O Google Pixel 10 Pro XL pode ter inaugurado uma nova fase para os smartphones: a da verdadeira reparabilidade. Um recente vídeo de desmontagem do canal JerryRigEverything mostrou que este modelo é, provavelmente, o Pixel mais fácil de consertar até hoje. 
Em um mercado onde os aparelhos parecem caixas fechadas e quase impossíveis de abrir, a mudança chama atenção.
Um dos pontos mais impressionantes é a simplicidade para realizar reparos comuns. A tela, por exemplo, pode ser retirada de forma tão rápida que, segundo JerryRig, um técnico habilidoso conseguiria trocar o display em apenas dois minutos. Para quem já sofreu com a dor de cabeça (e o bolso) de substituir uma tela quebrada, isso é quase uma revolução.
A bateria também recebeu um tratamento inédito. Em vez de ficar colada e difícil de remover, o Pixel 10 Pro XL traz abas verdes que permitem a retirada com segurança e praticidade. Esse detalhe aparentemente simples faz enorme diferença: o usuário não só ganha autonomia para resolver sozinho um dos problemas mais frequentes, como também ajuda a prolongar a vida útil do aparelho e reduzir o lixo eletrônico.
O compromisso do Google com a reparabilidade vai além do design. A empresa fechou parceria com a iFixit para disponibilizar peças originais e ainda publicou gratuitamente um manual oficial de 234 páginas com instruções de reparo. Ou seja, nada de tutoriais duvidosos pela internet: o usuário tem acesso direto a informações completas e confiáveis para não correr riscos.
A comparação com a Apple é inevitável. O programa Self Service Repair da maçã existe, mas é cheio de obstáculos: exige aluguel de ferramentas pesadas e caras, além de peças vinculadas ao número de série de cada aparelho, o que praticamente inviabiliza a vida de oficinas independentes. O Google, em contraste, mostra uma postura mais transparente e, principalmente, amigável ao consumidor.
Esse movimento acontece em um momento crucial. O direito ao reparo está ganhando força em diversos países, e governos pressionam as fabricantes a facilitarem o acesso a peças e informações. Com o Pixel 10 Pro XL, o Google se adianta e coloca no mercado um produto que não só entrega desempenho, inteligência artificial e câmeras de ponta, mas também respeito ao usuário e ao meio ambiente.
Falando em desempenho, o Pixel 10 Pro XL não decepciona. Ele traz uma tela OLED de 6,8 polegadas, novos recursos de IA e uma das câmeras mais elogiadas do setor. Já está à venda na Amazon, ainda sem descontos. Porém, o grande diferencial está em oferecer tranquilidade: se o aparelho cair ou apresentar falhas, o reparo não será um pesadelo.
Na minha opinião, este é o rumo que a indústria inteira deveria seguir. Durante anos, consertar um celular foi uma experiência intimidadora e cara, empurrando as pessoas a trocarem de aparelho. O Pixel 10 Pro XL quebra esse ciclo. A solução das abas para a bateria é tão óbvia e eficaz que surpreende não ser um padrão global. Se o Google continuar nesse caminho, os concorrentes terão que repensar suas práticas.
Em 2024, quando consumidores comparam Pixel, Galaxy e iPhone, a reparabilidade pode pesar tanto quanto câmera ou processador. Para muita gente, a possibilidade de arrumar o próprio aparelho com facilidade será o fator decisivo. O Pixel 10 Pro XL talvez não seja perfeito, mas já definiu uma nova referência difícil de ignorar.
1 comentário
quebrei 3 telas ano passado… obrigado google 🙏