IA soberana: a nova mina de ouro da NVIDIA

A NVIDIA não é mais apenas fornecedora das Big Techs – agora a empresa está se posicionando como peça-chave na era da IA soberana.

Sob o comando de Jensen Huang, a estratégia mudou: sair da dependência de gigantes como Google e Amazon e investir pesado em acordos com governos que querem controlar sua própria infraestrutura de inteligência artificial.

Durante muito tempo, a NVIDIA lucrou vendendo GPUs para grandes empresas de tecnologia. Mas com essas empresas criando seus próprios chips, a NVIDIA está mirando algo maior: projetos de IA financiados por países inteiros, com bilhões em jogo.

IA soberana é o nome dado à capacidade de um país desenvolver, armazenar e operar sua própria IA, com data centers, modelos de linguagem locais e controle total dos dados – tudo sem depender de players estrangeiros. A importância disso é comparável a energia elétrica, água e internet.

No Computex 2025, Huang deixou claro: a NVIDIA vai construir “fábricas de IA” para governos. Um exemplo já real é o acordo multibilionário com a HUMAIN AI da Arábia Saudita, que envolve milhares de GPUs, nuvem nacional e ambientes virtuais para simulações. E não para por aí: Emirados Árabes e Catar também estão colocando dinheiro do petróleo para garantir vantagem na corrida pela IA.

Com Trump de volta ao poder, os EUA entraram forte nesse jogo. A primeira viagem internacional de seu novo mandato teve a presença de Jensen Huang, deixando evidente que IA agora é assunto de Estado. A meta: manter aliados tecnológicos longe da influência da China.

Mas nem todo mundo concorda com essa aproximação, principalmente por causa dos laços que esses países ainda têm com empresas chinesas. Mesmo assim, a expectativa de lucros astronômicos acaba falando mais alto. IA soberana virou prioridade nacional.

Na Europa, o movimento também é forte. A NVIDIA fechou parceria com a Deutsche Telekom para criar a primeira nuvem industrial de IA da Alemanha, com mais de 10 mil GPUs Blackwell. A ideia é acelerar o setor manufatureiro europeu com uma IA 100% local.

Huang acredita que o mercado de IA pode chegar a 100 trilhões de dólares nas próximas décadas. Enquanto o público ainda discute chatbots, a NVIDIA fecha negócios diretos com governos. É lá que está o verdadeiro ouro da próxima década.