STALKER 2: Heart of Chornobyl finalmente chegou ao PlayStation 5. Depois de passar um ano inteiro como exclusivo de console no Xbox Series X|S, acompanhado da versão para PC, a aguardada continuação da franquia ucraniana abre oficialmente os portões da Zona também para quem joga no console da Sony. Mas esse lançamento não é um simples “port” tardio: ele acontece em um momento em que o jogo já amadureceu bastante, recebeu uma enxurrada de atualizações e começou a desenhar um futuro que vai muito além da campanha principal.
Um ano de patches: a STALKER 2 que chega ao PS5 não é mais a do dia 1
Quando STALKER 2 estreou, a recepção misturou elogios ao clima único da série com críticas a bugs, quedas de desempenho e pequenos problemas de interface e IA. 
De lá pra cá, a GSC Game World praticamente viveu em modo de atualização contínua. Foram sete grandes updates em um ano, além de diversos patches menores que mexeram em tudo: estabilidade, otimização, correções de missões quebradas, ajustes em progressão, economia de jogo, comportamento de inimigos e companheiros.
O resultado é que a versão que desembarca no PS5 já chega com esse “histórico médico” quase todo preenchido. Para quem entra agora, a Zona continua sendo um lugar hostil e imprevisível, mas a sensação de estar jogando algo experimental, meio beta, ficou para trás. O game está mais estável, mais polido e, em muitos aspectos, mais coerente com a visão ambiciosa que o estúdio prometia desde os primeiros trailers.
Primeiro grande DLC previsto para 2026
Em relação a conteúdo extra, o primeiro ponto firme no calendário vem na forma do DLC pago. A GSC confirmou que o primeiro grande pacote de expansão de STALKER 2 está planejado para algum momento de 2026. Ainda não há janela mais precisa, nem detalhes de história ou ambientação, mas a mensagem é clara: será um conteúdo robusto, digno de ser chamado de expansão, e não um simples pacote de missões secundárias ou cosméticos.
Essa informação é especialmente importante para quem comprou a Ultimate Edition ou o Passe de Temporada, vendidos com a promessa de duas grandes expansões e acesso a todos os futuros DLCs. Olhando para o histórico da franquia, é fácil imaginar o que pode vir por aí: novas áreas da Zona, facções ganhando mais profundidade, personagens retornando em tramas paralelas, mutantes inéditos e talvez até finais alternativos que mexam com o canon da campanha principal. Nada disso está confirmado, mas é exatamente o tipo de conteúdo que combina com o universo de STALKER.
Multiplayer, mods entre plataformas e ray tracing ainda em silêncio
Antes do lançamento, o estúdio falou com certa abertura sobre seus planos de longo prazo: um modo multiplayer dedicado, suporte a mods com foco em compartilhamento entre plataformas e ray tracing com aceleração por hardware estavam na lista de promessas para o pós-lançamento. Um ano depois, esses pilares continuam mais na esfera do planejamento do que da divulgação pública.
A falta de novidades sobre o multiplayer chama atenção. A ideia de encarar a Zona em co-op, organizar incursões perigosas atrás de artefatos raros ou disputar emboscadas intensas em PvP parece quase natural para o universo de STALKER. Da mesma forma, mods sempre foram o combustível que manteve shooters single-player vivos por muitos anos no PC. Se a GSC conseguir criar um ecossistema em que mods circulem com facilidade entre PC e consoles, STALKER 2 pode deixar de ser apenas um jogo com campanha forte e virar uma plataforma viva, moldada pela comunidade. Por enquanto, porém, o estúdio prefere não prometer datas nem formatos.
O desafio de migrar para uma versão mais nova da Unreal Engine 5
Outro ponto sensível da roadmap é a atualização para uma versão mais recente da Unreal Engine 5. Nas palavras da própria GSC, isso está longe de ser um simples “update de motor”. Migrar um projeto do porte de STALKER 2 significa mexer em sistemas de renderização, ferramentas internas, física, iluminação, compatibilidade de assets e até no comportamento de save files. É um trabalho de cirurgião, com alto risco de quebrar coisas que hoje funcionam bem.
Por isso o estúdio tem sido cauteloso: não há qualquer promessa concreta de data. A mensagem oficial é que a mudança deve trazer um ganho relevante de otimização e estabilidade no futuro, mas que não vale sacrificar o presente com promessas apressadas. Enquanto isso, o time vem entregando melhorias parciais. A atualização 1.7 é citada como um exemplo claro: ela já trouxe um aumento perceptível de performance, com cenas pesadas rodando melhor e menos engasgos mesmo em hardwares mais modestos. A ideia é ir empilhando ganhos progressivos até que a grande migração de engine faça sentido e chegue em um momento mais seguro.
Números fortes: vendas, Game Pass e um ano de evolução constante
Do ponto de vista comercial, STALKER 2 mostrou que o nome da franquia ainda tem peso. Um milhão de cópias vendidas em menos de três dias colocam o jogo em um patamar respeitável para um single-player focado em atmosfera e narrativa. Somando a isso os vários milhões de jogadores que entraram pela porta do Game Pass no PC e no Xbox, o cenário fica ainda mais positivo.
Esses números importam não só como troféu de marketing, mas como garantia de fôlego para o futuro do projeto. Para um estúdio que teve que lidar com guerra, mudanças de sede, equipe dispersa e uma quantidade absurda de obstáculos logísticos, ver a comunidade abraçando o jogo é uma confirmação de que o risco valeu a pena. Ao longo de um ano, STALKER 2 foi sendo reenquadrado: de lançamento controverso, virou um título em evolução contínua, em que cada grande patch realmente faz diferença.
E agora? O futuro da Zona em PS5, Xbox e PC
Hoje, STALKER 2: Heart of Chornobyl se posiciona como algo maior do que “apenas” um lançamento de 2024 que acabou de chegar ao PS5 em 2025. Ele se comporta como uma base sobre a qual a GSC quer construir por anos. De um lado, temos a campanha single-player já mais estável e refinada, disponível em todas as principais plataformas. Do outro, uma lista de promessas em aberto: multiplayer, mods entre plataformas, ray tracing avançado e a tal atualização para uma versão mais nova da Unreal Engine 5.
O primeiro DLC, agendado para 2026, é um sinal claro de que os desenvolvedores enxergam a Zona como um projeto de longo prazo. Para quem está chegando agora no PS5, é um ótimo momento para conhecer a Chornobyl reimaginada por STALKER 2 em sua forma mais polida até aqui. Já para os veteranos de PC e Xbox, a grande curiosidade é ver se a GSC conseguirá transformar o jogo em um mundo realmente vivo, que continue mudando com o tempo – não só com correções pontuais, mas com sistemas novos, expansões e, quem sabe, aquele modo online que faz a comunidade sonhar. Uma coisa é certa: a Zona não está nem perto de se estabilizar.