
Como identificar se a placa-mãe está com defeito: guia completo
Quando o computador começa a falhar, a maioria das pessoas logo culpa a fonte de alimentação, a memória RAM ou até a placa de vídeo. Porém, muitas vezes o problema real está na placa-mãe – o componente central que conecta e faz a ponte entre todas as outras peças. Ela é o cérebro que coordena CPU, memória, armazenamento e periféricos. Por isso, quando apresenta defeito, os sinais podem ser variados e confundir até técnicos experientes.
Neste artigo, vamos mostrar os sinais mais comuns de falha na placa-mãe, as causas mais frequentes de defeito, os testes práticos que você pode realizar em casa e os casos em que vale mais a pena trocar a peça do que tentar reparar. A ideia é ajudar você a diagnosticar corretamente e evitar gastos desnecessários com peças que, na verdade, estão funcionando bem.
Por que é tão difícil identificar problemas na placa-mãe
Os sintomas de uma placa-mãe defeituosa se confundem facilmente com os de outros componentes. O PC pode não iniciar o sistema operacional, exibir códigos de erro, emitir bipes no momento da inicialização, reiniciar sozinho ou travar com a famosa “tela azul da morte” (BSOD). Além disso, placas de expansão como placas de vídeo ou de som podem parar de funcionar, e o usuário acreditar que a culpa é delas, quando na verdade é a placa-mãe que está falhando.
Os sinais também são muito parecidos com defeitos no processador: falta de boot, bipes contínuos, reinícios aleatórios… Por isso é fundamental seguir uma rotina de testes estruturada antes de culpar um componente específico.
Principais causas de defeito
A sobrecarga térmica é, sem dúvida, a causa mais comum de falhas. O calor constante deteriora as soldas, resseca capacitores e compromete chipsets. Computadores mal ventilados, com ventoinhas paradas ou cheios de poeira, são candidatos ideais para esse tipo de problema. Mesmo placas robustas podem queimar depois de anos funcionando em ambientes quentes.
Outros fatores incluem picos de energia, descargas eletrostáticas, desgaste natural com o tempo e uso de componentes de baixa qualidade em placas de entrada. Ações físicas, como manuseio inadequado na montagem, também podem quebrar trilhas do circuito ou causar rachaduras invisíveis.
POST: a primeira pista
Ao ligar o PC, a placa-mãe executa o POST (Power-On Self-Test). Se tudo estiver em ordem, você ouvirá um bip curto e o sistema seguirá normalmente. Caso contrário, o POST para o processo e avisa por meio de uma sequência de bipes ou de códigos numéricos exibidos em pequenos displays na própria placa.
Cada padrão sonoro ou numérico significa algo específico: vários bipes curtos podem apontar erro de memória, um som longo pode indicar problema na placa de vídeo ou até uma tecla presa no teclado. Em modelos mais modernos, LEDs de diagnóstico mostram se o defeito está no processador, na memória, na GPU ou no disco. Consultar o manual da placa é indispensável para interpretar esses sinais.
Se não há bip nem código de erro
Quando o PC não dá sinal sonoro nem mostra códigos, o trabalho de diagnóstico fica mais complicado. Nesse caso, siga estas seis etapas:
1. Verifique a alimentação
Veja se os LEDs da placa acendem e se os coolers giram. Se algo não funcionar, teste com outra fonte de alimentação confiável.
2. Inspecione a placa
Observe os capacitores. Eles precisam estar retos e em bom estado. Capacitores estufados, com vazamento ou rachados são sinais claros de defeito. Marcas de queimado ou cheiro de plástico derretido também são evidências de falha grave.
3. Restaure o BIOS/UEFI
Configurações erradas, como overclock exagerado ou ajustes inadequados de memória, podem impedir a inicialização. Retire a bateria CMOS por alguns minutos ou use o jumper CLR CMOS para restaurar as definições de fábrica.
4. Teste o processador
O CPU pode dar sintomas idênticos aos da placa-mãe. Retire-o e examine os contatos. Pinos tortos às vezes podem ser corrigidos com muito cuidado, mas pinos quebrados não têm reparo. Se possível, teste o processador em outra placa compatível.
5. Acompanhe a temperatura
Reinícios aleatórios podem ser sinal de superaquecimento. Ligue o PC sem a tampa lateral e use programas como HWMonitor ou AIDA64 para acompanhar as temperaturas. Compare com os limites recomendados pelo fabricante.
6. Remova componentes extras
Deixe apenas o essencial: processador, uma memória RAM e a própria placa. Retire a placa de vídeo, placas de som e outros dispositivos. Se o computador iniciar, vá recolocando os componentes um por um até identificar qual gera a falha.
Vale a pena consertar ou trocar?
Se nenhuma dessas medidas resolver, é hora de decidir. Se a placa ainda está na garantia, envie para o suporte técnico. Fora da garantia, muitas vezes o custo do reparo se aproxima do preço de uma placa nova. Além disso, placas atuais trazem suporte a memórias mais rápidas, novos processadores e conexões modernas, o que torna a substituição uma escolha mais vantajosa.
Conclusão
Diagnosticar problemas na placa-mãe exige paciência e método. Os sinais enganam, mas com uma análise cuidadosa é possível descobrir a verdadeira causa da falha. Em alguns casos, basta restaurar o BIOS; em outros, a única saída é trocar a placa inteira. O importante é verificar bem antes de gastar com peças desnecessárias.
1 comentário
minha placa asus antiga queimou por causa de calor rip