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Judas: o novo salto criativo de Ken Levine além de BioShock

por ytools
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Ken Levine, o criador premiado responsável por System Shock 2 e pela aclamada franquia BioShock, voltou aos holofotes com seu novo projeto, Judas, desenvolvido pela Ghost Story Games. Em uma entrevista recente, Levine deixou claro: embora existam elementos familiares que os fãs reconhecerão – como segurar uma arma em uma mão e poderes na outra – , a essência de Judas é completamente diferente. O jogo promete revolucionar desde a forma como o mundo é estruturado até como os personagens reagem ao jogador, oferecendo uma experiência inédita em termos de narrativa e expressão.

Segundo Levine, Judas pode ser descrito como uma obra que se posiciona entre BioShock e o System Shock original.
Judas: o novo salto criativo de Ken Levine além de BioShock
Enquanto o primeiro focava em ambientação e impacto narrativo e o segundo em profundidade sistêmica, Judas combina ambos. Trata-se de um jogo maior, mais complexo e que aposta nessa complexidade para dar vida a relacionamentos dinâmicos e escolhas que realmente importam.

Apesar de manter a icônica mecânica de “dual wielding” – poderes e armas ao mesmo tempo – , Levine garante que isso é apenas a ponta do iceberg. O jogo traz também uma camada extra de “hacking” (ainda não detalhada publicamente), além de um novo ritmo de encontros e caminhos de progressão. Não é apenas uma variação do combate: o mundo se reorganiza conforme suas decisões, tanto nas batalhas quanto nas interações sociais.

A espinha dorsal de tudo é a ideia dos “LEGOs narrativos”, conceito que Levine vem discutindo há quase dez anos. A premissa é criar blocos narrativos que se encaixem de formas diferentes a cada jogada, garantindo histórias únicas, mas ainda assim consistentes. Em BioShock Infinite vimos lampejos desse conceito, mas agora em Judas ele está no centro. Pequenas escolhas – como irritar um personagem, conquistar a confiança de outro ou tentar reverter a raiva de alguém – passam a ter peso real e contínuo na narrativa, indo muito além de finais pré-definidos.

A grande novidade é a chamada “sistema Villainy”. Diferente de BioShock e Infinite, onde vilões como Fontaine ou Comstock eram figuras fixas, em Judas o jogador enfrenta uma dinâmica mais instável. Há três grandes personagens centrais, e a forma como você interage com eles pode transformá-los em aliados ou inimigos. Ignorar um deles ou tomar decisões que desagradem pode levá-lo a se tornar o vilão principal da sua história. E não é apenas uma mudança de atitude: quando isso acontece, o personagem ganha novos poderes e habilidades criadas para sabotar diretamente suas escolhas, alterar missões e interferir no rumo do jogo.

Essa proposta exige que todos os sistemas conversem entre si: a lógica de encontros, a repopulação de áreas, os caminhos alternativos e até a disposição dos eventos narrativos. Se der certo, Judas será um híbrido entre shooter e immersive sim onde cada ação, seja no combate ou nos diálogos, molda o resultado de forma única.

Outro ponto que Levine destacou foi a profundidade de construção de builds. Muitos fãs consideraram Infinite limitado nesse quesito, e agora a promessa é de maior liberdade. Mais combinações de armas e poderes, mais incentivos para investir em estilos diferentes e, principalmente, que essas escolhas tenham consequências sociais dentro do jogo. Assim, a personalização não serve apenas para combate, mas também para influenciar alianças e rivalidades.

Até o momento, Judas não tem data exata de lançamento, mas o CEO da Take-Two, Strauss Zelnick, confirmou que o título faz parte do cronograma da empresa para 2026. Isso dá à Ghost Story Games tempo para polir as ambiciosas mecânicas e entregar algo realmente sólido.

No fim, Judas mantém a herança estética e atmosférica de BioShock, mas rompe com a fórmula clássica de “um vilão fixo contra o herói”. O jogo aposta em transformar relações em mecânicas centrais, tornando cada fala, gesto ou escolha um gatilho narrativo capaz de mudar completamente o rumo da jornada. Se os “LEGOs narrativos” se encaixarem como prometido, estaremos diante de uma das experiências mais ousadas e inovadoras dos últimos anos.

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