Motorola antecipa o Android 16 e promete até 5 anos de suporte nos novos modelos

A Motorola começou oficialmente a liberar o Android 16 para alguns de seus smartphones – e, desta vez, a atualização chegou mais rápido do que o esperado. Tradicionalmente, a marca era uma das últimas grandes fabricantes a entregar as novas versões do sistema, mas parece que a empresa está determinada a mudar essa história.

A Google lançou o Android 16 para os Pixels em 10 de junho, e agora a Motorola segue o mesmo caminho, antecipando seu cronograma de lançamentos e mostrando que quer reconquistar a confiança dos usuários.

Os primeiros aparelhos a receber a atualização são o Edge 60 Pro, Edge 60 Fusion e Edge 50 Pro. O mais curioso é o timing: no ano passado, o Android 15 só chegou aos modelos da Motorola em dezembro. Agora, a nova versão aparece meses antes, sinalizando que a marca está realmente comprometida em entregar atualizações mais ágeis. Em comunicado oficial, a Motorola destacou que o Android 16 é parte do esforço de “reafirmar o compromisso com atualizações pontuais e contínuas”.

Nos últimos anos, o maior ponto de crítica à Motorola era justamente o suporte limitado de software. Enquanto Samsung e Google prometem entre quatro e sete grandes atualizações para seus tops de linha, a Motorola costumava oferecer apenas duas ou três, com até quatro anos de patches de segurança. Mas esse cenário está mudando. O Edge 50 Neo, lançado no ano passado, é um exemplo: mesmo sendo um modelo intermediário, ele terá cinco anos de atualizações do Android e de segurança – algo raro nessa faixa de preço. Já a linha G, mais acessível, continua com a política de receber uma ou duas grandes atualizações.

O Android 16 traz uma série de melhorias focadas em simplicidade, segurança e conectividade – pilares que a Motorola está explorando para se destacar. Um dos novos recursos é o Agrupamento Automático de Notificações, que organiza mensagens de um mesmo app enviadas em sequência, deixando a barra de notificações mais limpa e intuitiva. Outra novidade é o Instant Hotspot, que permite ativar o ponto de acesso do celular a partir de um tablet ou Chromebook conectado à mesma conta Google, sem precisar mexer nas configurações do telefone.

Os usuários também ganham mais transparência sobre o desempenho do dispositivo. A nova versão oferece dados ampliados da bateria, incluindo o estado de saúde, ciclos de carga e diagnósticos detalhados. Além disso, há ferramentas para monitorar o funcionamento de componentes internos, ajudando o usuário a detectar possíveis falhas antes que elas virem problema. Essa atenção à durabilidade mostra uma Motorola mais preocupada com a experiência a longo prazo – algo que os consumidores modernos valorizam cada vez mais.

No mercado, a empresa vem crescendo de forma consistente. No último trimestre, a Motorola alcançou 4,29% de participação nos Estados Unidos, ficando atrás apenas de Apple (55,67%), Samsung (22,46%) e Google (5,16%). Globalmente, a Lenovo-Motorola ocupa o oitavo lugar, com 5% de participação, impulsionada principalmente pela Ásia-Pacífico, onde mercados como a Índia têm abraçado os modelos da linha Edge e G.

O destaque, porém, vai para a linha dobrável Razr. No segundo trimestre de 2025, ela já representa 28% do mercado mundial de celulares dobráveis, ultrapassando a Samsung e ficando atrás apenas da Huawei. O feito é expressivo – a fatia da Motorola nesse segmento dobrou em relação ao ano anterior, consolidando a marca como uma das principais inovadoras no design e no formato dos smartphones.

Para quem acompanhou a trajetória da Motorola desde os tempos do lendário Droid em 2009, esse retorno tem um sabor nostálgico. O Droid foi o primeiro Android capaz de competir de igual para igual com o iPhone e marcou uma era. Depois de um período de altos e baixos, a marca parece ter encontrado novamente seu caminho. Ao acelerar as atualizações e ampliar o suporte, a Motorola quer reconquistar o posto de referência que teve no passado.

Se mantiver esse ritmo, o Android 16 pode simbolizar não apenas uma atualização de sistema, mas o verdadeiro renascimento de uma das marcas mais icônicas da história dos smartphones.