Já para vídeo, a história é outra: um filtro ND rosqueado pode ser ouro puro para manter velocidade de obturador adequada em gravações sob sol forte, deixando o movimento mais natural. Quem pensa em usar o X300 Pro como câmera principal de vlogs ou viagens filmadas tem aí um diferencial interessante.

Bateria na média e o caos dos padrões de carga

Se há algo que de fato me segurou de chamar o X300 Pro de câmera perfeita de viagem, foi a autonomia. Meu uso típico em roteiro turístico é um combo de mapas o dia inteiro, muitas fotos e vídeos, mensageiros abertos e uma passadinha em redes sociais. Nesse cenário, o aparelho normalmente pedia tomada no meio da tarde. Não é pior do que outros flagships recentes, mas definitivamente não é o sonho de quem sai cedo do hotel e só volta à noite.

A bateria extra embutida na empunhadura ajuda e rende mais uma ou duas horinhas de uso intenso de câmera, mas não faz milagre. Em dias mais carregados de foto, o power bank virou tão indispensável quanto o passaporte. E isso pesa ainda mais quando lembramos que o X300 Pro não vem com carregador na caixa.

Aí entra outro ponto sensível: a fragmentação dos padrões de carga rápida. Muita gente, como eu, já tem fonte rápida de outras marcas – por exemplo, um carregador com SuperVOOC da Realme – e imagina que vai aproveitar o máximo do X300 Pro com o que já tem em casa. Só que na prática o aparelho carrega, mas bem longe da velocidade prometida pelo ecossistema da vivo. É uma mistura de protocolos proprietários que acaba punindo o usuário, ainda mais num cenário em que a bateria não é exatamente um tanque.

Não é à toa que cada vez mais se fala em obrigar os fabricantes a adotarem um padrão mais unificado de carga rápida, pelo menos em mercados regulados como a União Europeia. Quando o seu dia de fotos depende de uma recarga forte na hora do almoço, descobrir que o carregador antigo não entrega tudo o que o aparelho aguenta é frustrante.

Vida dentro da família X300

Mesmo focado no Pro, vale citar o irmão menor. O vivo X300 padrão herdou boa parte da personalidade fotográfica do Pro e, pelos relatos de quem já usa, entrega arquivos muito próximos em situações comuns: mesma assinatura de cor, mesmo estilo de processamento, mesma tendência de suavizar rosto com vontade. Para quem não precisa da tele mais avançada, pode ser uma porta de entrada mais barata nesse ecossistema, com vantagens e limitações parecidas em bateria e carregamento.

Conclusão: um dos melhores companheiros de viagem para quem fotografa

Depois de uma semana vivendo com o vivo X300 Pro como única câmera, fica difícil não colocá-lo na lista dos melhores smartphones de viagem do momento. Ele não joga a carta do exagero em números de megapixel ou zoom insano. Em vez disso, aposta em algo mais valioso para quem realmente gosta de fotografar: consistência. Distâncias focais úteis, software rápido e ajustável, modos pensados para rua, ferramentas inteligentes de edição e um conjunto de acessórios que realmente mudam a experiência, em vez de só enfeitar.

Os porém continuam ali: bateria apenas correta, bloat de beleza automática nos rostos, perda de UltraHDR em edições mais pesadas, polarizador com efeito limitado, caos de padrões de carga e disponibilidade restrita em vários mercados, obrigando muita gente a importar o aparelho por conta própria. Mas, apesar de tudo isso, o saldo geral é muito positivo.

Se para você o smartphone é, antes de qualquer coisa, uma câmera que também faz ligações e roda apps, o vivo X300 Pro merece estar no topo da sua lista curta. Ele foi pensado para quem abre a câmera muitas vezes por dia, para quem quer trazer de volta da viagem um álbum consistente e bonito sem carregar um corpo extra no pescoço. Em um mar de flagships parecidos, essa vocação assumida para fotografia faz dele um companheiro de viagem bem especial.

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