A Apple está descobrindo, mais uma vez, que existe um limite para o quanto dá para fatiar a linha de iPhones sem confundir o público. 
Depois do barulho em torno do fraco desempenho comercial do ultrafino iPhone Air, novos rumores apontam que o iPhone 16e, pensado como opção mais acessível da geração, também não empolgou. Em vez de dois novos sucessos, a empresa parece ter criado dois modelos que ainda não convenceram nem fãs de marca, nem consumidores comuns.
Rumores de vendas fracas para iPhone Air e iPhone 16e
O ponto de partida dessa discussão vem de um conhecido vazador no Weibo, Fixed Focus Digital. Segundo ele, tanto o iPhone Air quanto o iPhone 16e estariam vendendo abaixo do esperado. O insider não deixa claro se fala apenas do mercado chinês ou de um cenário global, mas o recado é o mesmo: o apelo desses aparelhos ficou aquém do que a Apple provavelmente imaginava.
Apesar disso, o leaker afirma que a empresa não pretende jogar a toalha tão cedo. Nos bastidores já se falaria em sucessores diretos: um iPhone Air 2 e um iPhone 17e. Isso faz sentido dentro do jeito de trabalhar da Apple, que planeja gerações com muita antecedência. Mesmo quando um primeiro modelo decepciona, a reação costuma ser ajustar a proposta, e não necessariamente matar o projeto de cara.
Cortes na produção expõem o tamanho do problema
O cenário nas fábricas reforça a ideia de demanda fraca. Reportagens recentes indicam que a Foxconn, principal montadora do iPhone Air ao lado da Luxshare, reduziu drasticamente as linhas de produção do modelo ultrafino, mantendo apenas uma linha e meia em operação, com previsão de desligar tudo até o fim do mês. A Luxshare teria encerrado a montagem do aparelho ainda em outubro, sugerindo que a Apple está mais preocupada em escoar estoque do que em apostar em uma recuperação tardia de vendas.
Para quem acompanha a empresa há mais tempo, o padrão é familiar. Quando um iPhone não entrega o volume imaginado, a Apple reage rápido, deslocando capacidade industrial para modelos mais populares. O resultado prático é que o iPhone Air, que estreou como grande experimento de design, começa a assumir um papel de coadjuvante dentro da própria linha.
iPhone Air 2: pausa, ajustes e uma nova tentativa
No meio desse movimento, surgiram versões de que o iPhone Air 2 teria sido adiado por tempo indeterminado. Porém, vazamentos mais recentes pintam um quadro diferente: o projeto continuaria vivo, mas passando por ajustes importantes. Em vez de apostar apenas no apelo do corpo ultrafino, a Apple estaria preparando um pacote mais equilibrado.
A principal mudança comentada é o conjunto de câmeras. O suposto iPhone Air 2 viria com sistema de câmera traseira dupla, incluindo uma ultra-angular de 48 megapixels, aproximando o aparelho das experiências fotográficas dos modelos mais caros. A mensagem é clara: não basta ser bonito e leve; precisa fotografar bem o suficiente para competir com Androids agressivos e com outros iPhones próximos em preço.
Se essa estratégia se confirmar, o Air deixaria de ser apenas um iPhone de vitrine, pensado para quem prioriza design acima de tudo, e passaria a ser um produto mais completo, que combina estilo, câmera decente e toda a familiaridade do ecossistema iOS. Em vez de falar apenas com um nicho apaixonado por aparelhos finíssimos, o Air 2 tentaria conversar com um público mais amplo.
O papel da linha e e o futuro do iPhone 16e
Enquanto isso, a família e, representada hoje pelo iPhone 16e, também passa por avaliação. A ideia original é simples: oferecer uma porta de entrada mais barata para a geração atual, cortando alguns recursos, mas mantendo o suficiente para não parecer um iPhone de segunda categoria. O problema é que, nesse segmento, a Apple enfrenta legiões de Androids com fichas técnicas impressionantes e preços agressivos.
Se o consumidor enxerga o 16e mais como um compromisso doloroso do que como uma escolha inteligente, a conta não fecha. A Apple precisa calibrar com muita precisão o que tira e o que mantém: preço mais baixo, sim, mas sem transmitir a sensação de aparelho ultrapassado ou claramente limitado.
Teste de estresse para a estratégia da Apple
A novela em torno do iPhone Air e do iPhone 16e mostra que nem mesmo a Apple acerta sempre na segmentação. A empresa está experimentando a céu aberto: cria novos subgrupos dentro da linha, observa o comportamento de vendas, mexe em produção e reposiciona o portfólio quase em tempo real. O que vier depois, na forma de iPhone Air 2 e iPhone 17e, vai mostrar se esses tropeços iniciais vão virar uma nova camada estável da família de iPhones ou se alguns nomes desaparecerão discretamente dos anúncios em poucos anos.