Motorola Edge 70 Ultra no Geekbench: o que o Snapdragon 8 Gen 5 realmente entrega

Motorola Edge 70 Ultra pinta no Geekbench: um retrato pé-no-chão do Snapdragon 8 Gen 5

O próximo topo de linha da Motorola – muito provavelmente o Edge 70 Ultra, identificado como XT2603-1 e conhecido na China como Moto X70 Ultra – apareceu no Geekbench e deixou um rastro de números interessantes. A Qualcomm ainda não detalhou por completo a versão não-Elite do Snapdragon 8 Gen 5, mas o suficiente já está claro: é a estreia dos núcleos Oryon fora da família Elite, abandonando os designs Cortex genéricos da Arm. Isso muda a conversa sobre eficiência, controle térmico e, principalmente, desempenho sustentado.

Os números que importam

• Single-core: ~2.600 pontos
• Multi-core: ~7.500 pontos

É um avanço sólido sobre o Snapdragon 8 Gen 3 (na faixa de 2.100–2.200 e 6.500–6.600, respectivamente). Fica abaixo do patamar Elite, onde vemos algo entre 3.000–3.100 no single e 8.700–9.800 no multi, e ainda distante dos picos mais recentes do Snapdragon 8 Elite Gen 5 (3.500–3.600 e 10.000–11.000). Traduzindo: um salto geracional claro para o “flagship de base”, sem a ambição – e sem o calor – do Elite.

Arquitetura e componentes: mais equilíbrio do que exibicionismo

O aparelho listado traz um arranjo 2+6 no CPU: 2 × 3,65 GHz de núcleos prime e 6 × 3,32 GHz de núcleos de performance. Soma-se 16 GB de RAM e Android 16. No campo gráfico, o Geekbench aponta uma Adreno 829 – por nomenclatura, posicionada entre a Adreno 825 (8s Gen 4) e a Adreno 830 (Elite). O teste não mede GPU, mas a identificação sugere um meio-termo convincente: acima do “alto intermediário” e logo abaixo do topo absoluto.

Benchmarks explicam pouco; a prática fecha a conta

Rodar uma única bateria de Geekbench é ótimo para checagem de sanidade, não para veredito. O ganho sobre o 8 Gen 3 indica que os núcleos Oryon estão entregando melhor desempenho por núcleo e melhor paralelização, mas o que define a experiência é a capacidade de segurar frequências por 10–20 minutos em jogos, gravação 4K/8K e multitarefa pesada. Se a Motorola acertar no projeto térmico (vapor chamber, pilhas de grafite, gerenciamento de energia e governadores de CPU/GPU), o 8 Gen 5 não-Elite pode parecer mais rápido que um Elite mal resfriado após alguns minutos de carga.

Estratégia: não usar Elite pode ser a escolha certa

A nova escadinha da Qualcomm é mais clara: Elite é vitrine e recorde; o 8 Gen 5 é o motor para flagships que priorizam consistência, espessura, peso e preço. Para as marcas, isso significa menos exigência térmica, custos mais previsíveis e menos risco de throttling agressivo. Em 2025, “andar a 95% o tempo todo” pode ser melhor do que “110% por 30 segundos”.

Perguntas que já estão rolando

“Por que a Motorola não colocou o Elite?” Custo e calor. O Elite é caro, esquenta mais e exige soluções de resfriamento mais pesadas, que aumentam complexidade, peso e preço. O 8 Gen 5 entrega fluidez sustentada com menos drama.

“Isso é só um 8s Gen 5 com nome novo?” Os números desmentem: o salto de CPU é claro, e a Adreno 829 posiciona a GPU acima do 8s, mesmo sem encostar no teto do Elite.

“Então o OnePlus Ace 6T fica mais fraco?” Depende do conjunto: dissipação, RAM, armazenamento, firmware. Em CPU bruta, o 8 Gen 5 tem vantagem; em uso real, quem manda é o resfriamento.

Calendário

A Motorola ainda não confirmou a data do Edge 70/X70 Ultra. A geração já começou com o Edge 70 (X70 Air), anunciado recentemente; o Ultra deve vir quando a Qualcomm abrir totalmente o jogo sobre o 8 Gen 5 não-Elite.

Veredito

O Geekbench do Motorola Edge 70 Ultra sugere exatamente o que muitos esperavam: um flagship “inteligente”, com Snapdragon 8 Gen 5 que entrega ganhos reais sobre 2024 e evita os excessos térmicos do Elite. Se preço e cooling vierem no ponto, pode ser o Android mais racional do ano.