A Team Ninja finalmente abriu o jogo sobre os requisitos de Nioh 3 no PC, e dá para ter uma boa ideia do que o jogo vai exigir do seu hardware. Na página do Steam, o estúdio lista configurações separadas para 1080p a 30 e 60 quadros por segundo, com placas de vídeo na faixa da GeForce RTX 3060 Ti e Radeon RX 6700 XT recomendadas para alcançar 60 FPS em Full HD quando o upscaling estiver ativado. 
Para um action RPG rápido, pesado em reflexo e precisão de esquiva, é um patamar que mistura ambição com um certo pé no chão.
No contexto de 2025, os requisitos soam familiares para quem acompanha lançamentos grandes. Processador de seis núcleos, 16 GB de RAM e SSD já viraram praticamente o “kit básico” de quem leva games de PC a sério. Mesmo assim, o número mágico de 16 GB continua assustando quem ainda está preso em máquinas com 8 GB, especialmente nas builds mais baratas. Para alguns jogadores, isso é só a confirmação de que os jogos AAA seguiram em frente; para outros, é mais um sinal de que o PC gamer de entrada está ficando cada vez mais espremido.
O ponto-chave para bater os 1080p a 60 FPS em Nioh 3 é o upscaling. As especificações deixam claro que o jogo foi pensado para tirar proveito de tecnologias de reconstrução de imagem – seja DLSS, FSR ou solução própria. A lógica é simples: a engine renderiza internamente em uma resolução menor e, depois, reconstrói o quadro em Full HD. Em um título onde um único dodge errado pode custar uma run inteira, estabilidade e fluidez muitas vezes valem mais do que cada pixel perfeitamente nítido na armadura do seu samurai.
Outro destaque é o suporte a Frame Generation, cada vez mais comum em jogos de PC focados em alta taxa de quadros. A técnica cria quadros interpolados entre os quadros “reais”, elevando o FPS percebido e deixando o jogo visualmente mais suave, especialmente em monitores de 120 Hz ou 144 Hz. Em compensação, essa mágica vem com riscos: artefatos visuais em cenas caóticas e uma sensação de leve atraso nos comandos podem incomodar quem prioriza precisão absoluta em games do tipo soulslike. Muita gente provavelmente vai testar, mas continuar fiel ao velho combo de 60 FPS “puros” com input mais direto.
Veteranos de PC sabem, no entanto, que tabela de requisitos não conta a história inteira. A própria Team Ninja tem dois lados quando o assunto é port para computador. De um lado, a série Nioh ganhou fama por rodar surpreendentemente bem em placas mais antigas; ainda hoje há relatos de gente jogando Nioh 2 em 1440p com uma R9 380 de 4 GB, placa da época em que muita gente nem cogitava 60 FPS constantes. Do outro, lançamentos mais recentes como Wo Long: Fallen Dynasty e Rise of the Ronin chegaram ao PC tropeçando, com travadinhas, uso de CPU irregular e desempenho bem abaixo do que os requisitos oficiais davam a entender.
Não é à toa que a reação da comunidade já mistura nervosismo e piada. Tem usuário decretando que “a Steam Machine morreu de vez” e tirando sarro do fato de 16 GB virarem novo mínimo aceitável, enquanto donos de PCs mais fortes encaram tudo como evolução natural da plataforma. Ao mesmo tempo, quem se lembra de como Nioh 2 se comportava em máquinas modestas ainda dá um voto de confiança ao estúdio. Para esse grupo, os requisitos de Nioh 3 parecem mais conservadores do que agressivos; o medo real é só que o port repita as dores de cabeça de Wo Long no lançamento.
Do lado do jogo em si, Nioh 3 é apresentado como a consolidação de tudo o que a Team Ninja vem aprendendo com seus últimos projetos. A terceira entrada promete sistemas de builds ainda mais profundos, combinações de armas e espíritos mais variadas e mapas com rotas alternativas, atalhos e segredos pensados para quem gosta de explorar além do caminho óbvio até o chefe. A ideia é ampliar a sensação de liberdade sem abrir mão da assinatura da série: combates rápidos, punitivos e incrivelmente técnicos, em que conhecer sua build é tão importante quanto decorar o padrão de ataque dos inimigos.
O lançamento global no PC está marcado para 6 de fevereiro, data em que veremos se os 1080p30 e 1080p60 prometidos no papel vão se confirmar nos testes reais. Se o port chegar polido, a combinação de requisitos moderados, upscaling competente e Frame Generation bem implementado pode transformar Nioh 3 em um dos action RPGs mais acessíveis da safra hardcore, sem exigir que cada jogador tenha uma placa topo de linha. Se repetir os tropeços de outros títulos recentes, será mais um lembrete de que a parte mais difícil de qualquer especificação técnica não é preencher a tabela do Steam, e sim entregar um jogo que respeite o tempo – e o hardware – de quem joga.