Star Wars: The Acolyte foi um dos projetos mais polêmicos da franquia, amado por uns e odiado por outros. Mesmo cancelada após sua primeira temporada, a série continua despertando curiosidade – principalmente depois que a criadora e showrunner Leslye Headland revelou que o misterioso vilão O Estranho (Qimir) teria uma conexão direta com Kylo Ren. 
Segundo ela, o personagem seria o fundador dos Cavaleiros de Ren, o mesmo grupo sombrio que Ben Solo lideraria décadas depois.
Em entrevista publicada no livro The Art of Star Wars: The Acolyte, Headland explicou que o plano era mostrar Qimir como o primeiro Cavaleiro de Ren – um seguidor do Lado Sombrio que não era exatamente um Sith, mas que ainda preservava sua essência. “A ideia era expandir a filosofia dos Sith sem quebrar a Regra de Dois. Se o Estranho fosse o primeiro Cavaleiro de Ren, isso mostraria como o Lado Sombrio sobreviveu através de novos caminhos”, disse ela. A série também preparava o terreno para a chegada de Darth Plagueis e sua futura ligação com Palpatine, explicando de forma mais profunda como o império da escuridão se manteve vivo por gerações.
Infelizmente, com o cancelamento de The Acolyte pela Disney, todas essas tramas ficaram no ar. O ator Manny Jacinto (Qimir) chegou a comentar que Plagueis teria um papel ainda maior na segunda temporada, enquanto Lee Jung-Jae (Sol) disse ter ficado “chocado” com a decisão. Já Amandla Stenberg, que viveu as gêmeas protagonistas, admitiu que não se surpreendeu. Desde o anúncio da série, o elenco enfrentou uma onda de ódio e comentários racistas nas redes, algo que a atriz Jodie Turner-Smith (Mãe Aniseya) criticou duramente: “A Disney precisa parar de fingir que não vê quando o elenco é atacado com racismo e ofensas”.
Apesar de seus defeitos, The Acolyte tentou algo que poucas produções de Star Wars ousaram: explorar o universo da Alta República, muito antes da saga Skywalker. A proposta era mais sombria, mais mística e com uma visão diferente da Força – não apenas como poder, mas como filosofia. Enquanto muitos reclamaram do ritmo irregular e dos diálogos fracos, outros viram na série a tentativa mais criativa da Disney desde Os Últimos Jedi. O personagem Qimir, em especial, ganhou destaque por sua complexidade e ambiguidade moral, algo raro no cânone recente da franquia.
Se a série tivesse continuado, veríamos a transformação do Estranho em uma lenda – o primeiro a reunir seguidores da escuridão sob uma nova doutrina, os Cavaleiros de Ren. Essa origem preencheria um grande vazio nos filmes, mostrando quem realmente eram e por que resistiram após a queda dos Sith. Mas o cancelamento deixou esse universo em suspenso. Hoje, The Acolyte é lembrada como uma oportunidade perdida – um experimento corajoso que tentou reinventar Star Wars e acabou silenciado antes de mostrar seu verdadeiro potencial.
2 comentários
Achei The Acolyte bem mais criativa que a maioria das séries novas de Star Wars. Tinha falhas, mas ideias boas demais 🔥
Cancelar a série justo quando iam mostrar o Plagueis é a coisa mais Disney possível 😑