A Samsung pode finalmente estar virando o jogo na corrida dos semicondutores. 
De acordo com novas informações, um protótipo do Snapdragon 8 Elite Gen 5 produzido com o processo de 2nm GAA (Gate-All-Around) foi enviado à Qualcomm para testes. O curioso é que a versão oficialmente anunciada do chip, feita pela TSMC, utiliza o processo de 3nm N3P. Isso mostra que a gigante sul-coreana não está disposta a ficar para trás e quer provar que pode competir de igual para igual com a TSMC.
Segundo o portal New Daily Economy, que cita o conhecido leaker @Jukanlosreve, o chip da Samsung passou pelos testes internos de qualidade antes de ser enviado à Qualcomm. Isso ainda não significa aprovação para produção em massa, mas é um passo importante. A Qualcomm agora irá realizar uma bateria de testes rigorosos, avaliando eficiência energética, desempenho, dissipação de calor, estabilidade e taxa de rendimento dos chips. Somente se todos esses critérios forem atendidos, a Samsung avançará para a fase de produção experimental – etapa que ela já completou anteriormente com o processador Exynos 2600.
Esse processo, no entanto, pode levar tempo. Analistas afirmam que a fase de testes pode durar entre seis meses e um ano. E há riscos: se a Qualcomm não ficar satisfeita com o resultado, pode cancelar o contrato imediatamente. Por outro lado, se a parceria der certo, a Samsung poderá recuperar terreno no mercado e criar um modelo de fornecimento duplo com a TSMC, algo que não acontece há anos. Isso seria benéfico para toda a indústria, já que aumentaria a concorrência e reduziria a dependência de um único fabricante.
O fator custo também pesa. Fontes afirmam que a Qualcomm e a MediaTek estão pagando até 24% a mais para fabricar o Snapdragon 8 Elite Gen 5 e o Dimensity 9500 na TSMC, em comparação com seus antecessores. E as previsões para o futuro não são otimistas: as wafers de 2nm da TSMC devem custar cerca de US$ 30 mil por unidade. Essa escalada de preços pressiona fabricantes a buscarem alternativas mais baratas. Caso a Samsung consiga oferecer um produto competitivo, mantendo boa performance e custos mais baixos, poderá conquistar clientes importantes que hoje dependem exclusivamente da TSMC.
Mesmo assim, há desafios internos. As taxas de rendimento do Exynos 2600 ainda giram em torno de 50%, quando o ideal seria pelo menos 70%. Especialistas apontam que o problema não é a tecnologia GAA em si – considerada avançada – , mas sim questões de gerenciamento de produção e cronogramas. Por isso, o envio do chip de 2nm à Qualcomm não é apenas um teste técnico, mas uma prova de maturidade para a divisão de fundição da Samsung.
Um analista do setor resumiu bem: se a Samsung conseguir cumprir os padrões exigidos pela Qualcomm, o mercado global de fundição pode mudar drasticamente. A TSMC deixaria de ter domínio absoluto, abrindo espaço para uma competição mais equilibrada. E para os consumidores, isso pode significar smartphones mais rápidos, eficientes e, quem sabe, um pouco mais baratos.
Por enquanto, todos os olhos estão voltados para os laboratórios da Qualcomm. Se os testes confirmarem o sucesso do processo de 2nm da Samsung, o Snapdragon 8 Elite Gen 5 poderá se tornar o primeiro chip topo de linha a ser fabricado tanto pela TSMC quanto pela Samsung – um marco que pode redefinir o futuro da indústria de chips.