Minisforum G1 Pro: mini PC gamer em formato de console com potência de desktop

Durante muito tempo, falar em mini PC era praticamente sinônimo de caixinha de escritório para rodar planilha, navegador e nada muito pesado. Em 2025, esse cenário está mudando rápido. O Minisforum G1 Pro é um bom exemplo dessa nova fase: um mini PC vertical no estilo console, mais fino que um PS5 Pro, mas carregando um Ryzen 9 8945HX de 16 núcleos e uma GeForce RTX 5060 capaz de sustentar jogos modernos, criação de conteúdo pesada e até experimentos com IA sem transformar seu quarto em sala de máquinas.

A proposta da Minisforum é clara: ocupar o espaço entre o desktop tradicional grandalhão, o notebook gamer barulhento e as limitações de um console fechado. O G1 Pro quer ser o PC que cabe na estante da sala, no cantinho da mesa ou em um setup minimalista, sem abrir mão de performance de verdade nem de recursos avançados para quem trabalha com vídeo, 3D, foto, streaming e modelos de inteligência artificial.

Design de console, mais fino que um PS5 Pro

Visualmente, o G1 Pro conversa diretamente com a geração atual de consoles

. O gabinete é vertical, todo em branco, com um padrão ondulado nas laterais e uma barra de luz RGB discreta, suficiente para dar aquele toque gamer sem virar carnaval de LED. O detalhe que chama atenção são as medidas: 215 x 57 x 315 mm. Em outras palavras, ele é mais fino e mais compacto que um PS5 Pro, que mede 216 x 89 x 388 mm. Se o seu rack ou suporte já abrigou o console da Sony, o G1 Pro entra ali com folga.

Outro ponto bem pensado é a fonte de alimentação integrada de 350 W. Nada de tijolo externo pendurado no chão ou escondido atrás do rack; você conecta apenas um cabo de energia padrão na traseira e pronto.

Para setups de sala ou mesas organizadas, isso faz diferença: menos tralha visual, menos coisa pra esconder e uma sensação maior de produto “finalizado” e não de improviso.

Ryzen 9 8945HX e RTX 5060: hardware móvel com atitude de desktop

Por trás do design compacto, o G1 Pro traz componentes que até pouco tempo atrás ficavam restritos a notebooks gamers parrudos. O cérebro da máquina é o AMD Ryzen 9 8945HX, um processador móvel com 16 núcleos e 32 threads, preparado para multitarefa pesada, render, compilação e tudo o que envolve muitas janelas abertas ao mesmo tempo. A ele se junta uma GPU Nvidia GeForce RTX 5060 configurada para até 145 W de consumo, com suporte às tecnologias mais recentes da marca, como DLSS e ray tracing.

Segundo a Minisforum, a dupla CPU+GPU do G1 Pro pode chegar a um consumo combinado de até 245 W em carga total, enquanto o sistema de resfriamento foi projetado para dar conta de até 300 W. Isso, na prática, significa que o gabinete e o sistema de ventilação foram pensados para ter sobra térmica, evitando aquele cenário clássico de mini PC e notebook gamer em que o desempenho é bonito só nos primeiros minutos e depois tudo entra em modo throttle city.

Em jogos, a combinação faz muito sentido para quem mira alto em 1080p e quer uma experiência bem sólida em 1440p. O Ryzen aguenta streams, Discord, navegador e demais penduricalhos do dia a dia, enquanto a RTX 5060 entrega taxas de quadros competitivas, com suporte a recursos que prolongam a vida útil da placa, como o upscaling por IA.

Criação de conteúdo, streaming e IA local

O G1 Pro não foi desenhado só para rodar jogos. Com certificação Nvidia Studio, ele aproveita aceleração em mais de 130 apps criativos e de IA. Para quem edita vídeo, isso se traduz em timelines mais leves, exportações mais rápidas e pré-visualizações mais fluídas. Em 3D, o ganho aparece em renderizações e viewports pesadas; na fotografia, em filtros, redução de ruído e ajustes em lote; para podcasters e streamers, ajuda a segurar codificação de vídeo e áudio ao mesmo tempo, sem engasgos.

Do lado da inteligência artificial, a combinação de uma GPU com CUDA e um processador cheio de núcleos abre espaço para aquele uso que muita gente já faz de forma meio improvisada em notebook: testar modelos, brincar com geração de imagem e texto, otimizar kernels de multiplicação de matrizes e tentar espremer cada milissegundo de performance. Em vez de fritar o colo, o G1 Pro fica quietinho embaixo do monitor ou ao lado da TV, lidando com cargas longas sem pedir arrego tão rápido.

Outro trunfo para produtividade é o suporte nativo a até quatro monitores ao mesmo tempo. Dá para ter um display só para a prévia do vídeo ou do jogo, outro para a linha do tempo, um terceiro para chats, OBS e estatísticas e ainda um quarto para documentação, navegador ou IDE. Em fluxo de trabalho moderno, espaço de tela costuma ser tão importante quanto ter muitos núcleos.

Conectividade pronta para mesa e sala de estar

Mini PC sem porta costuma ser mini problema. Felizmente, não é o caso aqui. O Minisforum G1 Pro traz USB-A de até 10 Gbps para SSDs externos rápidos e periféricos exigentes, além de portas USB4 Type-C com largura de banda de até 40 Gbps para docks, monitores e armazenamento de alta velocidade. Nada de ficar preso em meia dúzia de USB 2.0 e um HDMI solitário.

No cabeamento de rede, o G1 Pro vem com porta 5 GbE, um salto considerável em relação ao bom e velho gigabit, especialmente se você costuma transferir projetos pesados ou bibliotecas inteiras de jogos e vídeos pelo servidor doméstico. No wireless, ele aposta em Wi-Fi 7 para conexões mais estáveis e rápidas, além de Bluetooth 5.4 para controles, headsets e acessórios em geral.

Com um cabo HDMI ligado à TV da sala e um controle sem fio, o mini PC se comporta como uma espécie de “super console”: roda seus jogos favoritos, mas também abre navegador, apps de streaming, emuladores, ferramentas de trabalho e o que mais você quiser instalar. É um perfil híbrido que faz cada vez mais sentido para quem quer menos aparelhos espalhados pela casa.

Refrigeração e ruído: desempenho estável em vez de picos bonitos

A grande aposta da Minisforum é que o conjunto de refrigeração do G1 Pro realmente entregue o que promete no papel. O formato vertical ajuda a criar um fluxo de ar mais eficiente, e o orçamento térmico declarado de 300 W sugere que há espaço para manter frequências altas por mais tempo. Diferente de muitos notebooks gamers, que começam bem e rapidamente caem de frequência, um mini PC tem mais liberdade para usar radiadores maiores e rotas de ar menos apertadas.

Na prática, isso significa sessões longas de jogo com menos quedas bruscas de FPS, renders que terminam em tempo parecido com o visto nos benchmarks e treinamentos de modelos que não desaceleram drasticamente no meio do processo. Tudo isso, teoricamente, com um nível de ruído mais aceitável para quarto, escritório compartilhado ou sala de estar à noite – exatamente onde um notebook a 100% de fan costuma incomodar bastante.

O lugar do G1 Pro no novo mercado de PCs

Nos últimos anos, a Valve e produtos como o Steam Deck ajudaram a mostrar que muita gente quer potência em formatos menores, seja na mochila, seja na estante

. O mercado reagiu: de um lado, um monte de handhelds; de outro, mini PCs cada vez mais ambiciosos. O G1 Pro é a resposta da Minisforum a essa tendência do lado desktop, mirando quem quer algo que se pareça com um console, mas se comporte como um PC completo.

Em comparação com um gabinete ATX tradicional, você sacrifica opções de expansão interna – menos espaço para placas adicionais, menos liberdade para trocar tudo – mas ganha um setup muito mais limpo e fácil de encaixar em ambientes pequenos. Em relação a um console, você abre mão da simplicidade “ligou e jogou”, mas recebe em troca sistema aberto, mods, emulação, suíte completa de apps profissionais e liberdade total para mexer com IA, desenvolvimento, servidores locais e por aí vai.

Preço, disponibilidade e para quem faz sentido

O Minisforum G1 Pro já está disponível globalmente, com preço oficial em torno de US$ 1430,9. É uma faixa semelhante à de notebooks gamers intermediários e topo de linha com hardware parecido, mas aqui você troca tela embutida por refrigeração mais robusta, formato vertical e uma presença física que funciona tanto na mesa quanto na sala.

Ele também custa bem mais do que um console, mas tende a sair mais em conta do que montar um desktop compacto do zero com CPU e GPU equivalentes, fonte de qualidade e gabinete bem projetado. Para gamers cansados de torres enormes, criadores de conteúdo em busca de uma estação de trabalho discreta, ou desenvolvedores que querem um “servidorzinho” de CUDA e IA sempre à mão, o G1 Pro se torna uma opção bem interessante. Não é uma simples caixinha de escritório: é um mini PC que tenta unir console, workstation e laboratório de testes de IA em um único corpo, pensado para a realidade de quem tem pouco espaço, mas exige muito do hardware.