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Remake de Assassin’s Creed Black Flag: o que esperar do retorno do épico pirata

por ytools
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A Ubisoft continua fingindo que nada foi anunciado, mas o cenário já está bem claro para quem acompanha de perto a franquia: tudo indica que Assassin’s Creed Black Flag vai ganhar um remake completo e que essa nova versão deve chegar bem no fim do atual ano fiscal da empresa. De acordo com o último relatório financeiro e com uma matéria do site Insider Gaming, o misterioso título “não anunciado” previsto até 31 de março de 2026 seria justamente o retorno do épico pirata, com janela de lançamento na semana de 23 de março de 2026.

Durante a apresentação aos investidores, a Ubisoft voltou a destacar que Assassin’s Creed é o grande motor da companhia, e deixou no calendário um espaço para mais um grande lançamento antes do fechamento do ano fiscal.
Remake de Assassin’s Creed Black Flag: o que esperar do retorno do épico pirata
Oficialmente, não há nome, mas fontes ouvidas pela imprensa especializada afirmam que se trata de um remake de Black Flag, não de um simples remaster com textura em 4K. O desenvolvimento estaria sendo liderado pela Ubisoft Singapore, estúdio que ajudou a criar os sistemas navais do original e depois assumiu o turbulento Skull and Bones. Esse histórico faz parte do charme e do medo: o time entende de batalhas marítimas, mas também carrega nas costas um projeto que não empolgou.

O objetivo, segundo os rumores, é trazer Black Flag para o patamar dos capítulos mais recentes com pegada de RPG, como Assassin’s Creed Shadows. Isso significa cenários mais densos, ilhas com mais segredos, cidades portuárias cheias de vida, progressão de personagem repensada e um combate que mantenha a essência de Edward Kenway, mas sem aquela sensação de animações travadas da era pré-Origins. Além da repaginada visual, o remake deve incluir missões inéditas, novas rotas de tesouro, atividades secundárias em alto-mar e no solo, para que veteranos não sintam que estão apenas repetindo a mesma jornada com água mais brilhante.

A mudança mais polêmica, porém, tem a ver com o que pode ficar de fora. Vários relatos apontam que as seções no presente – aquelas partes em escritórios e laboratórios da Abstergo – serão cortadas por completo. Para uma parcela dos fãs, isso soa quase como apagar o elo da série com o grande conflito entre Assassinos e Templários. Já para outro grupo, é um alívio: há anos essas sequências são criticadas como “quebra-clima” que só atrapalha a volta ao convés. Em fóruns e redes sociais, a comunidade já deixou claro outro pedido: se é para mexer em estrutura, que mexam primeiro nas missões de cauda e perseguição, aquelas em que um passo errado reinicia tudo e testa a paciência mais do que qualquer tempestade em mar aberto.

Há também uma pontinha de luto em relação a elementos improváveis de retornar. O Black Flag original teve um aplicativo de companheiro que deixava o jogador gerenciar frotas e coletar recursos pelo celular ou tablet enquanto estava longe do console ou do PC. Era uma das poucas experiências “segunda tela” que realmente funcionavam e faziam diferença na progressão, especialmente para quem aproveitava pausas no trabalho para despachar navios em novas rotas. Hoje quase ninguém acredita que a Ubisoft vá ressuscitar esse tipo de integração, mas muita gente lembra com carinho de como esse sistema encaixava com a fantasia de comandar um império pirata mesmo longe da TV.

O que ninguém discute é a força da fantasia pirata de Black Flag. Basta rolar os comentários para encontrar histórias de jogadores que passavam noites inteiras sem pisar em terra firme, só navegando pelos mares do Caribe, caçando navios lendários no horizonte, mergulhando em destroços e ouvindo o coro da tripulação cantando shanties. Para essa galera, foi nesse jogo que Assassin’s Creed deixou de ser apenas uma série sobre telhados de cidades históricas e virou o melhor simulador de vida pirata já lançado por um grande estúdio. Ao mesmo tempo, não faltam vozes dizendo que o jogo é superestimado: criticam missões repetitivas em terra, acham a história ok e preferem de longe o tom mais épico e dramático de Origins ou o clima viking de Valhalla.

Essa divisão se reflete diretamente no clima ao redor do remake. De um lado, há quem já esteja brincando que a Ubisoft garantiu antecipadamente o prêmio de Jogo do Ano de 2026 e mal pode esperar para ver ondas de nova geração estourando no casco do Jackdaw. Do outro, estão os desconfiados, lembrando que desde Black Flag vários jogos de pirata decepcionaram, inclusive o próprio Skull and Bones. Para eles, existe o risco de o projeto virar apenas um remaster de luxo com um “remake” na capa e um punhado de microtransações no porão.

Muito da confiança – ou da falta dela – vai depender do quanto a Ubisoft Singapore terá liberdade para ir além de uma reforma de fachada. A comunidade pede animações mais fluidas, abordagens mais cinematográficas, combates corpo a corpo mais responsivos, além de encontros inesperados em alto-mar que deixem cada viagem diferente da anterior. Há também um desejo claro de ver o stealth atualizado, com sistemas mais próximos da era pós-Origins, mas sem sufocar aquela sensação leve e viciante que fazia o jogador “só dar mais uma volta” antes de desligar o console. Em paralelo, cresce o medo de que mecânicas e ideias de Skull and Bones sejam recicladas aqui, junto com uma camada pesada de serviços e eventos sazonais.

Também é importante notar que o remake de Black Flag não vem sozinho: ele faz parte de um plano maior para transformar Assassin’s Creed quase em um “universo compartilhado”. Para este ano, está no foco Assassin’s Creed Shadows, enquanto Mirage segue recebendo atualizações e conteúdo extra. Para o ano que vem, fala-se em uma grande expansão de Shadows, além de um projeto multiplayer e do sombrio Assassin’s Creed Hexe, que deve explorar temas de bruxaria. Encaixar Black Flag nesse calendário passa uma mensagem clara: a história de Edward Kenway não é apenas nostalgia barata, mas uma peça central para manter a marca em evidência entre lançamentos inéditos.

Do ponto de vista financeiro, o movimento também faz sentido. A Ubisoft vem atribuindo seus resultados positivos à força da franquia: Mirage já bateu a marca de dezenas de milhões de cópias, Shadows chega para ser outro grande pilar, e fechar o ano fiscal com um remake de peso pode render mais um pico de receita com risco bem menor do que o de uma IP totalmente nova. O desafio é convencer o público mais cético de que se trata de uma reimaginação genuína, e não de um remaster apressado com água mais bonita.

Por enquanto, tudo isso ainda está no campo dos rumores: a Ubisoft não confirmou oficialmente o remake, nem mostrou imagens, nem detalhou mudanças. Só quando o projeto for apresentado de verdade saberemos até que ponto a estrutura de missões foi refeita, se os trechos mais odiados foram redesenhados e qual é o salto técnico em relação ao original. Mas o barulho em torno de Black Flag já deixa claro o tamanho da responsabilidade. Tem fã praticamente implorando para a empresa não estragar o Assassin’s Creed favorito de sua vida, tem gente torcendo para finalmente se apaixonar por um jogo que não funcionou tão bem lá em 2013, e quase todo mundo concorda em um ponto: se a Ubisoft realmente vai levantar de novo o velho jolly roger, desta vez não pode afundar no meio da viagem.

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