A Huawei está mostrando que ainda não desistiu do mercado global de smartphones premium. Depois de apresentar o Mate X7 primeiro na China, a marca confirmou que o seu novo dobrável de ponta vai finalmente sair do país: o lançamento internacional acontece em 11 de dezembro, em um evento de Flagship Product Launch em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. 
Para quem acompanha a linha de dobráveis da empresa desde os tempos do Mate X, esse é mais um sinal de que a Huawei continua apostando alto fora de casa, mesmo com todas as restrições que enfrenta.
Por enquanto, a lista completa de países ainda é um mistério, mas o mapa inicial está bem claro. As filiais da Huawei nos Emirados Árabes Unidos e na Arábia Saudita já estão promovendo o Mate X7 em seus sites oficiais, o que indica que o Oriente Médio será a porta de entrada do aparelho fora da China. A partir daí, a expansão para outras regiões, como Europa e América Latina, vai depender do desempenho dessa primeira fase de vendas.
Em termos de hardware, o Mate X7 segue a receita clássica da Huawei para flagships: chip próprio, software próprio e foco em autonomia e câmera. O aparelho vem equipado com o processador Kirin 9030 Pro, desenvolvido pela própria empresa, e roda o HarmonyOS 6, a versão mais recente do sistema da marca. A bateria de 5525 mAh foi pensada para aguentar o tranco de um dobrável: tela grande ligada boa parte do dia, multitarefa pesada, jogos, streaming e muita foto e vídeo, sem precisar correr o tempo todo para a tomada.
O formato dobrável continua sendo o grande diferencial. Aberto, o Mate X7 entrega um painel de 8 polegadas, com jeitão de tablet, ideal para ler, trabalhar com duas janelas lado a lado, editar documentos ou maratonar séries. Fechado, entra em cena a tela externa de 6,49 polegadas, que funciona como um smartphone tradicional: cabe melhor na mão, é mais prática para responder mensagens rápidas, checar notificações ou atender ligações. Essa combinação de tela gigante e uso do dia a dia vem se consolidando como o padrão dos dobráveis premium, e a Huawei tenta equilibrar o efeito uau com a praticidade real.
Na parte de câmeras, a empresa mantém a fama de levar fotografia móvel a sério. Na traseira, o Mate X7 traz um conjunto triplo: sensor principal de 50 MP, lente periscópica teleobjetiva também de 50 MP para zoom mais limpo e um ultrawide de 40 MP para encaixar mais cenário na mesma foto. A ideia é oferecer um pacote versátil, que aguente tanto fotos casuais quanto situações mais exigentes, como viagens ou registros noturnos. Na frente, há duas câmeras de 8 MP voltadas para selfies e chamadas de vídeo, permitindo enquadramentos diferentes dependendo se você está usando a tela externa ou o painel dobrável aberto.
Mas talvez o ponto mais polêmico e, ao mesmo tempo, mais interessante do Mate X7 não esteja no hardware, e sim no software. Assim como outros modelos recentes da marca, o aparelho chega sem os serviços móveis do Google pré-instalados. Para muita gente isso é um problema sério; para outra parte do público, é exatamente o que eles querem. Dentro da comunidade de entusiastas, vem crescendo o grupo que prefere fugir das grandes plataformas tradicionais, seja por privacidade, seja por cansaço do ecossistema Google Apple. Para esse público, um smartphone com HarmonyOS 6 puro, sem dependência direta de Google Mobile Services, pode ser mais atrativo do que mais um Android genérico ou um novo iPhone.
O HarmonyOS 6 é apresentado pela Huawei como o centro de um ecossistema próprio, que conecta smartphone, tablet, notebook e wearables com mais integração e menos fricção. É claro que, para quem vive mergulhado em apps do Google, adaptação será necessária: alguns serviços vão precisar de alternativas, outros exigem ajustes e pequenos contornos. Em compensação, usuários que valorizam mais controle e menos rastreamento veem no Mate X7 uma chance de quebrar velhos hábitos, sem abrir mão de um aparelho topo de linha.
No fim das contas, o Huawei Mate X7 não é um smartphone pensado para todo mundo. Usuários totalmente presos ao pacote Google ou ao universo iCloud talvez prefiram continuar onde estão. Mas para quem busca um dobrável sofisticado, com design chamativo, boa bateria, conjunto de câmeras ambicioso e um sistema que foge do lugar comum, o Mate X7 aparece como um dos modelos mais curiosos desta geração. Sua chegada a Dubai e à região do Golfo será um teste importante para mostrar se o mundo está mesmo disposto a abraçar uma alternativa diferente com HarmonyOS no comando.
1 comentário
Se a câmera noturna vier no nível dos antigos tops da Huawei, eu aposento fácil minha câmera compacta nas viagens