A indústria de smartphones entrou em uma nova fase, e quem dita as regras mais uma vez são Apple e Samsung. As duas gigantes já transformaram o mercado diversas vezes – do fim do conector de fone de ouvido até as telas infinitas – e agora trazem uma mudança que parece definitiva: os celulares ultrafinos. Com o lançamento do iPhone Air e do Galaxy S25 Edge, o futuro da mobilidade ganhou outro formato, literalmente.
Quando os primeiros rumores sobre o iPhone Air surgiram, a reação foi de descrença. 
E quando a Samsung oficializou o Galaxy S25 Edge, a enxurrada de críticas não demorou. Muitos consumidores e especialistas apontaram que sacrificar bateria em nome de alguns décimos de milímetro não fazia sentido. Mesmo assim, as marcas seguiram adiante e, como sempre acontece, o resto da indústria está acompanhando. Motorola já aposta no X70 Air, e a Tecno trouxe o Slim, que reforça o mesmo caminho.
A crítica central é simples: usuários querem praticidade, especialmente mais autonomia, e não necessariamente aparelhos cada vez mais finos. Mas o histórico é claro – sempre que Apple ou Samsung puxam uma tendência, ela se torna padrão. Foi assim com a remoção do carregador da caixa, com os displays sem bordas e até com a popularização do notch. Agora chegou a vez da espessura mínima dominar.
Celulares movidos a “sensação”
A primeira impressão do Galaxy S25 Edge foi dura: um celular mais fino e com bateria menor parecia receita para desastre. Mas a própria Samsung garantiu que bastava segurá-lo na mão para mudar de opinião. E, de fato, muitos usuários concordaram. Com o iPhone Air, essa lógica foi ainda mais evidente. Fóruns e grupos de discussão estão cheios de relatos positivos, elogiando o design leve, o conforto no uso diário e até a sensação premium. A discussão deixou de ser sobre números e virou sobre experiência – ou, como muitos resumem, sobre o “vibe”.
Pode soar superficial, mas a relação emocional com o smartphone é real. O aparelho é parte constante da vida moderna, e se transmitir leveza e sofisticação, muitos consumidores aceitam abrir mão de alguns pontos de bateria. É uma aposta que a Apple sempre soube explorar: vender estilo e sensação, mais do que apenas especificações técnicas.
A próxima revolução: baterias de silício
Apesar do ceticismo inicial, a questão da autonomia pode estar com os dias contados. Fabricantes chineses já trabalham com baterias de silício, que prometem dar um salto significativo na capacidade. Projeções indicam que em breve veremos celulares com 10.000 mAh em corpos finíssimos – algo impensável até pouco tempo atrás. Isso mudaria por completo a percepção sobre os ultrafinos.
Um exemplo concreto é o Tecno Slim. Apesar de ser apenas 0,1 mm mais espesso que o Galaxy S25 Edge, traz uma bateria superior até ao Galaxy S25 Ultra. Isso mostra que o problema não está no conceito de celular fino em si, mas na tecnologia de bateria usada pelas grandes marcas. Quando Apple e Samsung abraçarem o silício, a autonomia deixará de ser o calcanhar de Aquiles.
Um caminho inevitável
Olhar para trás ajuda a entender. Ano após ano, Apple e Samsung reduziam a espessura de seus aparelhos em décimos de milímetro, transformando esse detalhe em diferencial de marketing. Agora, a Apple segmenta sua linha de forma clara: o iPhone Air é pensado para o usuário comum, que quer leveza e estilo, enquanto o iPhone 17 Pro mantém um corpo mais robusto e recursos avançados para quem busca desempenho profissional.
A Samsung segue lógica parecida. E quando as baterias de nova geração se tornarem padrão, a escolha por um celular ultrafino será tão óbvia quanto optar por um MacBook Air quando o objetivo é mobilidade. Os modelos mais espessos continuarão existindo, mas restritos a nichos profissionais.
E depois?
Os ultrafinos devem dominar a próxima década, até que outra revolução chegue. Óculos inteligentes e dispositivos de realidade aumentada já estão no horizonte e podem, eventualmente, substituir o smartphone como conhecemos. Mas até lá, a era dos celulares cada vez mais finos está consolidada. Em alguns anos, os modelos “grossos” de hoje parecerão tão ultrapassados quanto os tijolões do início dos anos 2000.
No presente, o recado é claro: Apple e Samsung decretaram que ser fino é ser moderno. O mercado obedeceu. O futuro dos smartphones já não é apenas sobre poder de processamento ou câmeras incríveis – é também sobre sensação, estilo e design ultrafino.
1 comentário
futuro mesmo é AR, celular vai virar acessório