A Samsung está prestes a apresentar um dos dispositivos mais ousados de sua história recente: o aguardado smartphone Galaxy G Fold, com tela tri-dobrada. 
A ideia soa futurista, mas a estratégia da empresa mostra que, por enquanto, a aposta é mais cautelosa do que revolucionária.
No início, circulavam rumores de que a Samsung planejava fabricar cerca de 200 mil unidades. Mas novos relatórios apontam para um corte drástico: a produção será limitada a apenas 50 mil aparelhos. E mais – o lançamento ocorrerá somente em alguns poucos mercados de alto poder aquisitivo, como um teste para medir o interesse real do consumidor por esse formato inédito.
Isso significa que conseguir um G Fold será quase uma missão impossível. Para colecionadores e fãs de tecnologia dispostos a gastar, o aparelho pode virar um símbolo de status. Já para a maioria, o preço e a escassez vão se tornar barreiras intransponíveis. Especialistas já alertam que a revenda em plataformas como eBay deve inflacionar os valores em múltiplas vezes, transformando o smartphone em artigo de luxo ainda mais inacessível.
A estratégia não é por acaso. O Galaxy Z Fold 7, lançado recentemente, está apresentando desempenho comercial excelente. A Samsung não quer que o G Fold ofusque o modelo carro-chefe da linha dobrável. Em vez disso, a nova aposta funcionará como um “laboratório vivo” para estudar o comportamento do mercado, sem comprometer a base já consolidada.
Curiosamente, essa abordagem se repete em outro segmento promissor: os dispositivos XR (Realidade Estendida). O projeto Moohan, uma espécie de óculos/visor misto que deve chegar ao mercado por um preço inferior ao do Apple Vision Pro, também será lançado em quantidade reduzida e em regiões específicas. A lógica é a mesma: testar a aceitação antes de partir para uma produção em larga escala.
Enquanto a Apple costuma mergulhar de cabeça em novas categorias – como fez ao projetar milhões de unidades do Vision Pro – , a Samsung prefere caminhar com cuidado. A empresa parece ter aprendido com os primeiros anos dos dobráveis, que demoraram para conquistar o grande público. Agora, prefere experimentar sem arriscar um fracasso bilionário.
Fontes da indústria afirmam que o Galaxy G Fold pode ser anunciado já no próximo mês. Ainda assim, com distribuição tão restrita, dificilmente o aparelho terá impacto imediato no mercado global. O mais provável é que se torne peça de colecionador, uma vitrine de inovação e um passo inicial rumo a um futuro de dispositivos cada vez mais flexíveis.
Para os consumidores, o cenário é ambíguo: poucos sortudos terão em mãos um dos smartphones mais raros da Samsung, enquanto a grande maioria ficará de fora, observando os preços dispararem. Para a empresa, no entanto, trata-se de um movimento estratégico – obter dados preciosos sobre o apetite do público sem colocar em risco sua liderança atual.
1 comentário
coisa de colecionador, público normal nem sonha em ver um