O aguardado banho de loja do Fitbit enfim começou a aparecer nos celulares – mas, por enquanto, só para uma parte dos usuários. A Google iniciou a liberação de uma prévia pública do novo aplicativo, com visual baseado no Material 3 Expressive e um coach pessoal impulsionado pelo Gemini. A mudança não é mera maquiagem: a ideia é aproximar a experiência do Fitbit do resto do ecossistema Google e, ao mesmo tempo, abrir caminho para orientações mais inteligentes e contextuais. 
A prévia está chegando a assinantes do Fitbit Premium nos EUA; a expansão mais ampla está planejada para o ano que vem.
O que está chegando nesta fase
Há dois pilares neste pacote: o redesenho e o acesso antecipado ao coach com IA. O Material 3 Expressive (M3E) traz formas mais marcadas, animações suaves e hierarquia mais clara, deixando o app mais moderno e coerente. Já o coach com Gemini aparece como um atalho visível nas telas de métricas, prometendo conversas naturais e recomendações ajustadas aos seus objetivos. Por ser uma prévia, ambos os recursos podem receber ajustes antes do lançamento geral.
Navegação enxuta e sincronização sem esforço
A barra inferior ficou mais baixa, liberando espaço útil especialmente em telas menores. A melhor novidade prática é o gesto de pull-to-sync: puxe para baixo em qualquer uma das quatro abas principais para sincronizar seu Pixel Watch ou pulseira Fitbit. Durante o processo, uma animação circular exibe as formas características do M3E – é um detalhe, mas dá identidade à rotina. Quando a sincronização termina, a etiqueta “Fitbit Premium” no topo dá lugar a um indicador linear de progresso, comunicando estado de forma discreta e consistente.
Métricas que convidam à exploração
As páginas de dados – como Passos e Sono – ganharam uma barra flutuante com um botão de ação (FAB) bem destacado para trocar o período de análise. Em um toque, você alterna entre Dia, Semana, Mês, 3 Meses ou Ano. Parece simples, mas reduz fricção quando você quer detectar padrões em vez de olhar apenas o número do dia. Ao bater uma meta, uma animação de “check” celebra a conquista no estilo Expressive, tornando o momento mais gratificante.
O coach, sempre a um toque de distância
Em cada bloco em formato de “pílula”, há um botão flutuante que abre o coach pessoal – é ali que vive a prévia com Gemini. A decisão de posicioná-lo dentro do fluxo, e não escondido em menus profundos, diz muito sobre a ambição da Google: entregar orientação rápida no contexto da métrica que você está consultando e transformar microinterações em hábitos saudáveis ao longo do tempo.
Layout em camadas e seções temáticas
Os ambientes Today, Fitness e Sleep adotaram um desenho em camadas. Os indicadores principais ficam no topo, sobre um fundo temático; abaixo, um conjunto de cartões se expande conforme a rolagem, criando sensação de profundidade e ritmo de leitura. A cor também trabalha a favor da orientação: o Fitness veste um tom de verde-água (teal), enquanto o Sleep aposta no roxo. Essa codificação cromática ajuda o cérebro a reconhecer o contexto sem esforço extra, mesmo em navegações rápidas entre telas.
O que ainda falta: Dynamic Color
Para quem ama o Material “completo”, há um ausente notável: o Dynamic Color, que adapta os acentos do app às cores do papel de parede. Na prévia, barra inferior, toolbar e FAB continuam usando o azul padrão do Fitbit. Não é um problema funcional, mas os donos de Pixel – e fãs de personalização – vão perceber a lacuna. Nada impede que isso mude até a chegada do lançamento amplo.
Por que a mudança importa além da estética
O app é o coração do ecossistema Fitbit. É ali que moram históricos, metas e insights, seja você dono de uma pulseira leve ou de um smartwatch completo. Um design atual não serve só para encantar: ele encurta caminhos, melhora a leitura de tendências e reduz o atrito do dia a dia. Ao somar o coach com IA, o aplicativo deixa de ser apenas um painel e se aproxima de uma “superfície de orientação”, capaz de contextualizar seus números e sugerir o próximo passo no momento certo.
Primeiras impressões: promissor, embora um pouco carregado
Pelos prints e relatos iniciais, alguns trechos parecem densos. Normal em prévias públicas: equipes costumam manter elementos extras e respiros generosos antes de lapidar. O importante é que há coerência: a barra inferior mais compacta, o FAB consistente para períodos e a metáfora de folhas em camadas constroem um modelo mental previsível – resumo no alto, mergulho a um toque, coach sempre por perto.
Disponibilidade e cronograma
Neste momento, a prévia atende assinantes do Fitbit Premium nos Estados Unidos. Tanto o visual em M3E quanto o coach Gemini devem alcançar mais regiões e perfis no próximo ano. Se o seu app ainda não mudou, é provável que sua conta não tenha sido incluída na leva atual – e não que o seu aparelho não seja compatível.
Fechando a conta
A Google não só pintou as paredes; também rearranjou os móveis para a casa funcionar melhor. O passe de Material 3 Expressive alinha o Fitbit ao restante do portfólio, o pull-to-sync e os ajustes de navegação economizam toques todos os dias, e a presença constante do coach sinaliza uma fase em que o app ajuda você a agir, não apenas a observar. Falta o Dynamic Color e há telas um pouco ocupadas, mas, para uma prévia pública, o passo já é significativo. Para quem vive no app, o novo Fitbit tende a deixar as rotinas mais rápidas e os padrões mais claros.
1 comentário
O coach vai ajudar mesmo ou é só papo de IA? veremos