Pixel Watch 4 é o primeiro relógio inteligente do Google que finalmente parece completo. Depois de anos de promessas e tentativas frustradas, o novo modelo mostra que a empresa aprendeu com os erros e agora entrega um produto maduro, rápido e com personalidade. 
E, pela primeira vez, a Apple pode realmente sentir um leve frio na espinha.
O caminho até aqui foi longo. O primeiro Pixel Watch era bonito, mas inacabado. O segundo corrigiu problemas de carregamento, porém continuava com uma bateria decepcionante. O terceiro ganhou tela maior e interface mais fluida, mas ainda parecia um protótipo. Em todas as gerações, a sensação era a mesma: o Google quase chegava lá. Desta vez, não há “quase”. O Pixel Watch 4 é o ponto de virada – o primeiro que realmente parece pronto para competir com o Apple Watch.
Design conhecido, mas finalmente refinado
À primeira vista, o relógio parece o mesmo de antes: corpo arredondado, vidro em formato de cúpula e linhas suaves. Mas basta um minuto de uso para perceber que há algo diferente. O painel AMOLED agora atinge incríveis 3.000 nits de brilho – o mesmo nível do Apple Watch Ultra 3, mas por um preço bem mais baixo. Mesmo sob o sol forte, o mostrador exibe cores vibrantes e detalhes nítidos, enquanto a interface do Wear OS se move de forma leve e elegante.
O segredo está no novo processador Snapdragon W5 Gen 2 em conjunto com o co-processador de IA do Google. O resultado é um desempenho surpreendente: aplicativos abrem instantaneamente, a rolagem é suave e não há engasgos. A autonomia também finalmente chegou a um nível satisfatório: o modelo de 45 mm dura até 40 horas com a tela ativa e precisa de apenas 15 minutos para atingir 50% de carga. Dá para usar o dia todo, dormir com ele e ainda acordar com bateria sobrando. É o primeiro Pixel Watch que você não precisa vigiar com medo da bateria acabar.
IA que entende o usuário
Mas o verdadeiro salto está na inteligência. O relógio é movido pela Gemini AI, a plataforma de inteligência artificial do próprio Google. Ela permite controlar o dispositivo com gestos ou fala natural – basta levantar o pulso e falar, sem precisar pressionar botões. A resposta é instantânea, com voz natural e fluida, sem a sensação robótica de assistentes antigos.
O destaque absoluto é o novo Treinador de Saúde com IA. Ele vai muito além dos lembretes de “hora de se mover”. O sistema entende seu corpo e seu ritmo. Se você dormiu mal, ele reduz a intensidade dos treinos. Se está rendendo bem, ele aumenta o desafio. É um acompanhamento personalizado e adaptativo, feito direto no pulso, sem precisar de assinatura nem enviar dados para a nuvem. A Apple oferece algo parecido, mas o Pixel Watch 4 faz isso de forma mais humana – e mais privada.
Wear OS 6: finalmente polido
A nova versão do sistema, Wear OS 6, é o toque final que faltava. O design Material 3 Expressive traz cores vibrantes, tipografia moderna e transições suaves. Cada movimento na tela parece pensado. O relógio agora conversa visualmente com o seu celular Pixel – e isso dá uma sensação de unidade que a plataforma nunca teve antes.
A experiência é fluida, elegante e moderna. As notificações aparecem como cartões minimalistas, e as animações seguem o estilo do papel de parede escolhido no smartphone. É um visual coeso e cheio de vida, em contraste com o estilo mais técnico e frio do Apple Watch.
Outro avanço importante é a reparabilidade. O Pixel Watch 4 é o primeiro relógio do Google que pode ser aberto e consertado pelo próprio usuário. Há parafusos, componentes modulares e um manual oficial para trocas. Isso não só prolonga a vida útil do produto, mas também mostra que o Google está levando sustentabilidade a sério. É um detalhe que faz diferença – especialmente em um mercado cheio de gadgets descartáveis.
Quatro gerações, um acerto
Cada versão do Pixel Watch serviu como um passo para chegar até aqui:
- O primeiro mostrou que o Google podia fazer um relógio bonito.
- O segundo corrigiu falhas básicas.
- O terceiro amadureceu o conceito.
- E o quarto, finalmente, acertou em cheio.
Claro, nem tudo é perfeito. Alguns aplicativos ainda estão ausentes e a Garmin ainda lidera quando o assunto é autonomia extrema. Mas o Pixel Watch 4 atinge o equilíbrio entre design, desempenho e praticidade – algo que o Google nunca havia conseguido antes. É um relógio que simplesmente funciona, sem dramas, sem promessas vazias.
O melhor momento do Google
O ano de 2025 pode ser lembrado como o ano em que o Google finalmente encontrou seu ritmo. O Pixel 10 já mostrou que a empresa pode criar o melhor Android do mercado, e agora o Pixel Watch 4 completa o ecossistema. Telefone, relógio, IA, Fitbit e Wear OS trabalham juntos de forma integrada. É o tipo de harmonia que antes só a Apple conseguia – e agora o Google está à altura.
Por US$ 349, o relógio entrega um pacote completo que faz o Apple Watch parecer caro demais. Ele é elegante, inteligente e reparável. E, mais do que tudo, é o primeiro smartwatch do Google que transmite confiança. O jogo virou: desta vez, é o Google que dita o ritmo – e a Apple que precisa correr atrás.
2 comentários
Finalmente um Pixel Watch que dura mais de um dia, já quero!
Se realmente dura 40h e carrega em 15 min, já é melhor que o meu antigo