Microsoft Azure acaba de dar um salto histórico no mundo da computação em nuvem com a adoção das novas GPUs NVIDIA GB300 “Blackwell Ultra”. Esse avanço marca o início de uma nova geração de infraestrutura para inteligência artificial em larga escala, posicionando a Microsoft como líder em poder computacional global. 
As novas máquinas virtuais Azure ND GB300 v6 foram projetadas para atender modelos de IA com trilhões de parâmetros – sistemas capazes de raciocinar, criar e responder em múltiplos formatos com velocidade impressionante.
O novo cluster da Azure reúne mais de 4.600 GPUs GB300 NVL72 interconectadas pela NVIDIA Quantum-X800 InfiniBand, a tecnologia de rede mais rápida do mercado. Cada rack abriga 18 VMs e 72 GPUs, funcionando como um supercérebro digital capaz de processar quantidades colossais de dados. Essa arquitetura permite o treinamento de modelos com centenas de trilhões de parâmetros – algo que até pouco tempo atrás era inviável fora de centros de pesquisa de ponta.
Cada rack combina 36 CPUs Grace com 37 TB de memória ultrarrápida e desempenho de até 1.440 petaflops em FP4. A comunicação interna atinge 130 TB por segundo graças às tecnologias NVLink e NVSwitch, eliminando gargalos e permitindo que todas as GPUs trabalhem em total sincronia. O resultado é um ambiente de IA que funciona quase como um organismo vivo – distribuído, coordenado e extremamente veloz.
O projeto foi co-desenvolvido por engenheiros da Microsoft e da NVIDIA, com foco em eficiência e escalabilidade. A topologia fat-tree e os switches SHARP executam operações matemáticas diretamente na rede, dobrando a largura de banda efetiva e reduzindo o tempo de sincronização entre GPUs. Isso significa que o treinamento de modelos enormes pode ser feito em semanas, não mais em meses – e com custos reduzidos por operação.
A infraestrutura também impressiona pelo lado sustentável. A Azure utiliza sistemas de resfriamento líquido com trocadores de calor dedicados, o que reduz drasticamente o uso de água e mantém estabilidade térmica mesmo sob cargas extremas. Além disso, o novo modelo de distribuição de energia ajusta o consumo em tempo real, garantindo segurança e eficiência energética mesmo em clusters densos como os do GB300 NVL72.
Para empresas, pesquisadores e startups de IA, o impacto é gigantesco. A Microsoft pretende expandir esse modelo para centenas de milhares de GPUs Blackwell Ultra espalhadas por data centers no mundo todo, permitindo que qualquer organização treine modelos antes considerados impossíveis de rodar fora de laboratórios bilionários.
Segundo Jensen Huang, CEO da NVIDIA, essa parceria marca um “momento de liderança global na corrida pela inteligência artificial”. Já os céticos questionam os custos e a utilidade prática de tanta potência, argumentando que a maioria dos usos de IA ainda se resume a resumos de texto e geração de conteúdo automatizado. Alguns ironizaram se a AMD seria capaz de montar algo remotamente parecido, enquanto outros criticaram o fato de empresas privadas estarem se tornando os pilares da infraestrutura tecnológica nacional dos EUA.
Com ou sem polêmica, o avanço da Azure é um marco. O que antes era ficção científica – IA raciocinando sobre bilhões de dados em tempo real – agora é parte do cotidiano de engenheiros, cientistas e criadores. E o que a Microsoft construiu com a NVIDIA é, na prática, o motor que vai impulsionar a próxima década de revoluções digitais.