A corrida pelos sensores de imagem entrou em uma nova fase: a tecnologia LOFIC (Lateral Overflow Integration Capacitor) deve sair do nicho experimental para ganhar espaço em flagships e intermediários premium a partir de 2026. 
Fabricantes de sensores e marcas de smartphones já alinham projetos para capturar cenas extremas com mais naturalidade: destaques preservados, HDR de exposição única e vídeos estáveis sem fantasmas de multi-frame.
LOFIC, em bom português: o que muda no pixel
Todo pixel tem um limite de carga – o famoso full-well capacity. Quando a luz passa desse teto, o destaque “estoura”. O LOFIC adiciona um capacitor lateral que recebe o excesso de elétrons quando o fotodiodo satura. Na prática, o pixel ganha um “tanque reserva” que amplia o alcance dinâmico em uma única exposição. Resultado: menos clipping em áreas muito iluminadas, gradações mais suaves, cores mais fiéis e liberdade para alongar a exposição sem que o céu vire um borrão branco.
Já vimos isso funcionando
A OmniVision levou o conceito às prateleiras com o OV50K no Honor Magic6 Ultimate, linha conhecida por testar ideias ousadas. Depois, apresentou o OV50X – um sensor de 1" voltado ao topo de linha, com suporte a vídeo 8K HDR. Esses chips mostraram o que importa: roll-off elegante nos highlights e HDR robusto capturado em um único read, reduzindo a dependência de pilhas de quadros e sincronismos complicados.
Roteiro: 2026 em diante
- OmniVision × vivo: a parceria deve render um primeiro salto de adoção em massa, levando LOFIC para um flagship “de catálogo”, não só para linhas experimentais.
- Sony (final de 2026): um sensor 1/1,3" com LOFIC – possivelmente o LYT-838 – mirando equilíbrio entre captação de luz e módulos finos, essencial nos Androids topo.
- Samsung (fim de 2026 / início de 2027): um 200 MP de ~1/1,1" apelidado ISOCELL HPA, somando resolução altíssima com controle de estouro nos modos binados.
- Apple (2027–2028): trabalhando em um sensor próprio com cerca de 100 MP, integrando sensor, ISP e fotografia computacional de ponta a ponta.
Por que o HDR de exposição única é decisivo
O HDR por múltiplos quadros funciona – até alguém se mexer, a cena piscar ou você fazer um pan rápido. O LOFIC reduz fantasmas e serrilhados, preserva microdetalhes e simplifica o pipeline. Em vídeo, ajuda a manter consistência de exposição e cores de realces, algo crítico em 4K/8K HDR.
Carros também ganham: adeus, flicker de LED
Câmeras automotivas vivem cercadas de LEDs (faróis, lanternas, letreiros). A exposição mais longa favorecida pelo LOFIC reduz a cintilação e as faixas que confundem sistemas ADAS e atrapalham a leitura de placas, além de melhorar a qualidade de registros de segurança.
Desafios de adoção (e o prêmio)
É preciso recalibrar ISPs, curvas de tom, área de die e consumo, além de integrar LOFIC a arquiteturas empilhadas e leituras de ganho duplo. Mas o retorno é claro: realces mais texturizados, HDR confiável e vídeo limpo em luz difícil. Se os prazos se confirmarem, 2026 marca a virada do LOFIC de demo para padrão de mercado.
Resumo rápido
| Fabricante | Sensor / Tamanho | Janela | Destaques |
|---|---|---|---|
| OmniVision | OV50K (já), OV50X (1") | Agora → 2026 | 8K HDR; parceria com vivo no radar |
| Sony | LYT-838 (1/1,3") | Final de 2026 | Foco em flagships Android |
| Samsung | ISOCELL HPA (200 MP, ~1/1,1") | 2026–2027 | Binning com menos clipping |
| Apple | ~100 MP, in-house | 2027–2028 | Pilha sensor + ISP + software |
Em uma frase: o LOFIC deve virar o novo “must” das câmeras móveis e automotivas – menos estouro, mais alcance e HDR sólido em qualquer cena.