Escolher um dispositivo de armazenamento para o computador pode parecer simples, mas envolve vários fatores: velocidade para o sistema operacional, espaço para jogos ou capacidade barata para guardar filmes e séries. 
A escolha geralmente se resume a dois tipos principais – SSD ou HDD. Cada um tem pontos fortes, desvantagens e usos específicos que fazem diferença no dia a dia.
SSD x HDD: diferenças fundamentais
Os SSDs (Solid-State Drive) utilizam chips de memória sem partes móveis. Isso os torna silenciosos, resistentes a impactos e incrivelmente rápidos. Modelos de ponta chegam a 14.800 MB/s de leitura e até 14.000 MB/s de escrita. Isso significa inicialização do Windows em segundos e softwares pesados, como editores de vídeo ou Photoshop, abrindo instantaneamente.
Por outro lado, os SSDs custam mais caro, principalmente acima de 4 TB. Não são ideais para gravações constantes e também não são a melhor escolha para guardar arquivos por longos períodos sem energia: dados podem se corromper após um ano desligados. Para arquivamento seguro, o ideal é duplicar em nuvem ou em outro disco. A durabilidade é medida pelo TBW (Total Bytes Written), ou seja, o volume total de dados gravados. Para o uso comum, esse limite dificilmente será atingido antes de o SSD ficar pequeno para novas demandas.
Os HDDs (Hard Disk Drive) usam discos magnéticos giratórios. A velocidade prática gira em torno de 150–180 MB/s, bem abaixo dos SSDs, e produzem ruído comparável a uma conversa baixa (25–35 dB). A vantagem está no preço e na capacidade: para backups grandes, bibliotecas de mídia ou sistemas de videomonitoramento, continuam imbatíveis. Além disso, HDDs raramente falham de repente – geralmente dão sinais como setores defeituosos ou lentidão, permitindo salvar os dados a tempo. E, diferentemente dos SSDs, preservam arquivos mesmo desligados por anos.
SSHD: o meio-termo que ficou no passado
Os híbridos (SSHD) juntavam HDD e uma pequena memória flash, guardando arquivos mais acessados para acelerar. O ganho era de 10–15%, mas com a queda de preço dos SSDs, perderam relevância e praticamente desapareceram.
Conexões e formatos
É essencial verificar quais conexões a placa-mãe ou notebook oferecem:
- M.2: padrão atual para SSDs, em vários tamanhos (2230, 2242, 2260, 2280, 22110). Aquecem bastante, então dissipador ajuda – mas em notebooks, pode faltar espaço.
- SATA: conecta tanto SSDs quanto HDDs. Em desktops, aceita 2,5″ e 3,5″; em notebooks, apenas 2,5″. O padrão SATA III chega a 600 MB/s e é retrocompatível.
- mSATA: comum em notebooks antigos, mas substituído pelo M.2 por ser mais rápido.
- PCIe: disponível apenas em PCs de mesa, usado nos SSDs mais velozes. Dependendo do número de linhas (x4 ou x8) e da geração (3.0 ou 4.0), pode atingir de 2 a 8 GB/s.
O que observar em um SSD
Fique atento ao tipo de memória (TLC é o melhor custo-benefício), suporte a setores 4K, tamanho do buffer (32 MB ou mais) e compatibilidade com NVMe, que garante as maiores velocidades. Essas características fazem diferença no desempenho real.
O que observar em um HDD
Os pontos principais são: rotação dos discos (5.400 ou 7.200 rpm), suporte a NCQ (até 10% mais rápido), setores de 4K para ganho de desempenho e cache (256 MB em PCs comuns, 512 MB em servidores ou câmeras). Mais rotação significa mais velocidade, mas também mais barulho.
Conclusão
Para o sistema operacional e programas pesados, o SSD é insuperável – de preferência NVMe via M.2 ou PCIe em PCs, ou M.2/SATA em notebooks. Jogos carregam muito mais rápido em SSD, embora o FPS não mude. Já os HDDs continuam essenciais para backups, arquivos grandes e armazenamento a longo prazo. A melhor solução hoje é usar os dois: SSD para velocidade, HDD para espaço.
1 comentário
SSD grande ainda é muito caro no Brasil 😭