Apple Vision Pro 2: o poder do chip R2 de 2 nm e os planos para AR

A Apple está preparando a segunda geração do seu headset premium de realidade mista, e o Vision Pro 2 promete ser um salto importante em desempenho e ambição. O primeiro Vision Pro chamou atenção por usar dois chips: o M2, responsável pelo processamento principal, e o R1, dedicado ao tratamento em tempo real dos sensores e câmeras. Agora, surgem informações de que o próximo modelo trará o novo chip R2, fabricado no processo de 2 nm da TSMC – considerado um marco na indústria de semicondutores.

Esse movimento mostra que a Apple quer reforçar sua presença no mercado de XR e não deixar espaço para concorrentes como a Meta.

Muitos esperavam que o Vision Pro 2 fosse anunciado junto com o iPhone 17 neste outono. No entanto, o evento focou apenas nos novos celulares, deixando os fãs de MR desapontados. O motivo parece estar ligado ao cronograma de produção do chip R2, o que empurrou o lançamento do headset para o próximo ano. Essa decisão segue o padrão da Apple de não lançar produtos até que o hardware esteja realmente pronto para entregar a experiência que a empresa considera ideal.

A evolução do R1 para o R2 não é um simples ajuste: é um salto de geração. Graças ao processo de 2 nm, o novo chip terá mais desempenho com menor consumo de energia. Combinado com o processador M4, o Vision Pro 2 terá capacidade de processar os dados dos sensores e câmeras com latência reduzida, deixando o M4 livre para gráficos e aplicações pesadas. Na prática, isso pode significar ambientes virtuais mais fluidos, aplicativos mais complexos e interações mais naturais.

O desafio, porém, é mostrar valor real ao consumidor. Afinal, a primeira versão já custava US$ 3.499 e dificilmente o novo modelo será mais barato. Para o público em geral, as melhorias podem passar despercebidas, a não ser que desenvolvedores criem apps que realmente aproveitem o poder extra do R2. Caso contrário, o Vision Pro 2 corre o risco de ser visto apenas como um produto de transição, uma forma de manter a Apple relevante até que chegue sua grande aposta: os óculos de realidade aumentada.

A concorrência não espera. A Meta, por exemplo, lançou recentemente os novos óculos inteligentes em parceria com a Ray-Ban. Embora não sejam AR completos, já conquistaram espaço no mercado por serem acessíveis e práticos. Nesse cenário, o Vision Pro 2 precisa provar que não é apenas um luxo tecnológico, mas um passo concreto rumo ao futuro da realidade estendida.

No fim das contas, o Vision Pro 2 simboliza a estratégia de equilíbrio da Apple: oferecer aos early adopters a tecnologia mais avançada disponível, ao mesmo tempo em que prepara o terreno para os óculos de AR que a empresa pretende transformar no próximo grande produto de massa. Se o R2 cumprir o que promete, não será apenas um upgrade técnico, mas um indicativo claro de que o futuro do XR já está no horizonte.