O novo relatório da NVIDIA trouxe um dado curioso: Singapura se tornou a segunda maior fonte de receita da empresa, atrás apenas dos Estados Unidos, com cerca de US$ 10 bilhões no segundo trimestre. 
À primeira vista parece um boom de consumo local de GPUs e chips de IA, mas a realidade é bem diferente.
Na prática, Singapura não é um grande mercado consumidor da NVIDIA. O país funciona como um centro de faturamento e reexportação. A maior parte da receita registrada ali vem de processos de cobrança centralizada, e não de vendas reais para usuários locais. Segundo a própria companhia, mais de 99% da receita de data centers faturada em Singapura foi destinada a clientes nos EUA.
Isso acontece porque as regras contábeis do GAAP determinam que a receita seja contabilizada no local onde a nota fiscal é emitida. Singapura oferece atrativos como eficiência tributária, logística ágil e ambiente regulatório favorável. Embora parceiros como ZOTAC, Manli e Inno3D mantenham fábricas na região e gerem parte das vendas de jogos, o peso desse setor é pequeno se comparado ao gigantesco mercado de IA e data centers.
Boatos sobre “desvio de chips para a China” não se confirmam no relatório. O papel de Singapura é, acima de tudo, ser um hub financeiro e logístico. Ainda assim, sua relevância é enorme: mais de 20% da receita global trimestral da NVIDIA passa pelo país, mostrando como ele se tornou peça essencial na estratégia de Jensen Huang.
2 comentários
parece truque de contabilidade rs
NVIDIA jogando esperto no tabuleiro global