Pensando em comprar um Apple Watch novo achando que vai mudar completamente o visual no próximo lançamento? Melhor segurar a empolgação. De acordo com uma sequência de vazamentos e análises de mercado, o grande salto de design do relógio da Apple – aquele com cara de “nova geração” mesmo – pode ficar só para o comecinho de 2028. 
Até lá, tudo indica que veremos a mesma silhueta familiar no pulso, com as principais novidades escondidas por trás do vidro: novos sensores, chips mais eficientes, recursos de saúde mais avançados e integrações com serviços.
Quão confiável é esse papo de 2028?
No nosso termômetro de rumores, essa previsão não é nem puro chute, nem promessa escrita em pedra. Ela se encaixa na faixa do “bastante plausível”: por volta de 60% de chance. Vem de fontes que costumam acertar – jornalistas especializados, analistas de Wall Street, gente ligada à cadeia de fornecimento e leakers asiáticos. Ao mesmo tempo, quem conhece o jeito da Apple sabe: a empresa planeja produtos com anos de antecedência e não pensa duas vezes antes de mexer no cronograma se tecnologia, custos ou regulamentação mudarem de figura.
Dá para imaginar uma espécie de escala para medir rumores:
- 0–20% – quase ficção: sem base, sem histórico, sem credibilidade.
- 21–40% – duvidoso: alguma fumaça, mas não dá para confiar muito.
- 41–60% – plausível: mais de uma fonte, mas nada totalmente fechado.
- 61–80% – provável: vazamentos convergentes, cenário bem consistente.
- 81–100% – muito provável: múltiplos insiders independentes falando a mesma coisa.
Nesse contexto, a ideia de um grande redesenho do Apple Watch só em 2028 faz sentido. A Apple historicamente espreme o máximo possível de um mesmo conceito visual. O iPhone, o iPad e o próprio Apple Watch já provaram isso: pequenas mudanças de ano em ano, com grandes revoluções visuais surgindo apenas de tempos em tempos, quando a empresa sente que tecnologia, mercado e narrativa estão alinhados.
O tal “super redesign” que todo mundo espera
A conversa sobre uma mudança mais radical no Apple Watch ganhou força em 2023, quando o jornalista Mark Gurman relatou que a Apple trabalhava em um relógio com caixa mais fina e um novo sistema magnético para prender as pulseiras. Só essa mudança já seria gigantesca, porque o padrão atual de encaixe virou um ecossistema multimilionário de pulseiras oficiais e de terceiros. Migrar para um sistema magnético abriria espaço para pulseiras com bateria extra, sensores dedicados ou até funções específicas para esporte e saúde.
Por outro lado, isso inevitavelmente bate naquela dor de cabeça clássica: e todo mundo que já gastou uma fortuna em pulseiras até agora? Se a Apple de fato mudar o padrão, terá que explicar muito bem o motivo e, de preferência, oferecer algum tipo de adaptador ou transição suave. Por isso é bem provável que a empresa queira associar esse movimento a um grande marco – não apenas a um “Series 12” qualquer, mas a uma espécie de começo de nova era para o Apple Watch.
Saúde em primeiro lugar: pressão, glicose e regulação
Outra peça importante desse quebra-cabeça são os sensores de saúde. Relatórios de bastidores apontam para um Apple Watch por volta de 2026 com um conjunto mais ambicioso de hardware, reacendendo a expectativa por medição de glicose no sangue sem agulha – o sonho de ouro para pessoas com diabetes e pré-diabetes. Até hoje nenhuma grande marca conseguiu entregar isso em escala, com precisão e aprovação regulatória total.
Enquanto esse futuro não chega, a Apple continua refinando o que já tem: monitoramento de ritmo cardíaco, notificações de fibrilação atrial, oxigenação do sangue, sono, detecção de quedas, acidentes de carro e muito mais. O passo seguinte é tornar a medição de pressão arterial mais útil e confiável e, mais à frente, talvez oferecer insights reais sobre glicemia – mesmo que de forma indireta, via tendências e alertas, e não como um substituto completo para o glicosímetro tradicional.
Quanto mais o Apple Watch entra em território médico, mais devagar as coisas andam. Entram em cena órgãos reguladores, seguradoras, médicos, estudos clínicos e toda uma burocracia que não segue o ritmo anual dos lançamentos de iPhone. Adiar o grande redesenho para 2028 pode ser também uma forma de alinhar estética, tecnologia e certificações em um único pacote.
Por que justamente 2028? E o iPhone 20 no meio disso?
Um leaker bastante ativo no Weibo, conhecido como Instant Digital, sugere que a Apple estaria guardando o redesign completo do Apple Watch para o ano seguinte ao suposto “iPhone 20”, esperado para 2027 – um marco de 20 anos de iPhone. Na prática, isso criaria uma dobradinha de marketing: primeiro um iPhone comemorativo, depois um Apple Watch com visual totalmente repensado, como se a empresa estivesse inaugurando a próxima década do ecossistema.
A Apple gosta desse tipo de narrativa de longo prazo. Fica mais fácil vender a ideia de que iPhone, Apple Watch e serviços de saúde e segurança formam um sistema único, se todos caminham juntos em marcos simbólicos. Um relógio reimaginado em 2028 seria apresentado não apenas como um gadget mais bonito, mas como a peça central de um pacote de bem-estar, prevenção e conectividade.
Onde estamos hoje: Apple Watch Series 11 e Ultra 3
Enquanto o tal redesign não vem, a linha atual segue evoluindo por dentro. O Apple Watch Series 11, apresentado em setembro de 2025, manteve o formato clássico, mas trouxe um novo chip S11 mais rápido e eficiente, um modem 5G da MediaTek para os modelos com rede celular e um sistema de alerta para possível hipertensão, aprofundando ainda mais o foco em saúde cardiovascular.
O analista Amit Daryanani, da Evercore ISI, chegou a comentar que esse tipo de monitoramento pode abrir portas para que o relógio seja reconhecido, em alguns mercados, como dispositivo elegível para compra com dinheiro de contas de poupança de saúde (HSA nos EUA), que usam verba antes do imposto de renda. Para o usuário isso pode significar economia; para a Apple, um empurrão a mais na transformação do Watch em ferramenta séria de acompanhamento médico.
Já o Apple Watch Ultra 3 mira o público que quer um relógio “casca-grossa”. Ele mantém a pegada robusta da linha Ultra, mas adiciona uma tela LTPO3 OLED ainda maior e mais brilhante, perfeita para uso sob sol forte, mais autonomia para trilhas e aventuras longas e, claro, todos os avanços de saúde e conectividade do Series 11. O destaque mais chamativo é o suporte a mensagens de emergência via satélite, um recurso que leva a ideia de “relógio de segurança” para outro nível quando você está no meio do nada, sem sinal algum de celular.
Biometria a caminho sem mudar a cara do relógio
Olhando para 2026, outro rumor recorrente fala de autenticação biométrica no Apple Watch. Em vez de reinventar o botão lateral ou encher o relógio de sensores visíveis, a aposta é em um leitor de impressão digital ultrassônico sob a tela. Na prática, seria um “Touch ID de pulso”: encostar o dedo no display para liberar pagamentos, abrir dados de saúde sensíveis ou acessar apps protegidos.
O truque é que tudo isso caberia dentro do design atual, sem exigir alteração dramática na carcaça. É bem a cara da Apple: mudar profundamente a experiência de uso antes de mexer na estética. Do ponto de vista visual, o relógio seguiria praticamente igual; por dentro, porém, se tornaria uma chave ainda mais importante para casa, carro, serviços e vida digital.
Comprar agora ou esperar o tal redesign?
E aí vem a pergunta que interessa para quem está com o cartão na mão: vale esperar até 2028? Se a sua única motivação é ter um Apple Watch com visual totalmente novo, a resposta honesta é que talvez você se frustre nos próximos dois ou três anos. Tudo indica que veremos evoluções incrementais – mais desempenho, sensores melhores, recursos de saúde mais sofisticados, integração com planos de saúde e benefícios, refinamentos no watchOS – sem revolução na aparência.
Por outro lado, essa “calmaria visual” tem um lado muito positivo: sua coleção de pulseiras continua válida por mais tempo, o aprendizado de uso é contínuo, e o relógio que você compra hoje provavelmente vai receber várias ondas de recursos de saúde e segurança ao longo do tempo. Em um segmento que está cada vez mais próximo da medicina, ser conservador com hardware pode ser uma virtude.
Nosso veredito provisório para o rumor do redesign em 2028 é de cerca de 60% de chance. A direção faz sentido e combina com a maneira como a Apple enxerga o Apple Watch: menos como um brinquedo de moda e mais como um companheiro de longo prazo para saúde e segurança. Mas, como sempre, a última palavra é da própria Apple – e ela só chega no palco, alguns minutos depois de Tim Cook dizer “Good morning”.
1 comentário
2028 é longe demais, gente… até lá eu já troquei de pulso, não só de relógio 😂