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Framework sobe o preço da RAM, mas foge das supertaxas de Apple e Dell

por ytools
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Se você tentou montar ou atualizar um PC recentemente, já percebeu: memória RAM barata virou coisa do passado. Os preços subiram em praticamente todas as lojas e marcas, e agora até a Framework, conhecida pelos seus notebooks e desktops modulares, confirmou que também vai reajustar os valores de RAM nas suas máquinas.
Framework sobe o preço da RAM, mas foge das supertaxas de Apple e Dell
A diferença é que a empresa faz questão de frisar que não pretende transformar esse aumento em abuso, como muita gente enxerga nas políticas de gigantes como Apple e Dell.

O problema começa bem antes do consumidor final. O mercado de DRAM vive uma nova fase de aperto: fábricas estão priorizando chips de memória para inteligência artificial e data centers, onde a demanda explodiu e a margem de lucro é muito maior. Sobra menos capacidade para os módulos DDR5 que equipam notebooks e desktops comuns. Esse desequilíbrio faz o preço subir na origem, e o efeito dominó atinge todo mundo: fabricantes de módulos como Adata, Corsair e G.Skill, integradores de PCs e, no fim da linha, o usuário que só queria colocar mais 16 GB no notebook.

Dentro desse cenário, a Framework diz que não tem como segurar os preços no mesmo patamar de antes. A empresa admite que vai repassar parte do aumento de custo, mas insiste que o reajuste será proporcional ao que está pagando na memória, e não uma oportunidade para multiplicar a margem. Isso conversa diretamente com a proposta da marca: vender máquinas abertas, fáceis de consertar e atualizar, em que trocar RAM ou SSD não vira um privilégio para quem aceita pagar qualquer valor.

O contraste fica claro quando olhamos para alguns exemplos famosos. Um caso que viralizou mostra o Dell XPS 13, em que a simples troca de 16 GB para 32 GB de RAM no configurador pode adicionar algo em torno de 550 dólares à conta. Não é um notebook novo, não é um kit gamer cheio de RGB: é um único degrau de memória cobrado como se fosse outro produto inteiro. Nesse contexto, até a Apple, que sempre foi símbolo de upgrades caríssimos, começa a parecer menos agressiva do que certos concorrentes no mundo Windows.

Já a Framework lembra que, em suas máquinas, um aumento equivalente de 16 GB para 32 GB vinha girando em torno de 80 dólares pelo custo bruto dos módulos. É claro que empresas como Dell, Apple e Lenovo trabalham em outra escala, com enormes estoques de configurações prontas, contratos globais e toda a logística que acompanha isso. Mesmo assim, para muita gente que acompanha hardware, esses valores soam menos como inevitável custo de operação e mais como um imposto sobre conveniência e desconhecimento.

E não é só em notebook pronto que a coisa assusta. No mercado de componentes, kits de DDR5 de alta capacidade chamam a atenção pelos preços quase surrealistas. A Asgard, por exemplo, oferece conjuntos de 192 GB na casa de 1.200 dólares, e opções de 256 GB com etiqueta de preço que se aproxima de uma placa de vídeo topo de linha, como uma NVIDIA RTX 5090. São produtos voltados para workstations, edição pesada de vídeo, 3D e cargas científicas, mas ilustram bem até onde o mercado de memória está disposto a ir quando a demanda é alta e a oferta é limitada.

O pior é que ninguém espera uma melhora rápida. Estimativas de analistas apontam que o aperto na oferta de DRAM deve se prolongar pelo menos até o fim de 2026. Gigantes como a Samsung estão investindo forte em novas linhas de produção, mas grande parte dessa capacidade adicional já nasce reservada para segmentos de maior valor, como memória de alta largura de banda dedicada a chips de IA. A RAM comum, usada em PCs e notebooks do dia a dia, acaba entrando no fim da fila.

Para o consumidor, isso se traduz em duas mensagens simples. Primeiro, não conte com o retorno dos kits de RAM a preços de liquidação tão cedo. Segundo, pensar na possibilidade de upgrade virou parte essencial da escolha do equipamento. Notebooks com memória soldada na placa-mãe prendem o usuário à configuração original e à política de preços da marca. Se você precisar de mais RAM no futuro, ou paga a mais já na compra ou aceita trocar o aparelho inteiro. Sistemas com slots SO-DIMM ou DIMM, por outro lado, permitem comprar o básico hoje e ampliar a capacidade depois, quando o orçamento permitir ou as ofertas ficarem melhores.

É justamente aí que a Framework tenta se destacar. A empresa assume o reajuste, explica de onde ele vem e reforça que continua vendo memória como um componente normal, não como um luxo escondido no configurador. Em um mercado onde um upgrade de 16 GB pode custar o equivalente a um notebook de entrada, esse posicionamento faz diferença. Para quem se recusa a pagar caro por um ecossistema fechado e por upgrades travados, marcas que apostam em modularidade e transparência ganham cada vez mais espaço na hora de decidir qual será o próximo computador.

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