Nothing Phone (3): design chamativo, preço salgado e poucas novidades

O Nothing Phone (3) foi finalmente revelado, e a marca segue apostando no visual diferente e nos LEDs como diferencial. Mas, no Brasil (ou em qualquer lugar), o preço alto e as escolhas técnicas levantam dúvidas sobre o real valor do aparelho.

Na traseira, o design é polêmico: uma grade em três colunas e uma câmera periscópica desalinhada no canto superior direito. A clássica iluminação da marca agora virou a Glyph Matrix, com 489 LEDs monocromáticos que podem exibir animações, ícones personalizados e até joguinhos simples, como Pedra, Papel e Tesoura. Criativo? Talvez. Útil? Nem tanto.

Há também um novo botão Glyph – sensível ao toque e com vibração – para alternar entre modos e efeitos. A Nothing lançou um SDK para desenvolvedores explorarem a Glyph Matrix, mas resta saber se isso vai realmente pegar.

Internamente, o aparelho vem com o Snapdragon 8s Gen 4, um bom chip, mas aquém de flagships reais. A bateria de 5.150 mAh com tecnologia de carbono-silício promete mais eficiência. O sistema é o Nothing OS 3.5 baseado no Android 15, com promessa de atualização para o OS 4 em breve.

No conjunto de câmeras, são quatro sensores de 50 MP: principal com OIS, lente periscópica 3x, ultra wide e câmera frontal. Só que o sensor da lente zoom é mais fraco que o do modelo intermediário Phone (3a) Pro – o que decepciona num aparelho desse preço.

A tela AMOLED de 6,67” tem resolução FHD+, taxa de atualização adaptativa de 30 a 120Hz, pico de brilho de 4.500 nits, mas sem tecnologia LTPO. O leitor de digitais é óptico e a proteção é Gorilla Glass 7i na frente e Victus atrás. Finalmente, o IP68 foi adicionado à linha.

Agora vem o baque: R$ 5.000+ (ou €900) para um celular com visual ousado, mas specs medianas. Por esse valor, dá pra levar um Pixel 9 Pro, Galaxy S25 Plus ou iPhone 16 Plus. Ou economizar muito e pegar um Poco F7 por R$ 2.000 com desempenho similar – sem LEDs piscando.

O Nothing Phone (3) quer ser único, mas entrega pouco pelo que cobra. O risco é virar um enfeite caro com menos poder que seus rivais de verdade.