Durante anos os celulares dobráveis foram tratados como brinquedo caro de geek, mais conceito de feira de tecnologia do que produto para o dia a dia. Com o Galaxy Z Fold 7, a sensação muda completamente: a Samsung não só mostrou que esse formato amadureceu, como transformou o aparelho em um dos grandes hits do mercado em 2025. 
Os números de vendas do terceiro trimestre deixam claro que o novo dobrável não é um experimento isolado, e sim o centro da estratégia móvel da marca.
Samsung continua dona do mercado de dobráveis
De acordo com dados recentes da Counterpoint Research, a Samsung segue na liderança absoluta do segmento. No terceiro trimestre de 2025, a empresa respondeu por cerca de 64% de todos os smartphones dobráveis enviados no mundo. Em outras palavras, de cada três dobráveis vendidos, quase dois trazem o logo da Samsung na tampa.
Na segunda posição aparece a Huawei, bem distante, com algo em torno de 15% de participação. Logo atrás vêm Motorola e Honor, com a Motorola assumindo a dianteira nessa disputa específica. A Vivo ocupa um espaço menor, por volta de 4% do mercado, mas chama atenção pelo crescimento anual de cerca de 67%. Já a Xiaomi vive um momento bem menos confortável: caiu para a sexta posição, com apenas 2% de participação e uma queda de mais de 50% nos envios em relação ao ano anterior.
Para a própria Samsung, o período foi excelente. As remessas de dobráveis da marca cresceram em torno de 32%, e os analistas apontam diretamente o lançamento do Galaxy Z Fold 7 como principal motor desse salto. O novo modelo chegou mais leve, mais fino, com vinco menos visível e uma dobradiça mais sólida, além de um pacote de software de multitarefa muito mais refinado. Isso tudo faz o Fold 7 deixar de ser um capricho futurista e passar a competir, de igual para igual, com os flagships tradicionais.
Sem Google, Huawei joga com limite de velocidade
Os mesmos dados, no entanto, mostram como a briga está desequilibrada. Muita gente comenta em fóruns e redes sociais que o cenário seria outro se a Huawei pudesse vender seus smartphones dobráveis com todos os serviços do Google liberados e presença oficial nos principais mercados ocidentais. Em termos de hardware, a marca já provou que consegue bater de frente, mas as restrições comerciais atuam como um freio de mão puxado. O resultado é um concorrente forte, porém parcialmente bloqueado, enquanto a Samsung corre em pista livre em boa parte do mundo.
Dobráveis crescem rápido, mas ainda são minoria
Mesmo com esse domínio, é importante lembrar que os dobráveis ainda ocupam um pedaço pequeno do bolo. A Counterpoint estima que o segmento de dobráveis cresceu cerca de 14% ano contra ano no terceiro trimestre de 2025. Parece muito, e de fato é, mas essas vendas representam algo em torno de 2,5% do mercado total de smartphones. Ou seja: os dobráveis já deixaram de ser curiosidade, mas ainda estão longe de substituir os celulares tradicionais na mão da maioria.
A expectativa é que essa fatia aumente em 2026, à medida que os projetos evoluem, as dobradiças ficam mais resistentes, os displays se aproximam cada vez mais de um vidro comum e os sistemas operacionais aprendem a usar melhor o espaço extra. A própria Samsung já está expandindo o portfólio além do formato tipo livro do Fold e da concha do Flip. O recém-lançado Galaxy Z TriFold é um bom exemplo dessa aposta em formatos híbridos, que podem funcionar como celular, tablet e quase um mini notebook na mesma carcaça.
Apple se aproxima e promete bagunçar o jogo
Pairando sobre todo esse cenário está a sombra de um futuro iPhone dobrável. Há fortes rumores de que o primeiro modelo da Apple chegue na segunda metade de 2026. Historicamente, a empresa raramente é a primeira a criar uma categoria, mas costuma ser muito eficiente em pegar uma ideia que já existe, lapidar a experiência de uso e empurrar o conceito para o mainstream.
Quando esse suposto iPhone Fold finalmente aparecer nas prateleiras, é bem provável que a dinâmica competitiva mude de nível. Samsung e Huawei terão de brigar não apenas em especificações, mas em promessa de suporte, integração com ecossistema e, principalmente, em preço. Para o consumidor, quanto mais marcas relevantes entrando na disputa, melhor: a concorrência acelera inovação e pressiona as fabricantes a entregar mais valor pelo mesmo (ou menor) preço.
Dobráveis finalmente prontos para gente comum
O ponto mais interessante desta geração é a sensação de maturidade. Pela primeira vez, muitos analistas se dizem confortáveis em recomendar um dobrável para qualquer pessoa que esteja pensando em trocar de celular premium. O Galaxy Z Fold 7 não parece mais um protótipo caro: ele é fino o suficiente para caber no bolso sem drama, a dobradiça passa confiança ao abrir e fechar e a construção transmite aquela sensação de produto finalizado, não de versão beta.
- A multitarefa ficou intuitiva: dá para arrastar apps, dividir a tela e transformar o display interno em uma verdadeira área de trabalho móvel.
- Jogos e streaming aproveitam muito melhor o tamanho extra, com taxas de atualização mais altas e controle térmico mais eficiente.
- A bateria, ponto fraco das primeiras gerações, agora aguenta um dia inteiro de uso misto sem tanto sofrimento, mesmo com o uso frequente da tela interna.
O grande empecilho continua sendo o preço. Dobráveis como o Galaxy Z Fold 7 ainda custam o equivalente – ou até mais – a um bom notebook. A possível chegada de um iPhone dobrável provavelmente não vai baratear nada no curto prazo, apenas adicionar mais um modelo caríssimo à prateleira. Ainda assim, o recado desta geração é claro: os dobráveis deixaram de ser um brinquedo experimental e estão bem perto de se tornarem uma opção realista para quem pode pagar pelo pacote completo de inovação.