
Google Gemini aprende a ouvir até o fim: nova função resolve o problema das pausas
O assistente de inteligência artificial Gemini, do Google, é conhecido por sua impressionante capacidade de entender contextos complexos e responder com precisão quase instantânea. Ele lembra até detalhes de programas de TV de mais de 50 anos atrás. Mas, apesar de tanta inteligência, o Gemini tem um defeito que irrita muita gente: ele interrompe o usuário no meio da pergunta. Basta uma pequena pausa para respirar e o assistente já assume que você terminou de falar. Felizmente, o Google está testando uma solução simples para tornar as conversas mais naturais e humanas.
Quem usa o Gemini no Android, iPhone ou como substituto do Google Assistente sabe do que estamos falando. Se a pergunta for um pouco longa e você parar por um segundo para pensar, o Gemini interpreta a pausa como o fim da frase e começa a responder. Isso transforma o que deveria ser uma conversa fluida em uma experiência truncada e artificial. Claro, é possível digitar a pergunta no teclado, mas a graça de um assistente de voz é justamente poder falar livremente sem precisar tocar na tela.
O problema é que o Gemini não entende o conceito de “pausa natural”. Como ele não precisa respirar, não compreende que o silêncio pode fazer parte da fala humana. Então, se você não falar tudo de uma vez – no ritmo de um narrador esportivo – corre o risco de ser interrompido antes de terminar o raciocínio.
Mas há boas notícias. O site Android Authority descobriu que o Google está trabalhando em uma função chamada bloqueio do microfone, que permitirá manter o microfone ativo por mais tempo. Essa novidade foi encontrada na versão 16.42.61 do aplicativo Google. A nova opção exibe a mensagem: “Pressione e segure o microfone para mantê-lo aberto”. Quando o microfone estiver bloqueado, ele continuará escutando até que o usuário decida encerrar. O ícone muda para um botão de “parar”, facilitando o controle manual da gravação.
Essa pequena mudança pode transformar completamente a experiência de uso. Com o microfone bloqueado, o usuário pode fazer pausas, pensar, respirar e continuar a pergunta com calma, sem ser interrompido. É um passo importante para deixar a interação mais natural, como se o assistente realmente estivesse ouvindo com atenção, e não apenas esperando comandos rápidos.
Vale destacar que essa função não afeta o modo Gemini Live, criado para conversas contínuas. Nesse modo, o assistente já entende pausas e respostas mais livres, simulando um diálogo real. A nova função de bloqueio do microfone, porém, é especialmente útil para quem usa o Gemini em perguntas isoladas, no modo tradicional de voz.
Além disso, o Google está adicionando melhorias na interface: uma nova caixa de entrada flutuante e um botão flutuante para acessar rapidamente o Gemini Live. São detalhes que mostram o foco da empresa em tornar o uso do assistente mais fluido e acessível.
Por enquanto, não há previsão de quando a função chegará a todos os usuários. O Google costuma testar recursos por etapas antes de liberar globalmente. Mas quem já usa o Gemini pode aproveitar várias novidades recentes. No Android, por exemplo, ele pode substituir completamente o Google Assistente. Basta ir em Configurações → Aplicativos → Assistente → Assistentes Digitais do Google e escolher o Gemini. Com a integração do módulo Utilitários, o assistente agora consegue definir alarmes, timers, ativar Wi-Fi ou Bluetooth, ajustar o volume, ligar a lanterna, abrir aplicativos e até tirar capturas de tela.
No fim das contas, o novo bloqueio de microfone é mais do que um simples ajuste técnico: é um passo rumo a uma comunicação mais humana com a IA. A possibilidade de fazer pausas e pensar sem ser interrompido torna o Gemini mais empático e agradável de usar. É um lembrete de que, por mais avançada que seja a tecnologia, entender o ritmo natural das pessoas ainda é o maior desafio das máquinas.