A Meta quer transformar de vez o conceito de tecnologia vestível. Durante a conferência Meta Connect 2025, a empresa não apenas apresentou uma nova geração de óculos inteligentes com IA, como também revelou uma iniciativa ousada: abrir os recursos do dispositivo para desenvolvedores externos. 
O anúncio do Meta Wearables Device Access Toolkit marca o início de uma plataforma que permitirá a criação de aplicativos que literalmente funcionam no rosto do usuário.
Segundo a Meta, o toolkit dará acesso direto a sensores já embutidos nos óculos, incluindo câmera, áudio aberto e microfone. Isso significa que os apps não se limitarão a interagir com o celular: eles poderão aproveitar a visão e o som captados em tempo real pelo usuário. A proposta é clara – fundir o mundo físico e o digital, criando experiências mais naturais e imersivas.
Alguns exemplos já estão em andamento. O Twitch está testando transmissões ao vivo diretamente pelos óculos, oferecendo aos criadores a chance de mostrar tudo em primeira pessoa sem equipamentos extras. A equipe de pesquisa da Disney Imagineering trabalha em protótipos que oferecem dicas interativas dentro dos parques temáticos, transformando a visita em uma experiência personalizada. São usos que vão além da diversão: também podem facilitar navegação, aprendizado e até suporte em ambientes profissionais.
Mas essa novidade não estará disponível para todos imediatamente. A Meta abriu um formulário de interesse para desenvolvedores que queiram entrar no programa de prévia, porém, inicialmente, apenas parceiros selecionados terão acesso. O lançamento amplo de aplicativos só deve acontecer em 2026, deixando claro que o amadurecimento da plataforma será gradual.
A estratégia é evidente: transformar os óculos de acessório em dispositivo central, algo tão essencial quanto o smartphone. Claro que isso levanta preocupações – afinal, permitir que apps de terceiros usem sensores no rosto do usuário toca diretamente em temas de privacidade e segurança. Ao mesmo tempo, o potencial de utilidade é enorme. De sobreposições de navegação até produtividade sem as mãos, os cenários possíveis são praticamente infinitos.
Os modelos Ray-Ban Meta, que já atraem atenção pelo design e pelo novo display integrado, devem ser os primeiros a colher os frutos dessa abertura. À medida que a comunidade de desenvolvedores abraçar o toolkit, é provável que vejamos uma explosão de ideias inovadoras. O futuro pode parecer distópico para alguns, mas para outros é a chance de levar a computação para um patamar ainda mais próximo do cotidiano.
1 comentário
os devs vão pirar criando coisa com esse toolkit