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Batalha pelo topo da DDR5: como Sergmann tomou o recorde de 13.530 MT/s de Saltycroissant

por ytools
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No universo do overclock extremo, recordes quase nunca duram muito, mas mesmo assim a mais recente batalha em torno da DDR5 conseguiu surpreender.
Batalha pelo topo da DDR5: como Sergmann tomou o recorde de 13.530 MT/s de Saltycroissant
Em questão de horas, dois nomes bem conhecidos da cena, Saltycroissant e Sergmann, trocaram a liderança mundial e empurraram a memória DDR5 de desktop para frequências que, até pouco tempo atrás, pareciam coisa de apresentação de laboratório e não de um PC entusiasta.

Antes de tudo, vale lembrar o que esses números significam. A velocidade da DDR5 é medida em MT/s (mega transfers per second), ou seja, quantas transferências de dados a memória consegue realizar a cada segundo. Kits comuns, pensados para jogos e uso diário, ficam normalmente ali entre 5200 e 6400 MT/s, o que já é bem mais rápido do que DDR4. Só que para overclockers competitivos isso é praticamente modo economia: o foco é extrair o máximo de uma única peça de memória sob resfriamento com nitrogênio líquido, só para ganhar alguns megahertz, um selo de recorde mundial no HWBot e, claro, prestígio em fóruns e redes.

Até semana passada parecia que a luta esfriaria por um tempo. O overclocker CENS havia registrado um recorde mundial respeitável de DDR5, chegando a 13.322 MT/s. Foi um salto grande em relação aos campeões anteriores, e muita gente achou que levaria meses até alguém conseguir ir além de forma consistente. Mas o sossego durou pouco.

Logo depois, surgiu uma nova submissão no HWBot assinada por Saltycroissant. Ele usou um módulo Corsair Vengeance DDR5 de 24 GB instalado na placa-mãe GIGABYTE Z890 AORUS Tachyon ICE, que na prática virou a queridinha de quem caça recordes de frequência de memória. Layout enxuto, trilhas otimizadas, BIOS cheia de ajustes finos: não por acaso a Tachyon ICE aparece o tempo todo no top 10 mundial de frequência de RAM.

Com apoio generoso de nitrogênio líquido, Saltycroissant levou o módulo a 6703,9 MHz de clock efetivo, o que equivale a 13.407 MT/s. Esse número foi suficiente para superar o resultado de CENS em cerca de 85 MT/s, um ganho bem expressivo quando já se está tão perto do limite da plataforma. Ele manteve os timings extremamente agressivos em CL68-127-127-127-2, mas trabalhou com uma relação UCLK:MCLK mais alta, em 3:196, para segurar o controlador de memória sem perder estabilidade enquanto forçava cada MHz extra.

Quem achou que a festa de Saltycroissant duraria dias se enganou. No mesmo dia, um novo resultado aparece na base do HWBot, desta vez assinado por Sergmann, outro veterano que vive rondando o topo dos rankings de frequência. A receita geral de hardware era parecida: novamente um módulo Corsair Vengeance DDR5 e a mesma GIGABYTE Z890 AORUS Tachyon ICE. A grande diferença ficou por conta do processador: no lugar do Core Ultra 7 265K usado por Saltycroissant, Sergmann optou por um Intel Core Ultra 9 285K, com um controlador de memória ainda mais forte.

Com essa combinação, muita paciência e litros de LN2, Sergmann conseguiu espremer um pouco mais de desempenho e cravou o novo recorde oficial: 6765,2 MHz de clock, ou impressionantes 13.530 MT/s. Em papel pode parecer um avanço pequeno, mas nessa faixa cada dezena de MT/s representa horas de tentativa e erro, ajustes de voltagem e testes de estabilidade até achar o ponto exato em que o sistema não cai.

O detalhe mais curioso é como o recorde foi alcançado. Em vez de só abrir mão de estabilidade para ganhar frequência, Sergmann conseguiu apertar ainda mais a relação UCLK:MCLK, baixando para 3:192 e, mesmo assim, manter a plataforma estável nessa altura absurda. Normalmente, quanto mais se sobe a frequência, mais é preciso aliviar essa relação para o controlador de memória aguentar. Fazer o contrário – ficar mais agressivo nela ao mesmo tempo em que o clock sobe – mostra que tanto o IMC do processador quanto o trabalho de afinação na placa-mãe e no módulo DDR5 estavam no limite do que o hardware permite.

Visto de fora, pode parecer uma disputa super de nicho por um print de tela e uma linha em um ranking online. Mas esse tipo de experimento acaba puxando toda a indústria junto. Cada novo recorde força os fabricantes de memória a selecionar chips melhores, as fabricantes de placas-mãe a repensar topologia e alimentação, e os times de firmware a abrir mais parâmetros avançados no BIOS. Com o tempo, os aprendizados das bancadas de teste congeladas descem para os kits de DDR5 que chegam às lojas e para as configurações XMP e EXPO que qualquer usuário pode ativar com um clique.

Enquanto isso, a comunidade se diverte. Tem quem diga que o seu PC gamer com DDR5 a 5200 MT/s já roda tudo em 1080p sem suar e que nunca colocaria nitrogênio líquido perto do gabinete. Outros tiram sarro de como deve ser dolorido conquistar um recorde mundial e perder a coroa horas depois. Entre piadas, memes e gifs animados, dá para sentir que, no fundo, a galera respeita o nível de dedicação necessário para manter uma máquina estável em um cenário em que qualquer deslize significa travamento instantâneo.

O ponto é que, depois desses resultados, o número mágico de 14.000 MT/s deixou de ser fantasia e virou alvo concreto. Tanto Saltycroissant quanto Sergmann provaram que a DDR5 ainda tem fôlego e não bateu no teto. Se vai ser um deles ou algum novo desafiante que vai assinar o primeiro resultado acima dessa marca, ninguém sabe. Só dá para afirmar uma coisa com certeza: a corrida por mais frequência está longe de terminar, e a DDR5 continua acelerando.

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