O iPhone 17 não está apenas vendendo bem: ele está obrigando toda a cadeia de produção de chips a se reorganizar em torno dele. Nos bastidores, a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC) corre para abrir mais espaço em suas fábricas enquanto a Apple aumenta de forma agressiva os pedidos dos novos processadores A19 e A19 Pro. 
Analistas de mercado estimam que, só entre outubro e novembro, a empresa adicionou algo em torno de 4–5 milhões de unidades extras da família A19 ao planejamento, um salto que mostra o tamanho do apetite pelo novo iPhone.
Explosão de pedidos de A19 e A19 Pro com a força do iPhone 17
Relatos que circulam na rede social chinesa Weibo, incluindo postagens de um conhecido especialista em chips móveis, apontam para uma procura consistente por toda a linha iPhone 17. Esse movimento chega diretamente à TSMC, responsável por fabricar todos os modelos do A19. Oficialmente existem três versões: o A19 básico, o A19 Pro completo e uma variante selecionada (binned) do A19 Pro destinada ao iPhone Air. As fontes não cravam qual deles lidera em volume, mas o consenso entre quem acompanha a cadeia de suprimentos é que o A19 Pro está puxando a fila.
Não é difícil entender o motivo. É o A19 Pro que equipa o iPhone 17 Pro e o iPhone 17 Pro Max, aparelhos desejados por quem vive com o celular na mão: criadores de conteúdo, gamers, profissionais que dependem da câmera e gente curiosa pelas funções de inteligência artificial rodando direto no aparelho. A configuração mais comum combina CPU de 6 núcleos e GPU também de 6 núcleos, o bastante para lidar com gravação em alta resolução, jogos pesados e recursos de fotografia computacional sem esquentar demais nem matar a bateria em poucas horas.
Três variações de A19, mas um iPhone Air quase invisível
Na teoria, a estratégia de chips da Apple é bem limpa: um A19 padrão para o modelo de entrada, um A19 Pro para os Pro e uma versão reduzida do A19 Pro para o Air. Na prática, o equilíbrio some. Fontes da indústria descrevem o iPhone Air como um produto com demanda fraca, praticamente fora do radar do consumidor médio. Isso significa que a variante binned do A19 Pro acaba sendo produzida em escala mínima, enquanto a maior parte das linhas da TSMC é dedicada ao A19 normal e principalmente ao A19 Pro completo.
No fim das contas, o trio de chips existe mais para dar flexibilidade à Apple na hora de montar a família de aparelhos do que para dividir a produção em partes iguais. Quem realmente ocupa as fábricas são os processadores que vão para o iPhone 17, 17 Pro e 17 Pro Max, que juntos respondem pela vasta maioria dos embarques.
Por que o iPhone 17 básico virou o novo ponto de virada
O detalhe curioso deste ciclo é que a grande história pode não ser o 17 Pro Max, e sim o iPhone 17 simples. Por anos, o modelo padrão parecia sempre um passo atrás, com tela menos avançada, menos memória e aquela sensação de ser o iPhone para quem só queria gastar o mínimo possível. Em 2024, a Apple mudou o jogo: o iPhone 17 finalmente chega com um pacote que conversa de igual para igual com muitos topos de linha Android.
Pela primeira vez, o iPhone de entrada traz tela OLED LTPO, com taxa de atualização adaptativa e melhor eficiência energética, recurso que antes era exclusivo da linha Pro. Por dentro, o aparelho usa o mesmo A19 da geração, agora acompanhado de 8 GB de RAM, algo que fala a língua de quem vive comparando ficha técnica. Soma-se a isso um conjunto de câmera traseira dupla competente, bateria dimensionada para aguentar um dia inteiro de uso real e um preço de lançamento de 799 dólares com armazenamento dobrado em relação a gerações antigas. O resultado é um iPhone que não passa sensação de aparelho capado, e sim de upgrade sensato.
Não à toa, começam a pipocar relatos de escritórios em que boa parte do pessoal que jurava amor eterno ao Android apareceu de repente com um iPhone 17 ou 17 Pro no bolso. Para muita gente, o 17 padrão virou a porta de entrada definitiva para o ecossistema da Apple: ele não assusta tanto no preço quanto os Pro, mas também não parece mais um passo atrás em tela, memória ou desempenho.
Apple antecipa a corrida pelos chips de 2 nm
Ao mesmo tempo, existe um jogo mais longo sendo jogado. Informações de bastidores indicam que a Apple já garantiu mais da metade da capacidade inicial de produção em 2 nanômetros da TSMC. Em outras palavras, enquanto o mercado ainda discute quando os concorrentes vão migrar para esse novo processo, a Apple não só reservou sua parte, como também apertou o espaço disponível para os demais fabricantes de chips voltados ao universo Android.
Para a TSMC, isso consolida a Apple como cliente âncora. A combinação de um aumento repentino de 4–5 milhões de chips A19 em apenas dois meses com acordos de longo prazo para as primeiras levas em 2 nm praticamente garante que a empresa de Cupertino seguirá como maior cliente da fundição por mais um bom tempo.
O que a onda A19 pode significar para o mercado
O aumento agressivo de pedidos do A19 e do A19 Pro vai além de um simples sucesso de vendas em um único ano. Ele aponta que a fórmula da Apple – desempenho alto, bateria mais previsível e vários anos de atualizações – continua fazendo sentido num cenário em que as pessoas demoram mais para trocar de celular e avaliam melhor cada upgrade. Se a maré atual continuar, a geração do iPhone 17 pode ser lembrada como uma das maiores ondas de migração do Android para o iOS em muito tempo.
No curto prazo, a consequência é clara: fábricas da TSMC operando no limite para acompanhar a fome de chips da Apple. No médio e longo prazo, a mistura de grandes volumes da família A19 com a reserva antecipada da capacidade de 2 nm coloca a Apple em posição confortável. Do iPhone 17 básico ao 17 Pro Max, a linha toda parece pensada não só para ganhar a disputa deste ano, mas para influenciar como o topo de mercado de smartphones vai se desenhar nos próximos.