A Apple lançou oficialmente o novo Apple Watch Ultra 3, e como sempre, o anúncio gerou bastante expectativa. Porém, junto com a empolgação veio também uma certa frustração: o relógio, vendido por US$799, ainda traz o mesmo chip S10 que já equipa modelos anteriores. Depois de dois anos de espera desde o Ultra 2, muitos fãs esperavam um salto real de desempenho com a chegada do tão comentado processador S11. 
Mas não foi dessa vez.
A linha Ultra sempre foi posicionada como o topo de gama dos relógios inteligentes da Apple, voltada para atletas, aventureiros e usuários que exigem o máximo. O rival direto é o Galaxy Watch Ultra da Samsung, que chega ao mercado por US$650. Essa diferença de US$150 inevitavelmente levanta a questão: vale mesmo pagar tão caro por um smartwatch premium sem um chip novo?
O chip S11 que nunca chegou
A maior crítica ao Ultra 3 gira em torno do seu processador. Durante meses, circularam rumores de que a Apple apresentaria o S11, com ganhos significativos de performance e eficiência energética. Esse avanço poderia ter transformado a experiência de uso, já que um dos maiores incômodos dos smartwatches continua sendo a autonomia limitada. Hoje em dia já temos que carregar celular, notebook, fones… incluir o relógio nessa lista nunca foi prático. Um novo chip eficiente poderia estender a bateria para bem além das 72 horas.
Mas, em vez disso, a Apple manteve o S10. Não foi descuido: a empresa tem histórico de lançar processadores com mudanças sutis, como um novo sensor ou pequenas otimizações, mas sem revoluções. Talvez a Apple tenha decidido segurar o S11 para quando puder realmente entregar um salto tecnológico digno de destaque. O problema é que, no curto prazo, o consumidor se sente pagando caro por um produto premium com coração antigo.
Os pontos fortes continuam
Apesar disso, seria injusto dizer que o Apple Watch Ultra 3 decepciona por completo. Pelo contrário: ele traz evoluções importantes. O display Retina Always-On ficou ainda mais brilhante, atingindo impressionantes 3000 nits, o que garante excelente visibilidade mesmo sob sol forte – algo que a concorrência ainda não consegue igualar.
A autonomia, embora não revolucionária, é sólida: até 42 horas em uso normal e até 72 horas no modo de baixo consumo. Números respeitáveis que colocam o Ultra 3 entre os relógios com melhor desempenho no mercado. E, como sempre, ele se integra de forma impecável ao ecossistema Apple, funcionando em sintonia com iPhone, AirPods e Mac.
Outro destaque é a durabilidade. O Ultra 3 aguenta até 100 metros de profundidade, vem protegido por vidro de safira plano e agora adota o Ceramic Shield 2 tanto na frente quanto atrás, garantindo maior resistência a quedas e trincas. Para quem pratica esportes radicais, mergulho ou atividades ao ar livre, é um relógio feito para encarar qualquer desafio.
Saúde e esportes em foco
Nos últimos anos a Apple transformou seus relógios em verdadeiros aliados da saúde, e o Ultra 3 não foge à regra. Ele conta com monitoramento de oxigênio no sangue, eletrocardiograma, rastreamento detalhado do sono, medição de temperatura corporal e até acompanhamento de ciclo menstrual. O dispositivo ainda envia alertas de pressão arterial elevada e pode identificar sinais de apneia do sono. Para atletas, há profundímetro, métricas avançadas de treino e recursos completos para quem busca melhorar desempenho.
Um relógio incrível com um motor velho
E aqui está a ironia: o Ultra 3 é um dos smartwatches mais completos do mercado, mas por dentro roda com um chip antigo. É como comprar um carro esportivo novo, mas equipado com o motor do modelo passado. Ele continua rápido e funcional, mas não representa o avanço que os fãs esperavam depois de dois anos.
Para a maioria dos usuários, o Ultra 3 ainda é o melhor Apple Watch disponível hoje, unindo robustez, tela espetacular e uma lista de recursos impressionante. Porém, para os mais exigentes, que acompanham cada detalhe da evolução tecnológica, a ausência do S11 soa como uma oportunidade perdida. O relógio não é ruim – apenas não entrega o salto inovador que poderia ter sido.
Conclusão
O Apple Watch Ultra 3 é um misto de acertos e frustrações. Brilha em design, resistência e saúde, mas tropeça ao insistir no velho S10. Para o público geral, continua sendo um gadget poderoso e desejável. Mas para quem sonhava com uma revolução, o Ultra 3 passa a sensação de que a Apple está guardando suas cartas para um grande lançamento futuro. Até lá, ficamos com um relógio excelente, mas com um coração que já conhecemos bem.
2 comentários
funções de saúde são top
esperava o S11, mas veio repeteco