
NVIDIA GeForce RTX 5070 Ti finalmente abaixo do MSRP: oportunidade real ou ainda caro demais?
O dia em que uma placa GeForce de geração nova finalmente rompe a barreira do próprio MSRP é quase um feriado para o mundo PC gamer. E essa hora chegou para a NVIDIA GeForce RTX 5070 Ti. A Newegg está oferecendo o modelo MSI Ventus RTX 5070 Ti por US$ 749,99 com um cartão de rebate de US$ 20, o que joga o preço efetivo para US$ 729,99. Em plena era Blackwell, com estoque apertado, demanda por IA e piadas constantes sobre o “imposto do Jensen”, ver uma GPU da série 70 ficar abaixo do valor sugerido já é um marco.
Durante meses após o lançamento, a RTX 5070 Ti se manteve bem acima do preço oficial. Historicamente, o segmento xx70 sempre foi o ponto de equilíbrio entre alto desempenho e custo relativamente acessível. Desta vez, muita gente viu o preço, riu sem graça e decidiu segurar a placa antiga. O combo de demanda por IA, GDDR7 cara e fabricantes cautelosos com estoque empurrou os preços lá para cima. Por isso, este primeiro corte consistente abaixo do MSRP não é só uma boa promoção: é um sinal claro de que acabou a fase de “early adopter” e começou a briga pelo bolso do consumidor comum.
Vale destacar que a oferta não é de uma versão “pelada”, e sim do modelo MSI Ventus com três fans. É uma placa com visual discreto, sem carnaval de RGB, que combina bem tanto com PCs de trabalho quanto com máquinas gamer mais sóbrias. O enorme bloco de dissipação e o trio de ventoinhas dão folga térmica para manter o GPU Blackwell frio e silencioso sob carga pesada. A etapa de alimentação é reforçada, pensada para segurar clocks de boost estáveis, sem aqueles picos seguidos de throttling que alguns projetos mais simples sofrem.
Em desempenho bruto, a RTX 5070 Ti é claramente pensada como uma placa “sobrando” para 1440p e muito competente em 4K se você souber usar o pacote de software da NVIDIA. Com 16 GB de VRAM em barramento de 256 bits e altíssima largura de banda, ela tem fôlego para texturas pesadas, ray tracing e jogos recentes que já chegam pedindo muita memória. Com DLSS em modo qualidade e Frame Generation ativo, é totalmente possível ver FPS na casa dos três dígitos em 1440p e números bastante jogáveis em 4K, especialmente se você tiver um mínimo de bom senso nos sliders de gráficos.
Mas é justamente na discussão de custo-benefício que começa o fogo cruzado. Mesmo a US$ 729,99, muita gente argumenta que esse patamar ainda é salgado demais para uma placa da série 70 e que o ideal seria algo bem mais perto dos US$ 500. Tem quem prefira caçar uma RTX 4080 usada em marketplace com proteção de comprador, apostando em desempenho bruto superior por valor parecido. Outros olham para o lado vermelho da força: algumas Radeon seguem entregando mais FPS por dólar, principalmente para quem não liga tanto para recursos exclusivos da NVIDIA, como DLSS 3 com Frame Gen ou Reflex nos jogos competitivos.
Outro ponto que pesa na balança é suporte e longevidade. Um dos maiores trunfos da NVIDIA não é só o silício, mas o ecossistema. Drivers Game Ready frequentes, boa integração em softwares de criação, encoder sólido para streaming, ferramentas como Broadcast e, claro, o DLSS que realmente é adotado pelos estúdios. Muitos compradores têm medo de investir pesado em uma placa topo de linha concorrente e, em dois anos, ver o foco dos drivers mudar totalmente para a próxima arquitetura, deixando seu modelo “meia-boca” em otimizações. Para quem monta um PC pensando em quatro ou cinco anos de uso, essa sensação de continuidade conta bastante.
Ao mesmo tempo, existe uma corrente forte de usuários que prefere “esperar mais um ciclo”. Já circulam rumores de possíveis versões revisadas – aquele clássico “Super” ou similares – com mais VRAM e ajustes de especificações. Esse pessoal está convencido de que comprar agora pode gerar arrependimento quando surgir uma eventual 5070 Ti com mais memória pelo mesmo preço. Se a sua placa atual ainda aguenta o tranco em 1080p ou 1440p, especialmente em jogos competitivos mais leves, o argumento de segurar o upgrade não é irracional.
Também não dá para ignorar a questão da memória. GDDR7 é cara, e os fornecedores não têm muito incentivo para cortar margem de lucro. Alguns analistas já sinalizaram que o movimento pode ser de alta, não de queda, nos próximos contratos. Nesse cenário, promoções como essa da RTX 5070 Ti abaixo do MSRP podem ser mais um “respiro” tático para limpar estoque do que uma mudança estrutural de preço. Se o custo da memória subir, ninguém deve estranhar se as placas voltarem para patamares menos amigáveis.
Olhando de forma prática, essa oferta da MSI Ventus RTX 5070 Ti a US$ 729,99 finalmente se aproxima do que muita gente esperava da série 70: uma placa poderosa, relativamente eficiente, que roda qualquer jogo atual em 1440p com sobra e entrega uma experiência muito decente em 4K. Na maioria dos gabinetes, ela entra sem exigir uma fonte absurda, e o sistema de três fans tende a manter temperatura e ruído bem comportados. Somado ao pacote de recursos da NVIDIA – DLSS, Frame Gen, codificador NVENC para quem faz live ou grava vídeo – o conjunto é bem atraente para quem quer um PC versátil, tanto para jogar quanto para criar conteúdo.
A grande questão é que, mesmo assim, muitos ainda não conseguem chamar isso de “barganha”. O desconto não apaga o histórico de lançamento caro, nem de repente transforma todas as opções da AMD ou do mercado de usados em péssimas escolhas. O que ele faz, de fato, é marcar a primeira rachadura séria na parede de preços da geração Blackwell. Para donos de GTX 1070, RTX 2070, 3070 e afins que estão cansados de rodar tudo no médio, essa queda abaixo do MSRP é o sinal mais claro até agora de que a NVIDIA finalmente cedeu um pouco. E a partir daqui, a negociação entre gamers e preços de GPU promete ficar bem mais interessante.
2 comentários
Sinceramente, por esse valor eu ainda prefiro garimpar uma 4080 usada com proteção de compra. Em rasterização pura ela ainda bate mais forte
O que me prende na NVIDIA é o combo: driver, encoder, DLSS, Broadcast. Eu quero que minha placa continue recebendo carinho daqui a quatro anos, não só no primeiro