Google revela como funciona a dobradiça sem engrenagens do Pixel 10 Pro Fold

Quando a Google apresentou a linha Pixel 10 em agosto – incluindo o Pixel 10, o Pixel 10 Pro e o novo dobrável Pixel 10 Pro Fold – ficou claro que a empresa queria redefinir os limites do design de smartphones. Agora que o modelo dobrável finalmente chegou às lojas, a gigante de Mountain View resolveu contar em detalhes como criou a sua dobradiça inovadora sem engrenagens. Em um post técnico, engenheiros da empresa explicaram o conceito, o processo de fabricação e por que essa decisão foi arriscada, mas recompensadora.

De acordo com o time de design, optar por uma dobradiça sem engrenagens foi uma escolha ousada e desafiadora. Dobráveis tradicionais utilizam um sistema com quatro engrenagens que mantêm os dois lados do aparelho em movimento simétrico ao abrir e fechar. O problema é que, com o tempo, essas engrenagens acumulam poeira e detritos microscópicos, o que prejudica a fluidez e o som característico do movimento – justamente o que dá identidade a um smartphone dobrável. Para a Google, isso era inaceitável em um produto de categoria “Pro”.

A solução foi eliminar completamente as engrenagens e substituí-las por um sistema baseado em mecanismos de came (CAMs) – pequenas peças mecânicas capazes de converter movimento rotacional em linear. Esses CAMs, combinados com molas internas, garantem que as duas metades do aparelho se movam em perfeita sincronia, criando uma sensação suave e precisa ao abrir ou fechar o dispositivo. O resultado é um movimento equilibrado, estável e durável, que deve resistir a milhares de ciclos de dobra sem perder qualidade.

Essa abordagem também trouxe vantagens práticas. Sem o espaço ocupado pelas engrenagens, os engenheiros conseguiram colocar uma bateria maior e reduzir as bordas da tela, mantendo o aparelho fino e confortável. Além disso, a ausência de engrenagens externas deixou a dobradiça mais discreta e ergonômica. Outro feito impressionante foi a certificação IP68 – algo raríssimo em smartphones dobráveis – já que o novo design elimina pequenas aberturas por onde poeira e água poderiam entrar.

Para a Google, essa dobradiça é mais do que um componente mecânico – é um símbolo da nova filosofia da empresa em design industrial. O objetivo era que o movimento de abrir e fechar o Pixel 10 Pro Fold transmitisse uma sensação de precisão e sofisticação, como o clique suave de um relógio de luxo. Cada detalhe, desde a resistência do movimento até o som discreto da dobra, foi ajustado para oferecer uma experiência tátil premium.

O principal concorrente da Google no mundo dos dobráveis, a Samsung, também segue uma linha semelhante. O Galaxy Z Fold 7 utiliza uma dobradiça Armor Flex com design em “gota d’água” e estrutura multi trilho, o que permitiu à marca coreana reduzir a espessura e melhorar a durabilidade do dispositivo. Agora, a disputa entre Google e Samsung vai além das câmeras e telas – trata-se de uma corrida por quem domina a arte e a mecânica da dobra perfeita.

No fim das contas, a dobradiça é o coração de um smartphone dobrável. Ela define o conforto, a confiabilidade e até a aparência geral do produto. Uma dobradiça ruim arruina a experiência; uma boa, como a do Pixel 10 Pro Fold, eleva o padrão de toda a categoria. Com a nova geração de dobráveis conquistando mais espaço no mercado, fica claro que essa tecnologia veio para ficar. Os usuários adoram a versatilidade: compacto no bolso, expansivo na mesa. Ainda resta o incômodo vinco na tela – um desafio que até agora ninguém eliminou completamente – , mas rumores indicam que a Apple está trabalhando em um modelo dobrável sem vinco. Enquanto isso, a Google parece ter encontrado o equilíbrio ideal entre inovação e confiabilidade, e sua dobradiça sem engrenagens pode ser o novo ponto de virada da indústria.