O Nothing Phone (1) acaba de provar que ainda tem fôlego – mesmo depois de a própria Nothing declarar o fim do suporte oficial. Um desenvolvedor conseguiu portar o Nothing OS 4.0, baseado no Android 16, para o primeiro smartphone da marca. 
Essa façanha, que nasceu dentro da comunidade de entusiastas, mostra mais uma vez como a paixão dos usuários pode ir além das decisões comerciais das empresas.
A novidade foi revelada pelo criador de conteúdo TechiBoy em uma publicação no X (antigo Twitter). Segundo ele, um desenvolvedor anônimo conseguiu adaptar a versão mais recente do sistema, originalmente feita para o Phone (2) e o futuro Phone (3), para rodar no veterano Phone (1). O mais impressionante é que quase tudo está funcionando: até o novo app de câmera, com seus modos e presets, abre normalmente.
Mas, como todo projeto experimental, o port ainda tem falhas. O relógio na barra de status aparece desalinhado e o visor da câmera fica parcialmente coberto pelo recorte da tela. Há também outros pequenos bugs que devem ser corrigidos nas próximas versões. Mesmo assim, o feito é admirável – é o tipo de coisa que só acontece graças ao esforço de desenvolvedores independentes, movidos por pura curiosidade e amor à tecnologia.
Por que isso é importante
Essa notícia chega pouco depois de a Nothing confirmar que o Phone (1) chegou oficialmente ao fim de sua vida útil (EOL). Ou seja, sem novas versões do Android e sem atualizações de segurança. Normalmente, esse seria o ponto final na história de qualquer dispositivo. Mas, como sempre acontece no universo Android, a comunidade se recusa a deixar o hardware morrer.
O caso do Phone (1) é um exemplo clássico da força do ecossistema aberto. Enquanto as empresas decidem quando um produto deve ser substituído, os usuários mostram que os aparelhos ainda têm muito a oferecer. Esse port de Android 16 demonstra claramente que o Phone (1) continua potente e moderno, apenas esquecido por questões de marketing – não por limitações técnicas.
Vale lembrar que o Nothing Phone (1) não era um celular qualquer. Ele marcou a estreia da marca com um design totalmente diferenciado: traseira transparente, LEDs no painel Glyph e uma proposta minimalista que chamou a atenção do público. Por isso, ver o aparelho sendo descontinuado tão cedo soou como desperdício. Agora, graças à comunidade, ele ganha uma segunda chance – uma forma de resistência contra a obsolescência planejada.
Para aventureiros de plantão
Antes que alguém se empolgue, é bom lembrar: essa versão não é oficial. Instalar o sistema pode causar instabilidade ou até inutilizar o aparelho. No momento, o port é indicado apenas para desenvolvedores e usuários experientes, que sabem lidar com eventuais riscos. Para o público em geral, a recomendação é apenas acompanhar o progresso do projeto e torcer para que ele amadureça.
Ainda assim, a importância desse feito vai além da parte técnica. Ele simboliza um movimento de independência dos usuários frente às empresas. Mostra que o fim do suporte não precisa significar o fim da utilidade. O hardware do Phone (1) ainda é plenamente capaz – só precisava de alguém disposto a provar isso.
Enquanto a Nothing se prepara para lançar um novo modelo, supostamente mais acessível e previsto antes de 2026, a comunidade faz o que a marca deveria fazer: manter viva a essência do projeto. No fim das contas, o Phone (1) sobrevive não porque é novo, mas porque tem fãs que acreditam nele. E talvez isso seja o verdadeiro espírito da Nothing.
1 comentário
Nada morre no Android, só renasce em ROM nova kkkk