
‘Predador: Terras Desertas’ bate recorde histórico de franquia – e explica o futuro da série
Após quase quatro décadas de troféus de crânios, falas icônicas e sequências que oscilaram entre o status de clássico cult e a necessidade de recuperação, Predador: Terras Desertas alcançou um feito impressionante: uma estreia global de 80 milhões de dólares – aproximadamente 40 milhões nos EUA e 40 milhões internacionalmente. Este é o maior lançamento de qualquer filme da franquia Predador, incluindo os spin-offs de Alien vs. Predador. Para uma série que, muitas vezes, esteve dividida entre o amor cult e a crítica mista, esse feito não é apenas um número, mas um sinal claro de que encontrou um caminho para expandir seu público sem perder o que a torna única.
O diretor Dan Trachtenberg, que trouxe uma nova energia com o filme de 2022, Predador: A Caçada, e o antológico Killer of Killers, segue sua sequência de acertos. Terras Desertas é um filme de ação sci-fi mais acessível, com classificação PG-13, uma novidade para a série principal, e com uma proposta audaciosa: colocar o Predador como protagonista. Dek (Dimitrius Schuster-Koloamatangi), um jovem Yautja que busca provar seu valor para seu pai em um planeta mortal, acaba se encontrando com Thia (Elle Fanning), uma sintética da Weyland-Yutani, amarrando a trama com o universo de Alien sem cair no clichê de crossover forçado.
A aposta de Trachtenberg está funcionando. As críticas têm sido positivas (IGN deu nota 8/10), e as reações do público mostram que a fórmula funciona para diferentes gerações: fãs mais antigos analisando o código Yautja, jovens curiosos com a ideia do Predador como protagonista e o público em geral elogiando a clareza da história. Trachtenberg mencionou O Exterminador do Futuro 2 como inspiração, buscando criar algo visceral e impactante, mas também acessível emocionalmente – como um sci-fi que qualquer pessoa poderia assistir e se envolver com a história.
O contexto é importante, porém. Comparações com O Predador de 2018 têm gerado debates sobre números de bilheteira: dependendo de como você conta os dados, esse filme teve uma estreia um pouco abaixo de 80 milhões. Mas, independentemente dos números de 2018, Terras Desertas agora é o recordista de estreia na franquia, levando em conta os valores atuais. A grande questão é: será que o filme vai conseguir manter o ritmo? O lançamento inicial é uma boa notícia, mas é a consistência nos próximos dias que vai definir o sucesso duradouro.
Com um orçamento estimado entre 100 e 105 milhões de dólares, os 80 milhões alcançados no primeiro fim de semana são promissores, mas ainda não definitivos. O fato de ser um filme PG-13 e mais acessível pode ajudar a manter a bilheteira nas semanas seguintes, especialmente com a atração do público mais jovem, que pode ter se familiarizado com a franquia através de memes ou do sucesso de A Caçada. O público de várias faixas etárias também está se conectando com o filme, como evidenciado pela avaliação dos filhos de 12 e 15 anos, que deram 8/10, enquanto os pais se mostraram ainda mais entusiasmados. É um equilíbrio interessante, algo que a franquia nunca conseguiu antes.
A principal inovação do filme é a escolha de Dek como protagonista. Em vez de seguir a fórmula repetida de filmes anteriores, que sempre mostraram o Predador como uma ameaça, Terras Desertas humaniza a criatura, apresentando o código Yautja como uma força motivadora para o personagem. Isso coloca a trama em um caminho mais pessoal e profundo. A presença de Thia, por sua vez, insere com sutileza os elementos de Weyland-Yutani, deixando as portas abertas para futuros crossovers sem forçar a barra. A construção do mundo é feita com uma leveza que não joga tudo de uma vez, mas sugere algo maior por vir.
No entanto, o lançamento moderno é cada vez mais afetado pelos vazamentos nas redes sociais. Muitos fãs acabam vendo cenas importantes antes de chegarem ao cinema. Mas isso não necessariamente diminui o interesse; na verdade, cria uma expectativa ainda maior para o que o filme oferece em termos de ritmo, cenas de ação e impacto visual. Terras Desertas sabe como equilibrar isso, entregando uma ação que se faz entender sem precisar de cortes rápidos e confusos. A qualidade visual é impressionante, e o filme consegue ser compreensível, mesmo para quem já viu spoilers.
O que vem a seguir? O final deixa claro que há uma sequência em mente, e aqueles que assistiram a Killer of Killers podem ter notado as dicas para uma possível expansão do universo do Predador. Se a franquia seguir esse caminho de forma controlada – introduzindo Weyland-Yutani com parcimônia, flertando com o universo Alien de maneira mais suave e, quem sabe, finalmente entregando a tão aguardada aparição de Dutch – teremos uma franquia com mais identidade e longevidade. A chave aqui será não cair na tentação de repetir o mesmo filme de 1987.
Para concluir, a estreia recorde de Predador: Terras Desertas demonstra que a franquia ainda tem muito a oferecer. O Predador pode ser o herói, o PG-13 pode ser emocionante e, mais importante, a série conseguiu atrair novos fãs sem alienar os antigos. Se o filme mantiver o ritmo nos próximos meses, o futuro do Predador parece bem promissor.
2 comentários
Meus filhos (12 e 15 anos) deram 8/10. Eu curti mais que eles, haha. PG-13 funcionou muito bem
E quando teremos um bom ‘Predador vs Alien’? Eu tô esperando!