A Nothing está ampliando a distribuição da Nothing OS 4.0 baseada no Android 16 e, desta vez, os holofotes saem do topo de linha e vão para a linha intermediária. Depois de estrear no Nothing Phone (3), a versão estável começa a chegar ao Nothing Phone (3a) e ao Nothing Phone (3a) Pro, levando um pacote bem grande de novidades em inteligência artificial, ajustes visuais, melhorias de câmera e aquele polimento de sistema que faz o aparelho parecer novo de novo.
Como sempre, a atualização é liberada em ondas. 
Primeiro um grupo menor de donos do Phone 3a e 3a Pro recebe o update, enquanto a Nothing monitora erros, travamentos e reclamações mais sérias. Se não surgir nenhum problema grave, o rollout vai sendo ampliado para mais regiões e mais usuários. Se ainda não apareceu o aviso no seu aparelho, vale conferir manualmente em Configurações > Sistema > Atualização, e já ir garantindo espaço livre e backup dos dados, porque não é um patch leve: é salto de versão do Android e uma grande revisão da interface.
Um dos pontos centrais da Nothing OS 4.0 para o Phone 3a e 3a Pro é a combinação de IA com transparência. Dentro do Essential Space agora existe um painel dedicado de uso de IA, o AI usage dashboard, que registra quando apps e serviços acessam grandes modelos de linguagem e com que frequência isso acontece. O caminho é Configurações > Intelligence toolkit > AI usage. Para quem anda desconfiado de recursos “mágicos” que processam tudo em segundo plano, esse painel vira quase um raio X da atividade de IA no aparelho, ajudando a entender onde seus dados estão sendo usados.
O próprio Essential Space deixa de ser só um ambiente minimalista e passa a funcionar como um hub de produtividade. O recurso Flip to Record evoluiu: além de gravar áudio, ele permite tirar fotos e adicionar pequenas notas enquanto grava, guardando tudo junto dentro do Essential Space. É a combinação perfeita para aulas, reuniões, entrevistas ou aquela ideia que aparece no meio do dia – em vez de espalhar fotos, gravações e textos em vários apps, tudo fica organizado no mesmo lugar. Em paralelo, chega o Playground (ainda em fase Alpha), um espaço para experimentar criações da comunidade, incluindo Essential Apps, presets de câmera e perfis de equalizador.
As Essential Apps também carregam essa pegada experimental: são aplicativos leves, feitos em parceria com a comunidade e bastante apoiados em IA, que tentam resolver tarefas do dia a dia com um pouco mais de criatividade. Nem todas as ideias vão agradar todo mundo, mas o conceito é justamente esse: servir de laboratório antes de integrar o que der certo de forma mais profunda na Nothing OS.
No uso cotidiano, várias pequenas melhorias devem fazer diferença para quem tem um Nothing Phone 3a ou 3a Pro. Agora é possível esconder apps diretamente da tela inicial e da gaveta de aplicativos, ideal para ferramentas que você quase não usa ou para apps que não quer deixando em evidência. Esses ícones vão parar em uma seção própria de ícones ocultos dentro da gaveta, acessível quando você precisar. A busca na App drawer também ficou mais esperta: dá para definir o escopo, restringindo o resultado só a apps, contatos ou conteúdo mais amplo do aparelho, reduzindo o ruído quando você sabe exatamente o que quer encontrar.
Os widgets e os botões rápidos receberam atenção especial. Os widgets de Clima, Podômetro e Tempo de Tela agora oferecem mais tamanhos, facilitando montar uma página inicial com cara de painel de informações, na medida do seu gosto, em vez de se encaixar em blocos fixos. Já boa parte dos atalhos da aba de Configurações Rápidas passa a suportar o formato compacto 2×2, permitindo ver mais alternâncias de uma vez sem transformar a área de notificações em um caos visual. O modo de pop-up view ganhou suporte a dois ícones flutuantes, o que deixa muito mais simples alternar entre mini-janelas sem ficar abrindo a tela de apps recentes o tempo todo.
Por baixo do capô, a Nothing OS 4.0 também traz mudanças importantes. O mecanismo de atualização e otimização de apps foi retrabalhado para reduzir o tempo de abertura dos aplicativos depois do update. Em Configurações > Apps > Otimização de apps é possível ver melhor como isso funciona, mas a ideia é clara: diminuir gargalos na inicialização e dar uma sensação de maior agilidade, mesmo no hardware mais modesto do Phone 3a. Somando isso às otimizações próprias do Android 16, o resultado esperado é um sistema mais fluido, com menos engasgos nos apps pesados e nas trocas rápidas entre tarefas.
Visualmente, a Nothing OS está cada vez mais com cara própria. Os ícones dos apps foram redesenhados, com um visual mais limpo e coerente, e os ícones da barra de status ficaram mais intuitivos à primeira vista. No menu de personalização, duas novas opções de relógio para a tela de bloqueio ajudam a casar melhor com a estética pontilhada que virou marca registrada da empresa. Para quem usa o celular no escuro, entra em cena o Extra dark mode, acionado em Configurações > Tela > Tema escuro, deixando a interface ainda mais escura, mais confortável à noite e um pouco mais amigável à bateria no painel OLED. Pequenos ajustes nas animações completam o conjunto, deixando transições mais suaves e menos “truncadas”.
O famoso Glyph Interface também evolui no Nothing Phone 3a e 3a Pro com a OS 4.0. Agora é possível escolher o comportamento do Flip to Glyph quando você coloca o aparelho com a tela virada para baixo: passar direto para Silencioso total ou manter apenas Vibração. É um controle simples, mas que faz diferença para quem quer paz, sem perder por completo a noção das notificações. Já o Glyph Progress passa a usar o sistema de Live Update de notificações do Android 16, o que melhora a compatibilidade com apps de terceiros. Assim, downloads, corridas de aplicativo de transporte ou pedidos de comida podem ser acompanhados pelas luzes na traseira, transformando a estética em ferramenta de status em tempo real.
No campo da câmera, a Nothing empacota um número considerável de novidades. A lista de presets padrão foi reorganizada, privilegiando estilos populares logo de cara, para você encontrar um visual interessante sem fuçar menus escondidos. Os filtros ganham controle de intensidade, permitindo ir do discreto ao exagerado em pequenos ajustes, e chegam ainda estilos exclusivos Stretch, voltados para fotos mais ousadas, com distorções e contrastes diferentes. O Motion Photos passa a gravar clipes maiores com áudio, ficando mais próximo de um mini-vídeo e oferecendo mais opções na hora de escolher o quadro perfeito. Para completar, novos watermarks com a marca Nothing e molduras artísticas ajudam a dar identidade às fotos, enquanto a interface da câmera é simplificada e reorganizada para ficar mais lógica e rápida de usar.
Como se trata de uma atualização grande, a Nothing reforça a recomendação de deixar o Essential Space atualizado para a versão mais recente antes de instalar a Nothing OS 4.0, garantindo que recursos como o novo Flip to Record funcionem como prometido. Fazer backup dos dados – seja na nuvem, seja em um computador – continua sendo o passo de segurança básico. Quem acompanhou os testes da versão beta deve lembrar dos relatos sobre anúncios e sugestões invasivas em algumas partes do sistema, principalmente nas áreas ligadas à IA. Na versão estável para a linha Phone 3a, essa presença parece bem mais discreta ou até inexistente para a maioria dos usuários, embora ainda possam existir diferenças por região e futuras correções. No saldo geral, Nothing Phone 3a e 3a Pro continuam sendo intermediários muito competitivos e, com a chegada da Nothing OS 4.0 baseada no Android 16, ficam ainda mais próximos do nível de experiência do flagship, com IA mais útil, câmera mais completa e um sistema que finalmente parece acompanhar o design ousado do aparelho.