Início » Sem categoria » Arc Raiders corta preços da loja, fortalece duos e congela o mapa com North Line

Arc Raiders corta preços da loja, fortalece duos e congela o mapa com North Line

por ytools
0 comentário 1 visualizações

Arc Raiders está fazendo seu primeiro grande ajuste de rota – e ele vai direto em um dos pontos mais sensíveis de qualquer jogo como serviço: o preço da cosmética. A Embark Studios anunciou que vai reduzir os valores dos itens da loja, devolver em Raider Tokens a diferença para quem já comprou skins pelo preço antigo e, de quebra, confirmou que ativou silenciosamente um sistema de matchmaking priorizando duplas.
Arc Raiders corta preços da loja, fortalece duos e congela o mapa com North Line
Tudo isso chega junto com North Line, a primeira grande atualização de conteúdo, que estreia em 13 de novembro com um novo mapa congelado, inimigos inéditos e mais motivos para encarar extrações tensas.

No comunicado oficial, a Embark deixa claro que ouviu as críticas da comunidade sobre a monetização e revisou a economia da loja para diminuir os preços “onde fizesse sentido”. A frase parece padrão de relações públicas, mas o cenário era bem concreto: muita gente reclamava que alguns visuais premium custavam quase metade do valor do jogo, enquanto a taxa de ganho de moeda in-game fazia o grind parecer um segundo emprego. Jogadores relatavam maratonas de horas, cheias de contratos e missões, para terminar a semana encarando um único skin com preço de game indie completo.

Os novos valores ainda não foram detalhados em tabela, e a Embark não divulgou porcentagens específicas de desconto. Mesmo assim, a decisão de reembolsar a diferença sem burocracia já muda o tom da conversa. Quando a nova faixa de preços entrar em vigor em 13 de novembro, às 1h30 PT (4h30 ET / 9h30 GMT), todo mundo que tiver comprado cosméticos mais caros receberá automaticamente o equivalente em Raider Tokens ao longo da semana seguinte. Nada de abrir ticket, mandar print de recibo ou desabafar em thread de fórum: os tokens simplesmente vão aparecer na conta. É uma forma de reconhecer quem apostou cedo no jogo sem deixá-los com a sensação de terem pago “imposto de pioneiro”.

Para muitos jogadores, o ponto mais importante vai além do desconto em si: é o recado de que Arc Raiders não quer viver só de “baleias”. A moeda premium sempre pôde ser conquistada jogando, mas na prática o ritmo era tão devagar que um comentário da comunidade resumia bem o clima: para acompanhar a rotação da loja, era quase preciso jogar no ritmo de streamer em tempo integral. Quando um skin bate na casa dos 20 dólares ou mais, a grande maioria trava, mesmo achando bonito – e a decisão final é não comprar nada. Ao reposicionar os preços, a Embark basicamente aposta que vai vender mais para um público mais amplo em vez de depender de poucos jogadores com carteira ilimitada.

Enquanto mexe na economia, o estúdio também ajusta elementos que impactam diretamente cada partida. A Embark confirmou que vinha testando em silêncio um matchmaking priorizando duplas e que esse sistema já está ativo. A lógica é a seguinte: primeiro, o jogo tenta separar solo e grupos completos; depois, tenta colocar duplas contra outras duplas e trios contra trios. Não é uma garantia absoluta – os devs avisam que misturas ainda vão acontecer em horários e regiões menos movimentados –, mas a meta é reduzir aquele cenário frustrante em que duas pessoas entram para se divertir e, repetidamente, caem contra trios hiper coordenados que jogam como se estivessem em campeonato.

Num extraction shooter, onde todo encontro pode significar perder o loot da noite, equilíbrio de lobby não é detalhe técnico: é identidade. Saber que sua dupla tem boa chance de bater de frente com outra dupla muda o jeito de se arriscar, o quanto você confia em desconhecidos no mapa e até que tipo de história sai daquela sessão – o último segundo de extração, a fuga pela neve com outro esquadrão colado em você, ou o momento em que você decide recuar e voltar mais forte. Se o matchmaking realmente respeitar mais o tamanho dos grupos, Arc Raiders ganha em sensação de justiça e em vontade de “só mais uma partida”.

Outro pilar desse novo ciclo é o sistema de Raider Decks. Hoje existe um baralho gratuito disponível para todo mundo, mas a Embark já avisou que o plano é expandir para uma combinação de decks grátis e premium. A regra de ouro, porém, é clara: itens que afetam diretamente o gameplay ficam exclusivos nos Raider Decks gratuitos. Para ajudar quem está chegando agora, alguns desses itens já vêm no deck inicial e são liberados conforme o jogador progride. Os baralhos pagos ficam focados em cosmética e conveniência – visuais, animações, pequenos confortos – sem empurrar nenhum tipo de atalho de poder. A mensagem é explícita: nada de pay-to-win disfarçado.

Tudo isso desembarca junto com North Line, a primeira grande expansão de conteúdo. O destaque é Stella Montis, uma região ao norte da Rust Belt, descrita como fria, quase intocada e cheia de restos das ambições fracassadas da humanidade. Pense em estruturas colossais engolidas pela neve, máquinas enferrujadas congeladas no tempo e novos caminhos de extração que prometem ser pontos quentes de emboscada. A atualização ainda traz um evento comunitário de desbloqueio, dois novos ARCs – Matriarch e Shredder –, armas ineditas, estilos de jogo alternativos e novas linhas de missões. E o ritmo não para por aí: a próxima atualização, Cold Snap, já está confirmada para dezembro, indicando um calendário de conteúdo planejado e não apenas reativo.

A movimentação da Embark acontece em um momento em que Arc Raiders já se provou comercialmente. O jogo ultrapassou a marca de quatro milhões de cópias em menos de duas semanas e atingiu picos de cerca de 700 mil jogadores simultâneos somando todas as plataformas. Críticas especializadas elogiam o loop de progressão viciante, as lutas nervosas tanto contra NPCs quanto contra outros grupos de Raiders e, principalmente, aquela sensação de que o loot vale o estresse da extração. Tudo isso em meio ao debate em torno do uso de ferramentas de IA na produção, um tema que poderia engolir o discurso se o jogo em si não sustentasse o interesse.

Curiosamente, mesmo quem está curtindo Arc Raiders descreve a relação com o jogo de um jeito curioso: é aquele título que prende por horas quando você liga, mas que não necessariamente ocupa seus pensamentos nos dias seguintes. Há noites inteiras roubadas pelo próximo raid, seguidas por períodos em que ele some do radar. Isso mostra tanto a força do gameplay momento a momento quanto o espaço que ainda existe para aprofundar ganchos de longo prazo – temporadas mais marcantes, rituais sociais, motivos para comentar a última extração com amigos fora do jogo.

É aí que esse pacote de mudanças ganha peso real. Embark não está só jogando mais um mapa no ar; está tentando ajustar a forma como as pessoas se relacionam com Arc Raiders no dia a dia. Ao cortar o preço da cosmética, devolver tokens para quem pagou mais caro, separar com clareza o que é poder e o que é visual e dar um lugar digno para as duplas no matchmaking, o estúdio manda um recado de que quer um relacionamento menos agressivo com a própria comunidade. Em um mercado lotado de extraction shooters disputando atenção, ouvir feedback e reagir rápido pode valer tanto quanto lançar um novo mapa congelado.

Se North Line e o futuro Cold Snap conseguirem consolidar essa filosofia – recompensar tempo, reduzir atrito para esquadrões menores e criar motivos para pensar no jogo mesmo longe do PC ou do console – Arc Raiders tem tudo para sair da fase de “surpresa do momento” e virar presença fixa no gênero. Por enquanto, a sensação é de que o jogo ganhou uma segunda chance de definir quem ele quer ser: não apenas um sucesso de lançamento, mas um mundo onde as pessoas voltam porque se sentem respeitadas, dentro e fora da loja.

Você também pode gostar de

Deixe um comentário