A aposta da Samsung em um novo formato de dispositivo vestível, o Galaxy Ring, não está saindo como planejado. O anel inteligente chegou ao mercado prometendo estilo, recursos de monitoramento de saúde e uma bateria de longa duração, mas a realidade relatada por muitos usuários é bem diferente. Nos últimos dias, cresceu o número de relatos sobre falhas sérias, principalmente relacionadas à autonomia da bateria. 
Para piorar, um caso extremo chamou a atenção: um Galaxy Ring teria inchado no dedo de um usuário, obrigando uma remoção em hospital.
De expectativa a frustração
No lançamento, a Samsung divulgou que o Galaxy Ring poderia durar quase uma semana com apenas uma carga. No entanto, a experiência prática está deixando muita gente irritada. Em fóruns da própria empresa e no Reddit, usuários relatam que a carga agora mal aguenta um único dia. Há ainda quem diga que o estojo de carregamento também não mantém energia suficiente, tornando a recarga praticamente inútil. A ideia de um acessório discreto e prático está virando sinônimo de dor de cabeça.
Os exemplos de falha são preocupantes. Um usuário contou que em apenas um mês o tempo de uso caiu de cinco dias para menos de quatro horas. Outro disse que a bateria drena 1% a cada dois minutos. Esses relatos indicam que não se trata de casos isolados, mas sim de um defeito mais amplo, possivelmente ligado a lotes inteiros do produto.
Garantia e suporte deixam a desejar
Alguns consumidores conseguiram substituição ou reembolso pela garantia, e em certos casos a Samsung reconheceu defeito de bateria. Mas muitos outros descrevem um processo lento e burocrático, cheio de testes e tentativas de diagnóstico antes de receber qualquer solução. Para um dispositivo premium, essa experiência de pós-venda gera ainda mais insatisfação.
A situação ficou ainda mais delicada depois do episódio em que a bateria inchou e o anel ficou preso no dedo de um usuário. Apesar de ser um caso raro, o incidente levanta um alerta sério sobre segurança, pois um acessório que deveria ser confortável e funcional não pode colocar em risco a saúde do consumidor.
O que diz a Samsung
A empresa respondeu às críticas por meio de seus canais oficiais, orientando usuários a seguirem passos de diagnóstico, enviarem relatórios de erro e procurarem assistências autorizadas. A medida, porém, não parece suficiente para acalmar quem já perdeu a confiança no produto. Muitos clientes pedem um posicionamento mais transparente e explicações claras sobre a origem do problema.
Vale a pena comprar agora?
O conceito do Galaxy Ring continua interessante: um acessório compacto e discreto que oferece recursos de saúde sem o peso ou tamanho de um smartwatch. Mas, diante de tantas reclamações sobre bateria, falhas de recarga e até riscos raros de segurança, a compra no momento se mostra arriscada. Em dispositivos vestíveis, a autonomia é um dos fatores mais importantes, e qualquer deslize nesse ponto compromete toda a proposta.
Para quem pensa em adquirir o gadget, a recomendação mais prudente é esperar. Dar tempo para que a Samsung investigue e corrija os defeitos pode evitar frustrações futuras. O mercado de wearables é competitivo, e confiança do consumidor pode ser perdida rapidamente se a empresa não agir com firmeza.
Conclusão
Em um cenário onde já precisamos carregar celulares, fones de ouvido, notebooks e smartwatches, um dispositivo extra que exige recargas constantes perde boa parte do seu apelo. O Galaxy Ring ainda tem potencial, mas a Samsung precisa mostrar que pode entregar estabilidade e segurança. Até lá, o anel pode ser lembrado mais pelos problemas do que pela inovação que prometia.