O primeiro Corsair Void Wireless V2 virou rapidamente aquele tipo de headset que você simplesmente deixa em cima da mesa e usa para tudo, sem pensar duas vezes. Ele é leve, funciona em praticamente qualquer dispositivo e não exige que você fique brigando com menus e perfis de áudio. Agora a Corsair lançou o Void V2 Max, uma espécie de versão premium da mesma ideia. 
Depois de algumas semanas alternando entre os dois, fica claro que não é uma revolução, e sim um refinamento muito bem pensado.
Posicionado ali na faixa dos cerca de US$ 149 de preço oficial, mas frequentemente encontrado por algo perto de US$ 119,99 em promoções, o Void V2 Max cai justo no meio do segmento de headsets gamer sem fio onde cada detalhe conta. Em vez de apostar em luz RGB a mais ou efeitos chamativos, a Corsair focou em três pontos que realmente impactam o dia a dia: conforto em longas maratonas, som melhor trabalhado com Dolby Atmos e SoundID e, principalmente, aquela experiência multi-plataforma quase "mágica" que fez tanta gente gostar do Void V2 normal.
Design, construção e conforto de uso
Colocando o Void V2 e o Void V2 Max lado a lado, a primeira impressão é de déjà vu. Peso idêntico em torno de 303 g, o mesmo visual angular típico da linha Void, as mesmas conchas com malha respirável envolvendo completamente a orelha e a mesma articulação de 90 graus nas hastes, que permite deixar o headset apoiado no pescoço sem incomodar. O microfone com haste articulada continua com aquele clique satisfeito quando você levanta para mutar a voz, algo simples mas muito intuitivo.
A diferença, porém, aparece quando você passa algum tempo com ele na cabeça. A Corsair mexeu no interior das espumas, tanto nas almofadas quanto na área em volta dos drivers. A espuma está um pouco mais densa e preenche melhor os espaços onde o fone encosta na cabeça. O resultado não muda a personalidade do encaixe: se você já curtia a forma como o Void V2 abraça a cabeça, o Max vai parecer imediatamente familiar. Mas a vedação melhora, e isso significa mais isolamento passivo. Ruídos constantes de fundo, como ventilador do gabinete, barulho de rua ou o ar-condicionado ligado, ficam mais discretos.
Em sessões longas de jogo ou trabalho, isso faz diferença. A força de pressão continua moderada, não esmagando quem usa óculos, e o tecido da malha segura bem o calor, evitando aquela sensação de orelha fervendo depois de algumas horas de uso. O arco superior também distribui bem o peso, sem criar ponto de dor localizado. É perfeitamente possível passar o dia em reunião, em seguida emendar naquela sessão longa de ranked à noite e só lembrar do headset quando você finalmente tira para dormir.
Qualidade de áudio, Dolby Atmos e SoundID
No papel, o Void V2 Max traz os mesmos drivers de 50 mm do modelo original. Seria fácil supor que o som é praticamente igual, mas a graça aqui está justamente na forma como a Corsair tratou o conjunto de hardware e software. O Void V2 Max vem com um perfil de Dolby Atmos realmente pensado para o headset e ainda adiciona um licenciamento do Sonarworks SoundID para personalização de equalização.
Na prática, isso se traduz em uma cena sonora mais organizada e ampla. Em jogos competitivos, é mais simples localizar passos, recargas e habilidades pelo som, porque o posicionamento parece mais preciso e a sensação de espaço fica maior. A região de médios soa um pouco mais limpa em comparação com o Void V2 padrão, então diálogos de personagens, narração e vozes em geral ganham destaque sem que você precise abaixar o volume dos efeitos explosivos.
O SoundID entra como aquele trunfo que você não sabia que precisava. Em vez de você perder tempo arrastando sliders no software, o sistema faz uma pequena sequência de testes A/B com diferentes ajustes de frequência e pergunta qual você prefere. Com base nisso, ele cria um perfil personalizado. Para algumas pessoas, o resultado é um grave mais encorpado, perfeito para explosões cinematográficas. Para outras, o sistema dá mais foco à clareza de médios e agudos, deixando tudo mais nítido. O importante é que o som final passa a sensação de ter sido feito sob medida, e não um perfil genérico.
O microfone não mudou de forma dramática, e isso não é algo negativo. A haste articulada continua oferecendo voz clara para Discord, reuniões de trabalho e chat com o time, sem ruídos estranhos ou tom metálico exagerado. Não é um microfone de estúdio e não pretende ser, mas segura tranquilamente transmissões casuais, conteúdo para amigos e qualquer partida onde comunicação seja importante.
Bateria, recarga rápida e troca entre plataformas
Autonomia sempre foi um dos grandes argumentos da família Void, e o V2 Max mantém essa tradição. Tanto o modelo original quanto o Max entregam algo em torno de 70 horas de uso no modo 2,4 GHz de baixa latência e passam fácil das 120 horas quando você usa apenas Bluetooth para música, vídeos ou chamadas. Em termos práticos, muita gente vai recarregar só uma ou duas vezes por semana.
A diferença está no modo como a recarga acontece. O Void V2 Max finalmente traz uma recarga rápida de verdade: cerca de 15 minutos no cabo USB-C rendem aproximadamente seis horas de uso. Isso significa que, se você perceber a bateria fraca alguns minutos antes da galera entrar no lobby, dá tempo de conectar, pegar um lanche e voltar com fôlego para a noite inteira.
Outro ponto em que a linha Void se destaca frente à concorrência é a experiência multi-plataforma simples. Um único dongle USB cuida do PC, do PlayStation 5 e, no caso da versão específica para Xbox, também do Xbox Series X|S. Não há chavinhas escondidas, não há botãozinho de modo PC/Console, nem necessidade de reemparelhar a cada troca. Você só tira o dongle de um aparelho, coloca no outro e liga o headset. Ele simplesmente conecta.
Quando você quer ir para o celular, tablet ou Nintendo Switch em modo portátil, basta segurar o botão de energia por alguns segundos para entrar no Bluetooth. Terminou ali, desligou e voltou para o PC ou console: em menos de um segundo o Void V2 Max está emparelhado de novo com o dongle, como se nada tivesse acontecido. As conexões ficam salvas, e a sensação é de que o headset sempre sabe com qual dispositivo você quer conversar, sem menus confusos nem perfis duplicados.
Preço, custo-benefício e para quem o Void V2 Max faz sentido
Com o Void V2 padrão sendo encontrado com frequência na faixa de 110 a 120 dólares e o Void V2 Max girando em torno de 149 dólares antes dos descontos, a pergunta inevitável é se vale pagar a diferença. A resposta depende de como você usa o headset, mas é possível resumir assim: o Max entrega uma afinação de áudio mais caprichada, um pouco mais de isolamento, recarga rápida realmente útil e suporte oficial ainda mais abrangente para quem vive pulando entre plataformas.
Se você já tem um Void V2 e está feliz com ele, provavelmente está aproveitando cerca de 95% da experiência que o Max oferece. Para esse público, a troca imediata não é obrigatória. Agora, se você está comprando o primeiro headset gamer sem fio mais sério, ou se vive alternando entre PC, PS5, Xbox e celular e quer um único fone que acompanhe tudo, a versão Max passa a ser a escolha mais lógica dentro da linha.
No fim das contas, o Corsair Void V2 Max é um exemplo muito claro do que uma edição "Max" deveria ser: não um brinquedo totalmente novo só para marketing, e sim uma evolução madura de um projeto que já era bom. A Corsair não muda aquilo que funcionava, apenas melhora a vedação, deixa o som mais bem resolvido, adiciona recarga rápida e garante que seu headset continue sendo aquele parceiro fixo do seu setup, qualquer que seja a plataforma do dia.
2 comentários
microfone podia ser um pouco mais premium, mas pra Discord e call com o time tá ótimo, de boa
bom ver que não mexeram no conforto, esse formato da Corsair é um dos poucos que não mata minha orelha com óculos