Placas-mãe com conectores na parte de trás deixaram de ser curiosidade de modder e viraram opção real para quem se importa com visual limpo dentro do gabinete. A MSI é uma das marcas que mais tem empurrado essa tendência, e a nova Pro B840M-P EVO WiFi6E PZ é o exemplo mais recente disso. Ela leva a filosofia Project Zero para o chipset B840 e entrega um setup em que quase todos os cabos somem atrás da bandeja, deixando à mostra apenas hardware e fluxo de ar.
Como o nome indica, a Pro B840M-P EVO WiFi6E PZ é baseada no chipset B840 e segue o formato microATX, apostando naquele equilíbrio entre tamanho compacto e expansão suficiente para a maioria dos PCs gamer e de produtividade. 
Ela é uma evolução direta da Pro B840M-P WiFi6E tradicional, mas com um projeto claramente pensado para entusiastas, e não para PCzinho de escritório. Ainda temos suporte a até 256 GB de memória DDR5 com frequências anunciadas de até 8000 MT/s, algo mais do que adequado para os Ryzen atuais e com sobra para overclock. No painel traseiro, o pacote continua familiar: um bom conjunto de portas USB, rede cabeada 2.5G e WiFi 6E para quem prefere cortar o cabo de rede sem perder desempenho.
O que realmente muda é a forma de montar o PC. MSI jogou para a parte de trás da placa o conector EPS de 8 pinos para o CPU, o ATX de 24 pinos, os headers frontais de USB 3.x, o conector frontal USB Type-C, as portas SATA, além dos headers de ventoinhas e de iluminação RGB/ARGB. Na prática, isso exige um gabinete com recortes e espaço extra atrás da bandeja, mas quando essa condição é atendida, todos os cabos grossos desaparecem do lado visível. O resultado é um visual muito mais limpo, montagem mais tranquila, menos cabo atrapalhando o fluxo de ar e uma sensação geral de PC “de vitrine”, mesmo se o orçamento for de faixa média.
As mudanças não se limitam à estética. Comparada à Pro B840M-P WiFi6E original, a EVO WiFi6E PZ ganha mais slots PCIe, mais possibilidades para armazenamento e uma cobertura de dissipadores mais generosa, principalmente em volta dos slots M.2 e do VRM. O desenho de alimentação em 7+2+1 fases é mais do que suficiente para a maioria das configurações com Ryzen focadas em jogos e trabalho pesado, e os recursos MSI EZ facilitam a vida de quem vive trocando peça. Trava de PCIe mais acessível, sistema sem ferramenta para instalar M.2 e detalhes pensados para grandes placas de vídeo reduzem aquele drama clássico de ter que desmontar meio PC só para testar outro SSD.
Um ponto que passa fácil despercebido na ficha técnica, mas é crucial, é o chip de BIOS de 64 MB. Enquanto muitas placas de segmento parecido ainda usam 32 MB, a MSI dobrou essa capacidade aqui. Isso conversa diretamente com o roadmap da AMD: a empresa já deixou claro que a geração Zen 6 para desktops está prevista apenas para o começo de 2027, mesmo depois de muitos rumores apontarem para um lançamento antes. Com um BIOS mais espaçoso, o fabricante tem margem para manter suporte a várias gerações de processadores sem precisar “podar” CPUs antigas ou simplificar demais a interface da BIOS só para caber tudo. Tecnicamente Zen 6 deve funcionar até em 32 MB, mas adotar 64 MB é recado claro de que esta placa foi pensada para sobreviver a mais de um ciclo de upgrade.
Na prática, a Pro B840M-P EVO WiFi6E PZ acaba virando a primeira placa B840 a juntar o layout de conectores traseiros ao estilo Project Zero com um BIOS de 64 MB. Para um chipset de classe intermediária, isso é bem diferente do padrão e faz o modelo parecer mais “futuro-prova” que muito high-end. Daqui a alguns anos, quando o usuário pensar em enfiar um Ryzen mais novo na mesma placa ou aplicar uma atualização grande de microcódigo, a chance de esbarrar em limitações de espaço na BIOS é bem menor do que em boa parte da concorrência.
E, mesmo com toda essa modernidade, ela ainda traz um velho conhecido que sempre gera discussão em fórum de hardware: a bateria de CMOS. Em plena era de SSD NVMe e DDR5 veloz, as placas-mãe continuam usando a boa e velha moeda CR2032 para manter horário e configurações básicas quando o PC fica totalmente desligado. Na vida real, essas baterias muitas vezes duram dez anos ou mais, principalmente em placas bem feitas – tem gente com modelo de 2012 ainda na bateria original. Outros, porém, sofrem com placa esquecendo perfil de overclock e curva de fan até descobrirem, no multímetro, que a tensão caiu abaixo de 3 V. A verdade é que, por mais “antiga” que pareça, uma bateria barata e facilmente substituível continua sendo um dos jeitos mais previsíveis e confiáveis de garantir que a placa não zere tudo cada vez que falta luz, sem depender de gravar e regravar dados em flash o tempo todo.
Por enquanto, a MSI não revelou preço oficial nem data certinha de chegada da Pro B840M-P EVO WiFi6E PZ às lojas brasileiras, mas, no papel, ela tem tudo para virar recomendação padrão de quem quer montar um PC Ryzen limpo e bem organizado na faixa intermediária. Ela mantém os pontos fortes da Pro B840M-P WiFi6E clássica, adiciona mais expansão, refrigeração mais robusta, um BIOS de 64 MB preparado para próximas gerações de CPU e o layout de conectores traseiros que transforma qualquer gabinete compatível em vitrine. Se você está planejando um novo setup e já tem (ou pretende comprar) um gabinete preparado para back-connect, essa placa B840 entra fácil na lista curta de opções mais interessantes.
1 comentário
já tive placa x570 de marca famosa esquecendo perfil de over, no fim era só a bateria caindo abaixo dos 3v, troquei e parou a novela