O mercado de smartphones na Índia encerrou o terceiro trimestre de 2025 em alta e com um recado claro: os consumidores estão subindo o tíquete médio. Segundo a Counterpoint, o país registrou um raro combo de crescimento – os embarques avançaram 5% na comparação anual com Q3 2024, enquanto a receita do setor disparou 18%. 
Em termos simples, menos caça ao menor preço e mais gente escolhendo aparelhos melhores, com câmeras, telas e conectividade 5G mais robustas, impulsionados por parcelamentos sem juros, programas de troca e garantias de atualização.
Premium em ascensão muda a hierarquia
O segmento acima de INR 30.000 cresceu 29% em volume. A força veio de flagships da Apple e da Samsung, mas também do amadurecimento do 5G e de ofertas agressivas no varejo físico e nos grandes festivais online. A Apple foi o destaque: com 9% do volume total, capturou 28% do valor do mercado, mostrando o poder do ticket elevado e a tração de marca. A Samsung ficou em segundo lugar em valor, com 23%, sustentada por um portfólio amplo no topo e no alto intermediário, além de promoções consistentes no período pré-festivo.
vivo reina em volume; desafiantes aceleram
A vivo terminou o trimestre como líder em embarques e terceira colocada em valor, apoiada na série T no meio do mercado e em uma estratégia de canais equilibrada, que combina presença em lojas e grande exposição em e-commerce. A iQOO, por sua vez, foi a marca que mais cresceu em volume: +54% ano a ano, ancorada em modelos com foco em desempenho e custo-benefício para quem joga e quer hardware potente sem pagar preço de topo.
A Motorola também brilhou, com salto de 53% nos embarques graças às linhas G e Edge, que combinam Android “limpo”, bom design e política de atualizações mais previsível. No patamar até INR 10.000, a Lava foi a que mais acelerou, num nicho em que bateria duradoura, durabilidade e assistência contam mais do que números chamativos na ficha técnica.
Chipsets: MediaTek na liderança, Qualcomm logo atrás
No lado dos processadores, a fotografia do trimestre reforça a amplitude da MediaTek: 46% de participação, cobrindo desde o básico até intermediários parrudos. A Qualcomm aparece com 29% e segue forte nas faixas de maior desempenho e nos projetos premium. Esse equilíbrio traduz a natureza dual do mercado indiano – sensível a preço, mas com uma fatia crescente disposta a pagar por desempenho, câmera melhor e suporte de software mais longo.
Olho no próximo ato
Com a temporada festiva a pleno vapor, a tendência de “premiumização” deve continuar. Trade-in agressivo, EMI sem juros e campanhas locais devem sustentar preços médios mais altos. Para a indústria, o recado é nítido: a piscina de lucros migra para o premium e o alto intermediário, enquanto os líderes de volume precisam equilibrar escala e margem. Apple avança em valor, Samsung mostra resiliência, a vivo segura a coroa de volume e iQOO, Motorola e Lava dão velocidade ao meio e à base da pirâmide. Em resumo, o mercado está maior – e também mais valioso – do que há um ano.
1 comentário
Agora sim o povo tá subindo de nível no celular kkk