A Samsung deu um passo ousado na corrida dos semicondutores ao instalar, ainda no início do ano, sua primeira máquina de litografia High-NA EUV na planta de Hwaseong. O equipamento, o ASML EXE:5000, é considerado o mais avançado do mundo e simboliza a entrada da empresa em uma nova fase tecnológica, mirando não só os 2nm, mas também o processo de 1,4nm. Cada máquina custa quase 400 milhões de dólares, e por isso o governo sul-coreano se prepara para zerar as tarifas de importação, reduzindo custos e fortalecendo a competitividade global do setor no país.
Para a Samsung, o movimento é estratégico. 
Sua maior rival, a TSMC, domina há anos o mercado de nós avançados, fornecendo chips para gigantes como Apple, Nvidia e AMD. Essa posição quase monopolista permitiu que a TSMC aumentasse preços de forma significativa nos últimos anos. Agora, com a adoção da High-NA EUV, a Samsung quer diminuir a distância e se posicionar como alternativa viável. Informações de bastidores indicam que a empresa já resolveu problemas de rendimento no nó GAA de 2nm, que deve estrear com o Exynos 2600 ainda este ano. Com a produção estabilizada, a Samsung pretende abrir espaço para clientes externos, pressionando ainda mais a TSMC.
Os críticos, no entanto, não esquecem do passado. Muitos lembram que a Samsung renomeou seu processo de 10nm para 8nm sem grandes ganhos reais, enquanto a TSMC entregava avanços claros em densidade e eficiência. Além disso, há dúvidas sobre como a Samsung será competitiva em preço, já que as máquinas High-NA custam muito mais que as linhas EUV convencionais da TSMC, mesmo com incentivos fiscais. Por outro lado, defensores da empresa argumentam que sem competição real o mercado fica refém de uma única fornecedora, e o resultado é inevitável: preços mais altos para todos, do fabricante ao consumidor final.
A corrida também não é exclusiva da Samsung. A SK Hynix já instalou um sistema High-NA EUV para a produção de memória, e empresas japonesas também estão se movimentando para entrar nesse segmento. O cenário indica que a fabricação de chips deve se descentralizar nos próximos anos, ampliando a disputa e equilibrando a oferta. Para os consumidores, isso pode representar um alívio frente à escalada de preços que marcou o setor recentemente.
Nos planos da Samsung, a produção em massa de chips de 1,4nm está prevista para 2027. Se alcançar essa meta, a empresa não só conquistará vantagem tecnológica como poderá alterar de forma significativa a dinâmica da indústria. Há quem duvide, mas o jogo está aberto – e quem ditar o ritmo dessa corrida definirá o futuro da inovação mundial na próxima década.
4 comentários
já renomearam 10nm pra 8nm antes só pra pagar de competitivos, espero que não repitam a palhaçada
intel 18A é 💩, ninguém quer
todo mundo zoa a samsung mas depois reclama do preço da tsmc. precisamos de concorrência urgente
amd, nvidia e apple dependem 100% da tsmc, isso é perigosíssimo. samsung precisa reagir