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TAG Heuer Connected Calibre E5: quando a relojoaria de luxo encontra o smartwatch certo

por ytools
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Em 2025, a TAG Heuer resolveu mexer em um vespeiro que muita marca de luxo evita tocar: software. A nova geração TAG Heuer Connected Calibre E5 não é apenas um facelift; é uma virada estratégica que combina um visual mais refinado, nova opção de tamanho e, sobretudo, uma plataforma própria – TAG Heuer OS – construída sobre o Android Open Source Project.
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Para coroar o lançamento e reforçar a vocação esportiva, a casa suíça fechou uma colaboração com a americana New Balance, resultando numa edição especial do relógio e num par de tênis de performance na mesma paleta de cores.

Vale lembrar de onde viemos.

O primeiro TAG Heuer Connected foi apresentado em novembro de 2015, quando relógio inteligente ainda soava como “coisa de nerd” para uma boa parte do público de alta relojoaria. De lá para cá, a marca lapidou a fórmula geração após geração, até chegar ao Calibre E4 em 2022 – plataforma que ganhou variações como a Malbon Golf Edition e a Oracle Red Bull Racing Edition
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Em 2024, a sensação geral era de que o hardware já estava muito bem resolvido; a pergunta era: o que poderia realmente mudar a experiência? A TAG Heuer responde em 2025: mude o software, mude tudo.

TAG Heuer OS: por que criar uma plataforma própria?

Trocar o Wear OS por um sistema proprietário é uma aposta ousada – e, no caso da TAG Heuer, faz sentido

. Ao assumir o controle do stack, a marca consegue afinar a interface para leitura rápida, cortar gordura, reduzir tempos de pareamento (a marca fala em até cinco vezes mais rápido) e, de quebra, obter certificação MFi (Made for iPhone), algo que ajuda muito no ecossistema real que os clientes de luxo costumam usar. O resultado prático: menos fricção, mais previsibilidade e um relógio que se comporta como produto de luxo também no digital.

No dia a dia, o E5 conversa diretamente pelo alto-falante e microfone integrados, aceita comandos de voz, exibe complicações/“widgets” com dados de saúde e clima, e oferece uma seleção de mostradores digitais que homenageiam clássicos da própria TAG Heuer
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A navegação ficou mais lógica, a tipografia ganhou fôlego e as animações não parecem competir com a tarefa principal – consultar informações sem esforço.

Saúde e desempenho: o que já existe e o que vem aí

O aplicativo Wellness Activity acompanha passos, tempo ativo e calorias, enquanto o app dedicado de Frequência Cardíaca entrega leituras contínuas e destaca mínimos e máximos ao longo do dia. A presença de GPS de banda dupla melhora a precisão em ambientes urbanos ou trilhas sinuosas. E a marca já avisou: no inverno de 2025 chegam os módulos de sono com análise de estágios, SpO₂, taxa respiratória e variabilidade da FC (HRV)

. O principal ganho de ter um sistema próprio não é “o que tem hoje”, mas a agilidade para melhorar algoritmos, corrigir bugs e liberar recursos sem pedir bênção de terceiros.

Dois tamanhos, duas leituras de um mesmo DNA

O novo Connected chega em dois formatos: 45 mm e o inédito 40 mm.
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Ambos bebem na fonte estética da família Carrera, mas contam histórias diferentes no pulso:

  • 45 mm: cristal de safira plano, moldura cerâmica preta com escala de 60 minutos gravada. Visual robusto e esportivo, aquele que “enche” o pulso e não pede licença.
  • 40 mm: safira abaulada (“Glassbox vibe”), com marcações de 12 horas aplicadas no próprio aro interno. Perfil mais limpo, elegante e, para muitos, o equilíbrio perfeito entre smartwatch e relógio tradicional.

Por baixo, a arquitetura é a mesma: 50 metros de resistência à água, sensores no verso com disco de carregamento, e uma interface física que combina coroa digital e dois botões à direita do case
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A autonomia reflete os volumes: o modelo de 45 mm promete até dois dias (três no modo de baixo consumo); o de 40 mm fala em um dia e meio (dois no modo econômico). A recarga total leva 90 minutos, e um “pit stop” de 30 a 40 minutos rende combustível para mais um dia – algo realmente útil na rotina.

Materiais, versões e um ecossistema de pulseiras mais esperto

Nos 45 mm, há aço escovado/polido e titânio grau 2 com black DLC. O de aço pode vir com pulseira de borracha ou bracelete H-link no mesmo material; o de titânio, por sua vez, casa exclusivamente com borracha
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. E, tal como na geração anterior, há um Golf Edition com bisel marcado de 1 a 18 (para controle de buracos no campo) e pulseira branca texturizada que remete a uma bola de golfe.

Nos 40 mm, todos são de aço, com um sabor extra: versão com rose gold PVD. O modelo de aço aceita borracha ou bracelete H-link; já o PVD rosé combina com uma pulseira de borracha em tom claro, quase bege rosado. A conexão entre caixa e pulseira foi repensada: além de uma geometria de encaixe mais ergonômica, toda a linha de tiras/braceletes agora adota quick release por botões sob as asas, permitindo trocas sem ferramenta e sem drama.

TAG Heuer × New Balance: quando o collab tem motivo para existir

Colaborações só fazem sentido quando agregam função.

É o caso da edição TAG Heuer Connected Calibre E5 New Balance, baseada no formato de 40 mm, mas com caixa de titânio jateado e DLC preto para reduzir peso e reflexo – dois detalhes que atletas percebem nos primeiros quilômetros. Em vez da escala tradicional de 60 minutos, o aro interno exibe marcações de 0 a 100, um aceno direto para as métricas de performance trabalhadas no app de atividades do novo sistema.

O conjunto de pulseiras também foi repensado aqui

. A principal estreia é o Cushion Comfort System, uma solução patenteada que distribui o peso, mantém o relógio centrado e continua confortável mesmo quando o punho “incha” durante o treino.

A pulseira roxa usa um tecido técnico típico de tênis de corrida aplicado à camada externa, somando respirabilidade e textura. Há ainda uma wrap strap têxtil extra na caixa, e o mecanismo de liberação rápida facilita alternar entre as duas em poucos segundos.

Para fechar o ciclo, a New Balance apresenta um FuelCell SuperComp Elite v5 na mesma paleta roxo/verde do relógio, com placa de carbono e entressola FuelCell. O par sai por US$ 270, apenas cinco dólares acima de um SC Elite v5 “puro-sangue” sem co-branding – um recado de que o foco aqui é criar conjunto, não inflar etiqueta.

Preços e proposta de valor

O ticket acompanha a ambição. O Calibre E5 40 mm em aço com borracha parte de US$ 1.600. Na outra ponta, o 45 mm em titânio DLC chega a US$ 2.300. O Golf Edition pede um pouco mais (cerca de US$ 2.400), enquanto a edição New Balance (40 mm, titânio DLC) fica em US$ 2.050

. A equação, portanto, não tenta competir por preço com Apple, Samsung, Garmin ou Pixel. A TAG Heuer aposta na combinação de herança, materiais premium, acabamento e, agora, experiência digital sob medida.

O debate inevitável: Apple, Garmin, Samsung – e onde o E5 se encaixa

Em um extremo está o Apple Watch, líder em integração e efeito de rede, com layout quadrado que muita gente considera superior para texto e widgets. No outro, a Garmin, que reina no desempenho esportivo com métricas avançadas, mapas ricos e autonomias que beiram a semana. Samsung e Google (Pixel Watch) completam o pódio do “mainstream” Android, com preços mais baixos e lojas de apps robustas.

O Connected Calibre E5 se posiciona num terceiro eixo: o do luxury tech. Ele não tenta ser campão de autonomia como um Fēnix, nem bater o Ultra em integração com iPhone. O que entrega é a experiência de portar um objeto de luxo – materiais, ergonomia, presença de pulso – com features de bem-estar e conectividade que cobrem os essenciais. Para quem olha smartwatch como gadget puro e simples, talvez não convença. Para quem vem da relojoaria tradicional e quer o “melhor dos dois mundos”, passa a fazer sentido.

As objeções do público – e como elas moldam a conversa

Entre entusiastas e curiosos, três críticas aparecem com frequência e merecem ser levadas a sério:

  1. Formato da tela: há quem jure de pés juntos que “o quadrado é objetivamente melhor” para leitura. Em listas de tarefas, textos e mapas, faz sentido. O contra-argumento é que a linguagem Carrera e o vidro abaulado do 40 mm constroem uma identidade mais “relógio” do que “tela no pulso”, e isso importa para parte do público.
  2. Futuro da plataforma: criar um OS proprietário é assumir o ônus de atualizações, correções e roadmap de recursos. A TAG Heuer parece disposta a bancar esse compromisso – já há um pipeline claro para o módulo de sono, por exemplo – , mas só o tempo e o feedback de usuários vão validar a cadência de melhorias.
  3. Preço x benefício: comparado a um Apple Watch ou um Galaxy Watch, o E5 custa mais e, em alguns cenários, entrega menos apps. O ponto da TAG é outro: acabamento, materiais (titânio, cerâmica, safira), integração estética com pulseiras e a proposta de uma experiência coesa e de alto nível.

Curiosamente, a colaboração com a New Balance também catalisa opiniões. Para alguns, NB virou “tênis de tiozão” até a ascensão da ON no hype europeu; para outros, a marca rejuvenesceu, com modelos como o 9060 conquistando Gen Z. Fato: a edição SC Elite v5 com a paleta do relógio conversa bem com quem corre – e com quem gosta do visual performance no cotidiano.

Ergonomia, acabamento e a tal sensação de luxo

Mesmo quem não precisa de um smartwatch “para tudo” reconhece algo importante no E5: a sensação tátil e visual está acima da média. O recorte das asas, a transição entre superfícies escovadas e polidas, o aro cerâmico bem marcado, a leitura limpa sob a safira – todos esses detalhes contam a história de uma peça de luxo que também é conectada, e não de um eletrônico fantasiado de relógio. Isso fica ainda mais evidente nas versões com bracelete metálico, nas quais o conjunto “fecha” como um relógio que nasceu para ser relógio, não um gadget adaptado.

Bateria no mundo real

Os números oficiais – dois dias no 45 mm e um e meio no 40 mm – parecem honestos para um uso que mistura notificações, rastreamento básico, GPS spot e consulta de dados de saúde. Não é uma maratona Garmin, nem precisa ser. O argumento aqui é o “carrega enquanto toma banho e segue a vida”: a recarga completa em 90 minutos e os top-ups de meia hora resolvem a maioria dos casos. Para quem precisa de trilhas longas, navegação com mapas e treinos com multi-band por horas a fio, a recomendação continua sendo um Garmin dedicado.

Quem deve considerar – e quem não deve

Se você quer o ecossistema mais maduro, com integração profunda a iOS, apps a perder de vista e uma tela quadrada hiperfuncional, o Apple Watch (em especial o Ultra) segue imbatível. Se o foco é esporte sério, com métricas de training load, navegação em trilha e autonomia generosa, a Garmin continua líder. Agora, se você vem da relojoaria mecânica, preza por materiais e construção, e quer um relógio que “se pareça com relógio” – mas que monitore saúde, GPS, sono (quando chegar), receba ligações e troque pulseiras com sistema prático – , o Connected Calibre E5 é provavelmente o smartwatch que melhor dialoga com seu gosto.

O veredito estratégico

Ao adotar o TAG Heuer OS, a marca deixa claro que não pretende ser “mais uma fabricante Android”. Ela quer controlar o ritmo, o desenho da experiência e os detalhes que transformam um bom produto em algo memorável. O risco (manter um OS vivo por anos) é proporcional ao ganho potencial (entregar um smartwatch de luxo com identidade própria). A parceria com a New Balance reforça a mensagem: performance e luxo não são opostos; podem se encontrar num mesmo produto – desde que a execução seja impecável.

Preços, manutenção e o fator tempo

No segmento de luxo, o pós-venda conta tanto quanto o produto. A TAG Heuer sabe que o cliente que paga entre US$ 1.600 e US$ 2.400 espera não só atualizações de software, mas também disponibilidade de pulseiras, assistência técnica competente e, preferencialmente, uma trajetória de plataforma que não o deixe órfão em dois anos. É aqui que a marca terá de provar consistência: atualizar, comunicar, e – por que não? – surpreender com recursos novos que façam os concorrentes correr atrás.

Resumo para quem chegou agora

  • Sistema próprio: TAG Heuer OS sobre AOSP, com pareamento mais rápido, MFi e UX mais limpa.
  • Dois tamanhos: 45 mm esportivo com safira plana e bisel cerâmico; 40 mm mais elegante com safira abaulada e escala interna.
  • Saúde primeiro: frequência cardíaca contínua, atividade, GPS de banda dupla; pacote de sono (fases, SpO₂, respiração, HRV) chegando no inverno de 2025.
  • Construção premium: aço, titânio com DLC, 50 m de resistência à água, pulseiras com quick release e melhor ergonomia.
  • Edição New Balance: 40 mm de titânio DLC, escala 0–100, pulseira com Cushion Comfort System e tênis SC Elite v5 na paleta do relógio.
  • Autonomia e carga: até 2 dias (45 mm) ou 1,5 dia (40 mm); carga total em 90 min; top-up de 30–40 min rende 1 dia.
  • Preço: US$ 1.600 a US$ 2.400; edição NB a US$ 2.050; tênis a US$ 270.

O Connected Calibre E5 não é para todos – e não pretende ser. Ele conversa com um público que quer um relógio de luxo que também é smart, e não um smart que finge ser luxo. Se a TAG Heuer sustentar o ritmo das atualizações e a estabilidade do sistema, terá consolidado um território que pouca gente explora com convicção: o do wearable que respeita a cultura relojoeira sem abrir mão do século XXI.

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