
Jack Mason Strat-O-Timer Titanium Diver GMT: o diver-GMT em titânio que coloca a utilidade em primeiro lugar
Desde que chegou ao mercado em 2022, o Strat-O-Timer virou aquele sucesso silencioso que começa nos fóruns de relógios e termina no pulso de muita gente. A fórmula seduzia: caixa em formato de almofada com proporções certeiras, bracelete de cinco elos com vibe Jubilee, luneta giratória de 24 horas e uma execução caprichada por um preço que não parecia pedir sacrifícios. Vieram cores populares, colaborações bem-humoradas (sim, as edições com Dr Pepper e A&W existem) e uma reputação de relógio honesto, de uso real. Até aqui, todas as versões seguiam o roteiro clássico de um GMT tradicional
. Em 2025, a Jack Mason muda o capítulo: o novo Strat-O-Timer Titanium Diver GMT troca o aço pelo titânio grau 2, migra a escala de 24 horas para o mostrador e adota uma luneta unidirecional de mergulho com inserto cerâmico e escala de 60 minutos. Em outras palavras, deixa de ser um “GMT que mergulha” e passa a ser um mergulhador que viaja.
Por que uma luneta de mergulho em um GMT faz tanto sentido
Movimentos GMT do tipo flier como o Miyota 9075 dispensam a luneta de 24 horas. Você já tem dois fusos sempre visíveis: a hora local, ajustável em saltos de uma hora para frente ou para trás, e a hora de casa indicada pelo ponteiro GMT sobre uma escala fixa no mostrador. 
Liberada da função de segundo fuso, a luneta pode assumir uma tarefa mais útil no dia a dia: cronometrar tempo decorrido. Na água, é a função para a qual a luneta nasceu; fora dela, serve para a massa do macarrão, o tempo do estacionamento, o bloco de reunião, o descanso do café. Ao trazer a escala de 24 horas para dentro do mostrador e colocar 60 minutos no aro externo, a Jack Mason transforma o Strat-O-Timer em um relógio mais versátil sem abrir mão da leitura de dois horários.
O calibre que elevou a família Strat-O-Timer
Parte da fama do modelo vem do uso precoce do Miyota 9075, um GMT flier “de verdade”, em que o ponteiro de hora local salta de forma independente. Quem atravessa fusos sabe o valor disso: pousou, desrosqueou a coroa, saltou a hora local; a referência de casa segue intacta e a data se ajusta junto
. O 9075 pulsa a 28.800 aph (4 Hz) e oferece 42 horas de reserva de marcha. A marca afirma regular o calibre para cerca de ±5 segundos por dia, um alvo ambicioso para a faixa de preço e que muitos donos das versões anteriores relatam alcançar no uso real. Resultado: experiência de viagem fluida e precisão convincente para quem alterna escritório, academia e aeroporto.
Titânio do jeito certo: mais leve, mais resistente, mais discreto
A caixa mantém a silhueta almofadada que já virou assinatura, agora usinada em titânio grau 2 com acabamento totalmente escovado – nada de brilhos polidos. As medidas continuam modernas e usáveis: 40 mm de diâmetro, cerca de 13 mm de espessura, 47 mm de lug-to-lug e entre-asas de 20 mm. O conjunto é protegido por cristal de safira abobadado, e a coroa rosqueada às três horas contribui para uma resistência à água de 200 m. O ganho imediato é no pulso: o titânio corta aprox. 30% do peso em comparação com as versões em aço, o que torna o relógio quase “fantasma” no uso diário – presente quando você precisa, imperceptível quando você esquece que está com ele.
Esse visual totalmente escovado conversa com a proposta de ferramenta. Esconde melhor micro-riscos, evita reflexos e cria uma linguagem coesa entre caixa e bracelete. 
É a estética de quem prioriza fazer coisas com o relógio, e não apenas olhar para ele.
Bracelete e fecho: conforto imediato, ajuste rápido
O bracelete de cinco elos arredondados, que muitos associam ao conforto do estilo Jubilee, aparece aqui em titânio totalmente escovado para combinar com a caixa. O fecho dobrável traz microajuste integrado, facilitando a vida no calor, no avião ou entre a manhã fria e a tarde quente. Na largada, não há versão oficial em correia, mas o entre-asas de 20 mm abre a porta para FKM, lona, NATO ou o que sua gaveta mandar. Ainda assim, a combinação leveza + conforto do bracelete original será difícil de superar.
Mostrador, luneta e lume: legibilidade de dia e de noite
A escala de 24 horas migrou para um anel interno no mostrador, ao redor dos marcadores aplicados. A luneta unidirecional recebe inserto de cerâmica com escala de 60 minutos, clique firme e leitura limpa. No escuro, o pacote inteiro – ponteiros, índices e a própria inserção da luneta – brilha em BGW9 Super-LumiNova, com aquele tom azul frio que muita gente adora. As duas cores de estreia são preto e azul, ambas com acentos laranja bem dosados e um ponteiro GMT laranja redesenhado que se destaca na escala interna. Um detalhe visual que muda bastante o todo: a janela de data passou a ser circular. Parece pouco, mas amarra melhor a linguagem do mostrador, “rimando” com os marcadores redondos e deixando tudo mais integrado.
No pulso: proporção certa, ergonomia silenciosa
Em números, 40×47×13 mm. Na prática, um relógio que abraça o pulso sem sobrar, com o cristal abobadado entregando um leve charme retrô sem inflar demais a altura. O titânio é termicamente neutro – não gela no inverno nem esquenta demais no verão – e o fecho com microajuste resolve, em segundos, qualquer variação de conforto ao longo do dia. O escovado integral evita que o bracelete vire um imã de marcas de teclado. É um relógio para usar sem cerimônia: trabalho, academia, piscina, viagem.
Flier vs. Caller: o ponto a ponderar
Quem voa prefere o flier-GMT do 9075 porque a hora local salta; é a experiência mais natural ao cruzar fusos. Por outro lado, há entusiastas que gostam dos caller-GMT pela data de ajuste rápido. Em um flier, a correção de data está atrelada ao salto da hora local; no caller, a data geralmente é independente. Se você troca muito de relógio e passa boa parte do tempo ajustando data parado à mesa, vai sentir falta do atalho. A boa notícia: no 9075, o salto de hora funciona para frente e para trás, o que ajuda a corrigir mudanças de data em segundos. Para mim, é a única ressalva relevante em um pacote que, no restante, acerta em cheio.
Onde o conceito diver-GMT brilha na vida real
- Dia de viagem: pousou, desrosqueou, saltou a hora local, fim. A hora de casa continua no ponteiro laranja e na escala de 24 horas do mostrador.
- Rotina diária: a luneta de 60 minutos é mais intuitiva para tarefas rápidas do que uma escala de 24 horas.
- Água sem drama: 200 m de resistência, coroa rosqueada e muito lume para natação e snorkel com tranquilidade.
- Escritório e deslocamento: o titânio pesa pouco e marca pouco; o acabamento escovado mantém o visual “limpo” por mais tempo.
Linhagem de design sem cosplay
Os primeiros Strat-O-Timer conversavam abertamente com um certo ícone coroadinho do mundo GMT – é parte do dialeto do gênero. Esta versão em titânio soa menos referencial. A escala GMT no mostrador, a data redonda, a luneta cerâmica de mergulho e o acabamento todo fosco constroem uma identidade mais própria. Continua um Strat-O-Timer, mas agora com cara de ferramenta moderna, não de fantasia vintage.
Especificações
| Caixa | Titânio grau 2, 40 mm de diâmetro, ~13 mm de espessura, 47 mm lug-to-lug, 20 mm entre-asas |
| Cristal | Safira abobadada |
| Luneta | Unidirecional, inserto cerâmico, escala de 60 minutos |
| Resistência à água | 200 m |
| Movimento | Miyota 9075, 28.800 aph (4 Hz), 42 h de reserva de marcha |
| Regulagem | Ajustado pela marca para cerca de ±5 s/dia |
| Bracelete | Cinco elos em titânio, totalmente escovado, fecho com microajuste |
| Lume | BGW9 Super-LumiNova em ponteiros, índices e inserto |
| Variações | Mostrador preto ou azul com acentos laranja |
| Preço | US$ 1.399 no lançamento |
Como se posiciona no mercado
Abaixo de US$ 1.500, é comum ver compromissos: ou o GMT é do tipo caller (mais simples para a data, menos prático para viajar), ou os materiais ficam no básico (aço, alumínio na luneta, etc.). O Strat-O-Timer Titanium Diver GMT encontra um meio-termo inteligente: flier-GMT para quem cruza fusos, luneta cerâmica de 60 minutos para a vida real, titânio na caixa e no bracelete para conforto e resistência. A diferença para os Strat-O-Timer em aço gira em torno de US$ 250, um prêmio que parece pago em utilidade tangível, não em moda passageira.
Pequenos detalhes que mostram o cuidado
- Escovado total que combina com a proposta ferramenta e disfarça melhor o uso.
- Ponteiro GMT laranja visível em qualquer cor de mostrador.
- Janela de data circular que conversa com os marcadores e limpa a leitura.
- Escala de 24 horas no mostrador para preservar o segundo fuso e liberar a luneta para o cronômetro.
Há pontos fracos?
Dois, principalmente: a já citada ausência de data de ajuste rápido (inerente à arquitetura flier) e a falta, no lançamento, de uma opção oficial em correia. Uma vontade de nicho seria uma inserção de luneta totalmente luminescente; o BGW9 atual já é generoso, mas mergulhadores noturnos sempre querem mais. A reserva de marcha de 42 horas é média, porém a frequência de 4 Hz e a estabilidade de marcha, aliadas ao peso pluma, compensam na experiência.
Veredito: evolução funcional de um best-seller
O Jack Mason Strat-O-Timer Titanium Diver GMT pega uma plataforma querida e a orienta com clareza para o uso real. O titânio reduz peso e aumenta o conforto; a luneta de 60 minutos amplia o leque de situações em que o relógio é útil; o Miyota 9075 mantém a conveniência de um GMT de viajante; e a regulagem da marca aponta para um desempenho que inspira confiança. Por US$ 1.399, o pacote entrega materiais e funções que, combinados, são raros nessa faixa. Se a Jack Mason seguir a tradição e brincar com novas cores e edições especiais, esta versão em titânio tem tudo para virar a mais atraente e universal da família.
Em suma: se você esperava um Strat-O-Timer menos “ornamental” e mais instrumento, provavelmente é aqui que sua busca termina.