
Um showcase com sotaque: o que é o State of Play Japan
A Sony prepara um novo formato de transmissão focado nos estúdios do leste: o State of Play Japan estreia em 11 de novembro de 2025 com 40 minutos de anúncios e gameplay de jogos criados no Japão e em toda a Ásia. Em vez do tradicional “resumão” global, a proposta aqui é olhar para a cena regional – das franquias consagradas às criações independentes que fazem barulho com uma ideia bem executada. O show começa às 14h PT / 17h ET / 23h CET (02h de 12/11 em Tbilisi), um horário que deve gerar conversa na madrugada e reações durante o dia seguinte.
Haverá duas transmissões oficiais: o canal japonês da PlayStation no YouTube terá o áudio em japonês, enquanto o canal global exibirá a mesma programação com legendas em inglês. É uma decisão que vai além da acessibilidade: dá espaço para os times falarem na sua própria língua e, ao mesmo tempo, mantém a conversa mundial sincronizada.
Apresentação com assinatura: Yuki Kaji
Quem conduz o evento é Yuki Kaji, voz extremamente popular no anime e nos games. Se você acompanha Attack on Titan ou My Hero Academia, já ouviu o trabalho dele; nos videogames, seu nome passa por séries como Final Fantasy, Ys e Fire Emblem. Não é um rosto (ou melhor, uma voz) escolhido só para estampar o pôster: Kaji simboliza a ponte entre a cultura pop japonesa e a comunidade gamer global, algo que combina com a ambição do evento.
Menos rumores, mais surpresas
As últimas State of Play costumavam vazar aos poucos, com “listas” circulando semanas antes. Desta vez o pré-show ficou silencioso. A falta de pistas sugere que a Sony quer recuperar o impacto do inesperado – aquele frio na barriga do “não faço ideia do que vem a seguir”. Para quem se cansou de spoilers de bastidores, é um refresco.
Palpites com fundamento (não são vazamentos)
- Where Winds Meet – Com lançamento em PS5 e PC marcado para esta semana, é o candidato óbvio para um último trailer de impacto. Um vídeo curto enfatizando combate, exploração e algum recurso de fotografia faria sentido como push final.
- Marvel Tokon: Fighting Souls (Arc System Works) – Depois de trechos de gameplay e sessão jogável na EVO 2025, a bola da vez é uma janela mais clara de lançamento – quem sabe uma data. Num jogo de luta, um bloco dedicado a rollback, cross-play e modos competitivos cairia como luva.
- FlexStrike – O novo fight stick da PlayStation tem previsão para 2026. Mesmo que não seja a hora de abrir a caixa, um teaser de compatibilidade e posicionamento competitivo ao lado de Fighting Souls seria uma jogada esperta de ecossistema.
O coração indie e AA
O Japão e a Ásia vivem produzindo pequenas pérolas fora do circuito AAA: character action enxuto, RPGs táticos com sistemas inventivos, plataformas desenhadas à mão, experiências narrativas com estética marcante. Quando a Sony promete “de séries queridas a indies distintos”, normalmente sai ao menos um breakout do show – aquele trailer de 90 segundos que vai direto para a lista de desejos só pela clareza da ideia e do ritmo de gameplay.
Respondendo aos céticos
“Vai ser só trailer cinematográfico?” é a pergunta que sempre aparece. Com um possível bloco de ArcSys e um lançamento como Where Winds Meet batendo à porta, há espaço de sobra para sistemas de jogo em primeiro plano: janelas de parry, troca de posturas, construção de build, leitura de frames. E o papo de que “a Sony só pensa em PS6” ignora a prática de transição entre gerações: o final de ciclo costuma entregar software maduro e acessórios que pavimentam a comunidade para o que vem depois, em vez de encerrar a festa.
O que observar durante a transmissão
- Datas e janelas fechadas para projetos já maduros.
- Infra de rede: rollback consistente, cross-play funcional, torneios e ferramentas para criadores.
- Indies com proposta explicável em um minuto – o tipo de jogo que você recomenda a um amigo com duas frases.
- Ressurreições de cult classics dos anos 2000 não estariam fora de cogitação.
Por que este especial importa
Se equilibrar nomes grandes com descobertas menores, o State of Play Japan pode virar referência anual – não só para preencher calendário, mas para recolocar a vitrine asiática no centro da conversa PlayStation. E, com o ar de segredo mantido até o fim, a melhor expectativa é simples: menos “checklist de trailer”, mais momentum real para o que vamos jogar já.