A Samsung voltou a agitar o mercado com o anúncio de seu novo cronograma de atualizações: o One UI 8, interface baseada no Android 16. Apenas um dia após liberar o update para a linha Galaxy S25 na Coreia do Sul, a empresa revelou um plano ousado: quase 60 aparelhos entre smartphones e tablets devem receber a atualização em apenas dois meses. A lista inclui não só os modelos premium, mas também intermediários e até de entrada, mostrando a estratégia agressiva da marca em ser líder quando o assunto é suporte de software no universo Android.
Em outubro, os holofotes estarão sobre os flagships mais recentes. A linha completa do Galaxy S24, os modelos S23 e S22, além dos dobráveis Z Fold 6 e Z Flip 6, já estão confirmados. Os tablets Tab S9 e Tab S10 também entram na primeira leva, junto com intermediários populares como Galaxy A36, A35, A34 e A25. Até mesmo dispositivos robustos como o XCover 7 Pro e o Tab Active 5 estão no calendário. Modelos de nicho, como as linhas Quantum, Jump e Buddy, também foram lembrados.
Em novembro, será a vez do Z Fold 5, Z Flip 5, da família Tab S8 e de aparelhos mais acessíveis, como o Galaxy A15, A16 e A24. 
Os tablets Tab A9, Tab A9 Plus e Tab A11 também vão embarcar no Android 16 com a One UI 8. Em outras palavras, se você comprou um Galaxy nos últimos dois ou três anos, há grandes chances de estar na lista.
A dúvida é: será que a Samsung consegue cumprir um plano tão ambicioso? O histórico da empresa é misto. O lançamento do One UI 7 (baseado no Android 15), no início de 2024, foi marcado por atrasos e problemas técnicos – até os topos de linha da série S24 sofreram com bugs e demoraram meses para receber versões estáveis. Por outro lado, a transição para o One UI 6, no fim de 2023, ocorreu de forma bem mais tranquila, o que dá esperança de que a companhia consiga repetir o bom desempenho agora.
O mais interessante do One UI 8 é que ele não aposta em mudanças drásticas, mas sim em refinamentos. A atualização traz animações mais fluidas, visual mais limpo, maior estabilidade e, principalmente, recursos de inteligência artificial. O sistema aprende com o uso, sugere ações, otimiza o consumo de bateria e se adapta ao contexto de forma quase imperceptível. São melhorias que talvez não chamem a atenção em comerciais, mas que fazem toda a diferença no uso diário.
A inteligência artificial, hoje, é peça central na experiência mobile, e a Samsung aposta forte nessa frente. Em vez de inovações chamativas que podem acabar esquecidas, a ideia é oferecer soluções discretas que realmente tornam a vida mais prática. E isso não vale só para os donos de aparelhos premium: até quem tem um Galaxy A15 ou Tab A9 sentirá o impacto dessas melhorias.
Do ponto de vista estratégico, o desafio é enorme. A Samsung precisa provar que consegue competir não apenas com outros fabricantes Android, mas também com a Apple, que sempre foi referência em atualizações rápidas e abrangentes no iOS. Se a empresa conseguir entregar o One UI 8 para dezenas de aparelhos em tão pouco tempo, reforçará sua imagem de líder em suporte de software – e pode pressionar concorrentes que ainda engatinham nesse quesito.
Claro que há riscos. Problemas inesperados de software, exigências de operadoras ou diferenças regionais podem atrasar os prazos. Fora da Coreia, é provável que as atualizações cheguem em ondas, não de uma vez. Ainda assim, a mensagem é clara: a Samsung quer mostrar que pode acelerar e padronizar seu ciclo de updates.
Vale a pena esperar pelo One UI 8? Sem dúvida. Embora não traga mudanças revolucionárias, a ênfase em estabilidade, desempenho e inteligência artificial faz dele um update valioso para todos. Para os topos de linha, é a garantia de extrair ainda mais dos hardwares poderosos. Para intermediários e de entrada, é a chance de ter uma experiência próxima à dos flagships. Agora resta acompanhar outubro e novembro para ver se a Samsung cumprirá sua palavra. Se der certo, este update pode se tornar um divisor de águas na história do Android.