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iPhone Air: o iPhone 17 mais fino e o campeão de desvalorização

por ytools
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Quando a Apple apresentou o iPhone Air, a narrativa parecia perfeita: o iPhone mais fino da história, com apenas 5,6 mm de espessura, construção premium e aquele apelo de “objeto de desejo” para quem ama design. No marketing, ele soava como o modelo mais aspiracional da linha iPhone 17.
iPhone Air: o iPhone 17 mais fino e o campeão de desvalorização
Só que, passados poucos semanas, a história que realmente importa para quem pensa em revenda é outra: o iPhone Air virou campeão absoluto de desvalorização e, para quem pagou caro nas versões de 1 TB, o tombo é especialmente doloroso.

Dados de plataformas de recompra e classificados mostram que o iPhone Air já perdeu 47,7% do seu valor de lançamento em apenas dez semanas. Não é uma queda suave, é praticamente um mergulho. Em média, considerando todas as versões de armazenamento, o Air está na casa de 44,3% de desvalorização em menos de três meses, com a variante de 1 TB despencando mais rápido que todas. Para um aparelho que foi vendido como vitrine tecnológica e símbolo da linha 17, é um contraste enorme entre a promessa e o que o mercado realmente está disposto a pagar.

Enquanto isso, o restante da família iPhone 17 segue um roteiro bem mais familiar para quem conhece o ecossistema da Apple. Olhando para toda a linha, a desvalorização média depois de dez semanas fica em torno de 34,6%. Ainda dói, mas é melhor do que o iPhone 16, que caiu cerca de 39,0% no mesmo intervalo, e do iPhone 14, com algo perto de 36,6%. O parâmetro de “bom de revenda” continua sendo o iPhone 15, que mantém a coroa com um recuo de cerca de 31,9% no mesmo período.

Dentro da geração atual, a distância entre o Air e os outros modelos é bem nítida. Os demais iPhone 17 retêm algo em torno de 9,7% a mais de valor do que o Air. E quem segura melhor a barra, como sempre, são os topos de linha tradicionais: iPhone 17 Pro e iPhone 17 Pro Max. O 17 Pro Max com 256 GB registra queda por volta de 26,1%, enquanto a versão de 512 GB fica em algo como 30,3%
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. Não é nenhum milagre, mas é o tipo de curva de preço que a gente espera de um flagship caro, não de um experimento arriscado.

A situação fica ainda mais curiosa no topo da pirâmide de armazenamento. Em teoria, uma versão super rara com 2 TB deveria ser cobiçada e, portanto, mais estável na revenda. Na prática, o iPhone 17 Pro Max de 2 TB já amarga algo como 41,2% de desvalorização. Isso revela que esses modelos “tudo no máximo” conversam com um público minúsculo. Depois que a primeira leva de entusiastas compra, quase não há gente disposta a pagar caro por um usado só porque ele tem um estoque de memória que a maioria nunca vai encher.

E, mesmo assim, o Air consegue ficar em situação pior. As variantes de 512 GB e 1 TB do iPhone Air desvalorizam ainda mais rápido do que esse 17 Pro Max de 2 TB. Na prática, a grana extra paga por mais memória simplesmente não aparece na hora de revender. O comprador seguinte olha primeiro para o modelo, depois para o preço, e só então para o armazenamento. Quando o aparelho é um nicho dentro do nicho, como o Air, a matemática raramente fecha a favor de quem comprou no lançamento.

Muito disso tem a ver com o lugar estranho que o iPhone Air ocupa na própria linha da Apple. Ele é mais fino e mais “conceitual” que o iPhone 17 comum, mas não entrega a mesma versatilidade de câmera e recursos dos modelos Pro e Pro Max. Para fã de tecnologia, ele é quase uma peça de colecionador. Para o público comum, é um iPhone bonito, caro e um pouco esquisito. Some a isso rumores de corte de produção por baixa demanda e a percepção de que se trata de um modelo meio experimental, e o resultado é simples: pouca gente disposta a pagar caro por ele, especialmente usado.

Se você der uma volta pelos comentários online, essa sensação aparece com força. Tem gente zoando quem troca de celular com seis meses, dizendo que só otário aceita perder quase metade do valor tão rápido. Outros ironizam que quem compra Air de 1 TB claramente odeia o próprio bolso. E, no meio disso, surgem os caçadores de oportunidade oferecendo valores na casa dos 200 dólares por um Air seminovo – metade piada, metade esperança real de fisgar alguém desesperado para se livrar do prejuízo.

Por trás das piadas, porém, tem uma questão bem prática. Muita gente já está acostumada a trocar de smartphone todo ano ou a cada dois anos, seja por gosto, seja por programa de operadora, seja porque revende o aparelho antigo para bancar parte do novo. Para esse público, desvalorização não é número de relatório, é custo anual de uso. A diferença entre um iPhone que perde 30% em poucos meses e outro que perde perto de 50% significa, literalmente, mais ou menos dinheiro saindo do seu bolso a cada ciclo de upgrade.

Pensando em 2026, o cenário pode ficar ainda mais complicado para quem apostou no Air. A expectativa é que a Apple traga a linha iPhone 18 e, possivelmente, o tão comentado iPhone Fold, reacendendo o hype e as trocas. Como sempre, a marca deve empurrar programas de trade-in e o mercado de usados vai ficar cheio de ofertas. Se a curva de desvalorização continuar nessa toada, donos de iPhone Air – especialmente da versão de 1 TB – provavelmente vão receber propostas bem mais baixas que quem chegar com um 17 Pro ou 17 Pro Max na mão.

Então, o que fazer se você já está com um iPhone Air no bolso? Dá para pensar em três caminhos. O primeiro é aceitar que foi uma escolha mais emocional que racional, esquecer o papo de revenda e usar o aparelho até ele realmente envelhecer. O segundo é tentar vendê-lo o quanto antes, antes que a próxima leva de lançamentos derrube os preços de vez. O terceiro é tentar migrar ainda dentro da geração, trocando para um iPhone 17 mais convencional, de preferência um Pro ou Pro Max com armazenamento mais pé no chão, se você já sabe que vai mirar no iPhone 18 quando ele chegar.

Para quem ainda está escolhendo qual iPhone comprar, a lição é bem direta. Se revenda e custo total importam, faz muito mais sentido apostar nos modelos mais populares com capacidade intermediária de armazenamento do que em versões ultrafinas, caríssimas e de nicho como o Air. Na prática, é melhor comprar o que o mercado quer revender, não o que rende mais likes na foto de unboxing.

No fim das contas, o iPhone Air vira um ótimo estudo de caso. Como gadget, é um dos iPhones mais interessantes que a Apple já fez: impressiona na mão, chama atenção na mesa e mostra o quanto a empresa ainda gosta de brincar com o limite do design. Como ativo financeiro, porém, ele é um dos piores negócios recentes da marca. Até que a Apple mude a forma de posicionar esse tipo de aparelho, a estratégia mais segura continua a mesma de sempre: ficar com os modelos populares, controlar o impulso de “tudo no máximo” e deixar que os iPhones de hype desvalorizem no bolso de outra pessoa.

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